quinta-feira, 30 de agosto de 2018

PUBLICAÇÃO DIÁRIO DA MANHÃ 17/2018


O ATO DE ESCREVER



Escrevo por impulso,
Por prazer e necessidade.
Conto minhas dores,
Revivo alegrias,
Aproximo quem está distante.
Alivio meu coração.

Canto em versos o amor e a dor.
Exalto a natureza, tão importante
Para nossa sobrevivência.
Preencho o vazio,
Afasto a solidão.

Escrevo desde sempre
Mas, em momento por demais doloroso,
Tornou-se um puro ato de sobrevivência.
Um clamor desesperado à vida.

Isabel C S Vargas

Publicado no Diário da Manhã/Pelotas/RS
Data:2018.08.29/Quarta-Feira/Página 15

MEU TEXTO PREMIADO COM MENÇÃO HONROSA NO CONCURSO GONZAGA DE CARVALHO/ACADEMIA ALTO


                                        ATESTADO DE SOBREVIVÊNCIA



                 Quando me sento em frente aos papéis, dou por mim a benzer-me antes de começar a escrever. Como se a escrita fosse um templo onde me resguardasse de meus infernos anteriores”.      Mia Couto

                       Minha família em primeiro lugar, seguida pelo meu trabalho. Para conciliar ambos, praticamente, esquecemos vida social, meu marido e eu, até meu filho menor completar cinco anos. A partir daí começamos a nos sentir mais livres para viajar só os dois, mas assim mesmo com muita dificuldade.
                      Sentia-me grata à Deus por ter quatro filhos, três meninas e um menino, o mais novo. Impossível conceber a vida sem qualquer um deles.
                      Minha segunda filha foi a que primeiro casou. No ano seguinte ganhei uma neta. Tudo perfeito. Todos os filhos formados na universidade, se encaminhado profissional e afetivamente. Éramos felizes, até que o inimaginável ocorreu. E este fato foi um divisor de águas na existência de toda a família, não só na minha.
                      Um trágico acidente, devido uma manobra brusca, tirou a vida de meu filho aos vinte e três anos. Jovem, lindo, amoroso, professor universitário que tinha obtido o primeiro lugar em um concurso público para professor substituto de uma instituição federal e empresário com um sócio, colega de universidade. Havia trabalhado todo o dia dando aulas, à noite foi para o escritório pois tinha estagiários trabalhando e iria fazer companhia a eles, posto que durante o dia era sócio que estivera junto. A empresa era no ramo de tecnologia de informação.
                                        Ao sair da empresa, no caminho de casa, sozinho no carro, não bateu em ninguém, não causou danos materiais a outrem, simplesmente, perdeu o controle do carro ao bater em um meio fio de calçada e o carro capotou. Morreu instantaneamente. Eu acreditei que morreria com ele. Quando soubemos da notícia meu pensamento. que não esqueço, foi de como viveria sem ele?  Meu menino, meu companheiro, amigo, que ficava na minha volta quando eu cozinhava para ficar beliscando, provando os pratos de sua preferência. A partir deste dia que amanhã completam oito anos de ausência física, pois em meu coração ele está sempre, nunca mais fomos os mesmos. Agradeci a Deus por já ter levado antes minha mãe e minha tia que me ajudaram a cria-los, para elas não terem de passar por esta imensa dor.
Digo esta porque ela ainda está em meu peito e me faz chorar. Meu marido, meu companheiro por quarenta e dois anos não resistiu. Dois anos após, quando eu comecei a mostrar sinais de voltar à vida, sair, confidenciou a meu irmão que agora havia chegado sua hora de elaborar a dor. Não resistiu. Seu sacrifício de tentar me ajudar o fez contrair uma doença autoimune que o levou no ano seguinte. Mais outra perda, porém esta previsível depois de tudo que passamos. Se me perguntarem se estamos bem, se nos recuperamos eu digo que jamais nos recuperamos da morte de um filho. Aprende-se a conviver com a dor após passarmos por diversas etapas. Ainda hoje, agradeço a Deus por tudo. Pela benção dos meus filhos, por eu ter tido a felicidade de com ele conviver por vinte e três anos, pela família, pelo trabalho, pela vida digna, pelos amigos e por escrever, pois é através dela que elaboro minha dor me recomponho em um processo de catarse obtendo força para auxiliar minhas filhas e meus netos que são outras bênçãos.
                 Isabel Cristina Silva Vargas                               
                 Pelotas/RS/Brasil/ 

