sábado, 12 de setembro de 2015

TEXTO 231/2O15/ UM AMOR PERDIDO NO TEMPO













Teresa tinha um vizinho que morava na quadra atrás de sua casa. Era loiro, bonito, olhos verdes. Sua amiga Juliana morada na rua perpendicular à sua e a dele. Juliana gostava do vizinho Paulo e fazia confidências à Tereza. Elas eram colegas de aula, também. Viviam sempre juntas. Quando estavam no ensino médio, Juliana mudou-se para a capital, arranjou um namorado que conheceu no trajeto de ônibus que fazia entre sua cidade e a capital. Ele era estudante de arquitetura e era de sua cidade também. Casaram, tiveram filhos e a vida seguiu seu curso.


    Tereza terminou o colégio e foi para a universidade. Lá quem ela encontra na sala de aula no início do curso? O antigo vizinho, Paulo.  Tornam-se amigos, conversam, estudam em grupo. Ele era muito namorador e todos os colegas sabiam.


     Ele arrumou uma namorada e namorou durante todo o tempo de universidade. Teresa no final do primeiro ano começou a namorar um rapaz que era primo de sua amiga Juliana. Assim como Paulo ela casou-se aos o término da universidade.


               Seu grupo de estudos ainda se reuniu após a formatura para estudarem juntos para concurso público. Do grupo quatro foram aprovados e assumiram no mesmo órgão, Ele foi para a cidade vizinha. Ia e voltava diariamente.


                Passados alguns anos encontraram – se na escola dos filhos.  O casamento dele era meio tumultuado. Separou-se da mulher e voltou mais de uma vez. Boatos de sua infidelidade corriam.


                Quando os filhos já estavam grandes, fazendo universidade, ele veio transferido e foi trabalhar junto com Teresa. A amizade tornou- se mais estreita. Ele era infeliz com a mulher, já tinha outra e confidenciava tudo à amiga que sentindo- se carente, em um casamento acomodado, sem perceber foi sentindo-se atraída por ele.


                Era um tormento ser amiga e confidente de alguém que tinha passado a amar


com intensidade. Ele era uma pessoa extremamente sedutora e sabia como atrair as mulheres o que a deixava cada vez mais envolvida.


                 Ele acabou separando-se, definitivamente, da esposa. E Teresa alimentava esperanças, afinal tinham tanta coisa em comum, tantas afinidades, gostavam das mesmas músicas, dos filmes, dos livros, ele trazia trechos de livros para ela ler, escrevia poesias. Qualquer sinal dele, certamente, a faria tomar uma decisão drástica e separar-se do marido. Mas, esse sinal nunca veio. Chegou o tempo de férias e ele foi viajar, a princípio sem nada dizer de mais confidencial. Quando retornou anunciou que estava indo morar com outra pessoa com quem ele mantinha relações quando ainda era casado.


                  Teresa decepcionou-se. Sofreu em silêncio, pois em silêncio nasceu aquele amor que ela alimentou por muito tempo. Achou melhor ir se afastando dele e não mais manter aquela cumplicidade a ponto de ser sua confidente. A atitude dele foi fria e de aceitação como se soubesse o porquê do afastamento dela. Teresa guardou o sentimento em um cofre armazenado no fundo de seu coração e deixou-o guardado no passado e seguiu sua vida, até que um dia se deu conta que carregava um peso imenso em seu coração que a amargurava e buscou ajuda. Só através dessa ajuda que lhe valeu seu autoconhecimento foi que Teresa livrou-se daquele sentimento amordaçado e voltou a viver com alegria.


                                   


                                                       Isabel C S Vargas


                                                        Pelotas/RS/Brasil


                                                         12.O9.2O15


                





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