sábado, 19 de setembro de 2015

PUBLICAÇÃO PREMIADA/ ANTOLOGIA 64/ENSAIO/SEGUNDO LUGAR

                                                                            


             O tempo nunca é perdido, pois sempre extraímos ensinamento dele. Ele pode ser vivido feliz, infeliz, e até sem consciência de sua passagem, mas perdido jamais.
             O tempo nos dá aprendizado com aquilo que é vivido e até com o que não se vive. No mínimo, aprendemos a não desperdiçá-lo.
   Os filósofos nos ensinam através de suas reflexões, os poetas em suas belas composições, a vida através das inúmeras oportunidades, quer as aproveitemos ou não. Aquilo que desperdiçamos nos atormenta por ter deixado de realizar muitas coisas que poderiam servir de bagagem cultural, emocional ou profissional. Vivemos outras coisas fizemos escolhas, optamos. Arrependimento pode caber, junto com a conscientização de que a vida é feita de escolhas. Não dá para voltar atrás. A infância não volta, a juventude não volta, o rio não volta ao nascedouro, nada volta ao ponto de partida.
               Quem não acompanhou a infância de um filho, ao acompanhar a adolescência não recupera as vivências deixadas para trás.
        Há pessoas que em determinada época da vida resolvem mudar. Vão viajar, outras fazem análise, outros emagrecem, enfim tomam atitudes querendo mudar a vida acreditando que com isso irão voltar no tempo, recuperar algo que perderam. Ledo engano. Ninguém recupera o que não viveu em determinada época, vivendo anos mais tarde.  Viver na atualidade implica em viver acrescido das experiências anteriores a essa vivência atual. A sua percepção na época que deixou de desfrutar era outra.
          Um amor vivido em certo tempo difere de um amor vivido em época futura.
           Assim sendo, a vida tem que seguir em frente, corrigindo erros, superando dores, vencendo frustrações, perdoando quem deve ser perdoado, liberando as mágoas, desfazendo-se dos entulhos emocionais que só pesam , entristece e impede a renovação interior.
             Abrir-se ao novo livre de mágoas é o segredo para viver bem, desfrutar do futuro que é o que se apresenta à frente de todos nós. Do passado, guardamos as vivências boas, levamos lições das ruins.
             Esse é o modo de compensar o que não foi vivido,deixando o passado no passado, agregando autoconhecimento e dispondo-se a viver sem cobranças ou atribuindo culpas a outrem ou a si mesmo.
          
                                Isabel C S Vargas
                                Pelota/RS/ BRASIL
 

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