MEU TEXTO EM JOGO DA VIDA/CONTOS SELECIONADOS 2018


 Isabel Cristina Silva Vargas 
Pelotas / RS

Plantar e colher - um aprendizado de vida

                
     Em meados dos anos setentas meu sogro comprou um sítio na zona rural da cidade, local este que se emancipou alguns anos depois e adquiriu autonomia sendo um município vizinho muito ligado à nossa cidade.
      Na época meu marido e eu ainda éramos namorados. Com a aquisição da propriedade passou a ser local de recreio semanal. Durante um tempo não deu para ser chamado local de descanso por serem muitas as tarefas para adequá-lo ao lazer da família.
     O local ainda era distante dos problemas que atingem a sociedade de hoje na questão da violência e segurança.
      A vizinhança era acolhedora e o local propício ao plantio e ao lazer pelo espaço e as oportunidades que oferecia.
     No local já havia muitas árvores frutíferas plantadas. Toda aquela região era área de lazer rural das famílias da nossa cidade.
      Havia laranja, bergamota, lima, pera, caqui, goiaba, ameixa. Ah, não posso esquecer que havia nozes, que eu adoro e que ainda comi de lá poucos anos atrás.
      O trabalho inicial era fazer a limpeza do terreno, a poda do que necessitava ser podado e, posteriormente ver o que mais seria plantado.
      Resolvemos plantar pêssego que é uma fruta característica dessa região. E nessa atividade me incluo pois coube a nós fazermos o plantio experimental em um canto da área. Não havia empregados para realizar as tarefas, era tudo em família. A tarefa, em realidade, era diversão, exercício físico e mental.
     Só meu marido e eu plantamos cerca dezenas de pessegueiros. E eu jamais esqueci isso.
      Foi maravilhoso ser responsável por algo que depois vimos desenvolver e servir de alimento para toda a família, colhidos diretamente no pé, ou em forma de doce em calda ou pessegada feito por minha sogra. Plantar e colher é uma atividade excelente para o corpo e a mente. Mostra a capacidade de cuidar da terra e dela extrair seus frutos, procurando fazer o melhor para ela e para o ser humano. Sei que muitos não fazem isso, mas respeitar a terra surge ao natural para quem não a usa como instrumento de enriquecimento através da exploração extrativa, agrícola ou para industrialização. O sentimento de gratidão que surge ao ver nascer aquilo que foi plantado por nossas próprias mãos é maravilhoso.
        Mas não ficou só nos pêssegos. Plantamos morango.
Ajudei no transplante das mudas, na colheita e em comer, evidentemente. Outra atividade que fizemos com muita alegria foi plantar milho e prazer maior tivemos ao comê-los assados na brasa, ao ar livre nas tardes de sábado e domingo que lá passávamos.
        Plantar nos ensina muita coisa para a vida toda. O trato com a terra, o cuidado necessário para o desenvolvimento do que foi plantado, a paciência da espera, o respeito ao outro na medida em que tudo que era colhido era desfrutado com a família, os amigos, vizinhos evitando o desperdício.
       Lá com os vizinhos conheci o sabor da tangerina que plantamos, posteriormente, para o consumo familiar.
        Não poderia deixar de falar nas maravilhosas parreiras, com uva branca, rosa e escura, tomando todo um corredor da frente ao fundo do sitio, de uvas muito doces e que tínhamos que colher tão logo estivesse no ponto, senão virariam comida dos passarinhos e das abelhas. Confesso que minha atividade foi só colher e saborear.
       Aprendi que a colheita está sempre ligada à atitude de cada um. Creio que por isso encontramos tanta sabedoria no homem do campo, que pode não ter escolaridade, mas é ele mesmo uma escola, sendo um mestre em repassar sua sabedoria empírica que não devemos desprezar.
       Aprendi como nada nesta vida é isolado, que todas as ações praticadas têm uma consequência, que somos responsáveis por nossas atitudes e que o resultado das mesmas poderá atingir muitas pessoas.
        É necessário ter cuidado com tudo, no sentido de respeitar a natureza de cada um. Plantar com amor, colher com alegria, distribuir por obrigação, saborear por prazer e, repor por gratidão, lembrando sempre que só colhemos coisas boas, se as plantarmos ao longo da vida, como plantio efetivo, ou com palavras e exemplo ao longo de nossa jornada.



 

MEU TEXTO PUBLICADO EM GRANDES POETAS BRASILEIROS /EXPLODE CORAÇÃO 2018

 Isabel Cristina Silva Vargas 
Pelotas / RS


Santo Delírio

Este que me sacode com frequência
trazendo momentos já vividos
jamais esquecidos pelo tempo
e revividos dia e noite com intensidade.~

Delírios de te ter junto à mim,
deliciar-me, ora com teu sorriso meigo,
ora, com tua gargalhada debochada
ambos sempre inesquecíveis na memória.

O tempo passa e não esqueço teu olhar,
o formato de tua mão, o tom de tua voz
tuas expressões, teu caminhar.
Santo Delírio que te mantém em mim.


