sexta-feira, 25 de setembro de 2015

REVISTA CEN SETEMBRO DE 2O15



Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil

ÊXODO

 


Uma das coisas que mais tem me tocado ao ver televisão é o desatino da situação dos imigrantes fugindo da guerra, da destruição, perseguição, buscando condições de vida na Europa.   
  
Desde os tempos bíblicos que os povos fazem estas peregrinações com muita dificuldade e sofrimento.

Fizeram nos tempos antigos fugindo dos bárbaros, nas cruzadas, e fizeram na guerra. Um sofrimento que faz doer até hoje quando ouvimos histórias destes tempos de tão pouca humanidade e tolerância. Jamais pensei ter isto em vários noticiários a cada dia, dentro de minha casa e assistir a impotência mundial. Ou será falta de vontade política?

Aqui no Rio Grande do Sul temos grande quantidade de imigrantes haitianos que são recebidos em Caxias do Sul com empregos ofertados na indústria e apoio da pastoral para sobreviverem.

Outros estados também estão recebendo imigrantes.

Temos o caso de imigrantes escorraçados também na América do sul.

E em que tempo isso irá cessar?

As pessoas morrendo no mar mediterrâneo nas embarcações que afundam por excesso de gente transportada, clandestinamente, sem condições, fazem lembrar a época do tráfico de escravos quando os navios eram afundados sem dó e milhares de escravos morriam como animais enjaulados sem qualquer chance de sobrevivência.

É abominável que esses milhares de pessoas ainda morram no século XXI sem que os países da Europa ofertem generosamente a entrada e o asilo mesmo que sem condições mais privilegiadas, mas com alimento, condições sanitárias, compaixão e fraternidade.

Homens, mulheres, crianças, idosos, famílias inteiras em uma marcha impiedosa através dos países, enfrentando truculência nas fronteiras sujeitos a passarem alguns membros da família e outros ficando à mercê da sorte.

Eu questiono o papel e a atuação mais contundente, que está faltando por parte da ONU, quando se faz necessário menos discurso e mais atitude, mais rapidez nas ações evitando que o cansaço, a falta de alimentação, o estresse e as condições de vida sob a intempérie causem doenças coletivas levando mais imigrantes à morte, já não bastando os náufragos existentes até agora.

É sabido que a Itália há anos sofre com a quantidade imensa de imigrantes africanos que lá chegam, assim como existiam restrições em Portugal a determinadas profissões dos brasileiros que iam lá trabalhar e em condições mais privilegiadas do que a dos imigrantes da atualidade.

É notória a situação econômica da Grécia que é uma das portas de entrada da Europa para muitos, mas aí é que acho importante um esforço entre países, intercontinental, quiçá em nível mundial de oferecer guarida a estes sofredores imigrantes que fogem da guerra, a pé, cruzando centenas e até milhares de quilômetros em busca de paz, liberdade e trabalho.
Isabel C S Vargas

 

 

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