domingo, 13 de setembro de 2015

FÊNIX SETEMBRO 2O15 /ANTOLOGIA LOGOS 16/PROSA

 
 
Isabel C S Vargas

 
 
ESSA VOZ...
Por Isabel C S Vargas


Todo ser é razão e emoção podendo existir equilíbrio entre ambos. Há alguns cuja prevalência é da razão, outros da emoção.
Há quem fale em deixar- se levar pela intuição. O que seria? Como a definiríamos?
A intuição é uma percepção e está ligada aos sentidos. Se ligado a audição significa que ao percebermos algo, estamos na realidade, ouvindo. Voz que vem de fora ou de dentro? Em se tratando de percepção relacionada a uma obra de arte, podemos perceber algo que está expresso ou implícito, que o artista desejou dizer ou algo que nós vimos, sem, necessariamente, ser o que o artista pensou expressar. O interlocutor é um sujeito fora da obra, diferente do autor e sua percepção é única.
Creio que todos nós já ouvimos alguém referir- a uma voz interior que o guiou em certos momentos. Essa voz seria da razão, da emoção ou da intuição.
Segundo o Papa Francisco os anjos existem e eles podem nos falar. Então essa voz que vem da mente pode ser nossa, como pode ser sobrenatural, uma percepção extra-sensorial.
Como cada um entende essa mente que assopra que dá diretrizes, que orienta,
que faz cada um ir em frente, ter esperanças e até mesmo sobreviver em situações traumáticas dando depoimentos dizendo que uma voz os guiava e não deixava esmorecer.
Confesso que é difícil definir. Há quem se comova diante de uma paisagem e se deixem levar pela voz do vento, pela brisa que sopra. Para mim isto é tudo cenário que pode ter interferência mais profunda ou não dependendo de cada um ou da situação em si, como no caso de um furacão. Cenário com interferência intensa. Mas dá para falar em voz que fala, brisa que sopra? Não, pois é um turbilhão que destrói sem se importar com súplica ou dor, o que nos leva a concluir que tudo é figura poética: Vento que canta ou vento que chora. Interpretação poética de fenômeno natural.
Então, em que podemos concordar e em que divergimos?
Torna-se difícil discorrer sobre isso.
Em minha vida várias vezes ouvi essa tal voz interior, sopro da mente a dizer coisas. Ouvi-a no pior dia de minha vida. Minha filha também a ouviu em forma de salmo soprado em seu ouvido a fim de lhe dar forças para enfrentar a tragédia que iríamos nos defrontar. Esse mesmo salmo foi repetido em um ato religioso relacionado, e em outro seguinte. Era como uma voz a nos incentivar a crer que tudo ficaria bem.
Maktub! Destino. Tudo se consuma como está escrito. E qual a função da voz interior? Auxiliar, nos dar a indicação que tudo é como tem que ser? Enfim, questionamentos, incógnitas...
Minha certeza é que o universo é pura energia viva que é capaz de transmitir muitas coisas. Interpretá-las vai ser tarefa de cada um que acredite nisto.

Isabel C S Vargas
Pelotas - RS - Brasil
http://isabelcsv3.blogspot.com.br/
 



 

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