MEU TEXTO EM ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS 165

 Isabel Cristina Silva Vargas 
Pelotas / RS


Às vezes


Acordo sem ânimo,
envolta em melancólicos  pensamentos,
Parecendo nuvens a prenunciar chuva.
Ideias turvas. Embaçadas.

Tomo consciência. Afasto-os.
Não quero ser triste,
Não quero lamentos.
Deixo a chuva interior
cumprir sua missão.

Resiliente, assumo minha realidade.
Não fujo. Não reclamo.
Aceito a solidão como guerreiro
que cumpriu sua jornada.



segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O JOGO DA VIDA/CONTOS SELECIONADOS /EDIÇÃO 2018


AUTORES JÁ SELECIONADOS



André Bauer Custódio (3/09/1950) - Florianópolis / SC
Professor
Conto: Do lado de fora


Danilo Barahuna (6/04/1982) - Fortaleza / CE
Professor
Conto: Pleonasmos


 Ediloy A. C. Ferraro  (12/06/1957) - São Paulo / SP
Advogado
Conto: Fôlego de gato


Isabel Cristina Silva Vargas  (26/11/1951) - Pelotas / RS
Aposentada Serv. Público - Advogada
Conto: Plantar e colher - um aprendizado de vida

http://www.camarabrasileira.com.br/jv18-002.html

Rhadra Calache ( 22/02/1982) - Rio de Janeiro / RJ
Tradutora
Conto: Alforria


Mayara Costa Lima (18/09/1990) - Pacatuba / CE
Estudante universitária
Conto: Jogo particular


Neri França Fornari Bocchese   (3/08/1947) - Pato Branco / PR
Professora
Conto: A casa na árvore


Neuza Maria Rodrigues (28/11/1956) - Cabo Frio / RJ
Contadora aposentada
Conto: Aprendizado pela metade


 Otaviano Maciel de Alencar Filho   (14/09/1966) - Fortaleza / CE
Agente de Correios
Conto: O chute que deu errado!


Romilton Batista de Oliveira  (15/12/1965) - Itabuna / BA
Professor / Doutor em Cultura e Sociedade
Conto: O catador de sentidos


Zilah da Silva Borga (14/07/1954) - Ponte Nova / MG
Professora aposentada
Conto Caidinho
s

http://www.camarabrasileira.com.br/ojogodavida.html

GRANDES POETAS BRASILEIROS/EXPLODE CORAÇÃO /2018



POETAS JÁ SELECIONADOS

________________________________________________________________ < <
Alberto Magno Ribeiro Montes  (18/04/1953) - Belo Horizonte / MG
Aposentado
Poema: Mês de Agosto


André Bauer Custódio (3/09/1950) - Florianópolis / SC
Professor
Poema: Em sendo fiel...


Andreia Analice de Souza (29/10/1979) - Jacobina / BA
Professora
Poema: Não se afaste de mim


Brás Tenório dos Santos (15/02/1970) - Marília / SP
Analista de sistemas
Poema: Silente


Francisco José Nascimento  (24/08/1956) - Brasília / DF
Servidor Público Federal - Incra
Poema: Pra quem se ama


Ionita Kesia Pereira (6/05/1978) - Ivoti / RS
Funcionária Pública Estadual
Poema: Quero você


Isabel Cristina Silva Vargas  (26/11/1951) - Pelotas / RS
Aposentada Serv. Público - Advogada
Poema: Santo delírio

http://www.camarabrasileira.com.br/ec18-007.html

Ismar Carpenter Becker  (4/06/1952) - Rio de Janeiro / RJ
Professor
Poema: Deixe rolar


Jaídson Gonçalves  (24/01/1985) - Campos dos Goytacazes / RJ
Engenheiro Agronômo
Poema: Outrora


Josete Maria Vichineski  (11/10/1957) - Ponta Grossa / PR
Professora
Poema: Desejos do coração


Luh Borges (31/07/1979) - Araranguá /SC
Autônoma
Poema: Nem a morte


Marcelo de Azevedo Tojal (25/02/1976) - Rio de Janeiro / RJ
Funcionário público
Poema: Se você disser que não me ama


Neuza Maria Rodrigues (28/11/1956) - Cabo Frio / RJ
Contadora aposentada
Poema: Trocando em miúdos


 Rita de Cassia Gimenes  (1º/04/1981) - Florianópolis / SC
Nutricionista
Poema: Ah, medo!!!


Romilton Batista de Oliveira  (15/12/1965) - Itabuna / BA
Professor / Doutor em Cultura e Sociedade
Poema: Cansaço


Zilah da Silva Borga (14/07/1954) - Ponte Nova / MG
Professora aposentada
Poema: Olhos satitantes


http://www.camarabrasileira.com.br/explodecoracao2018.html