quinta-feira, 23 de julho de 2015

PUBLICAÇÃO PREMIADA/ MENÇÃO HONROSA/CRÔNICA/ A RUA DE MINHA INFÂNCIA

             Tenho boas recordações da Rua General Osório. Era nela que moravam meus pais quando eu nasci. Também moravam meus padrinhos na casa ao lado e meus avós na mesma quadra. Era uma rua particularmente bela, pois tinha canteiros com árvores em parte de sua extensão o que dividia o sentido viário da mesma, tornando–a uma rua calma no que se refere ao trânsito, principalmente, porque naquele tempo, o trânsito não era a loucura de hoje.
            Quando morávamos ainda naquela rua nasceu meu irmão a quem eu amava e queria brincar como se fosse um brinquedo de verdade.
            É uma rua central que se estende desde a zona norte até a zona sul. Minha avó morou quarenta anos lá. Era uma rua basicamente residencial, porém isso mudou e hoje é uma rua essencialmente comercial. Intensificou-se isso depois que os canteiros foram arrancados, a rua asfaltada devido ao grande fluxo de veículos.
          A duas quadras da rua general Osório fica a Catedral Metropolitana São Francisco de Paula um dos mais belos templos pintados pelo pintor italiano Aldo Locatelli que fez este trabalho em algumas poucas igrejas  do Brasil.
           Nesta rua tenho algumas lembranças pessoais relevantes, meu primeiro namorado, o primeiro beijo, lembranças leves. Outras mais pesadas, pois foi nesta rua meu primeiro contato com a morte. Nesta rua partiram definitivamente, meu avô Paulino e minha amada vó Mariana.
           Hoje o comércio é intenso, com todo tipo de comércio varejista, lojas pequenas e grandes.
            Em uma extensão de umas três quadras conhecíamos todos os moradores e as crianças e adolescentes se reuniam em casa de um ou outro para conversar, ouvir música, estudar, se divertir.
           Tenho um carinho muito grande por esta rua onde fui criança, cresci, fui adolescente e adulta. Lembro do tempo que nela passavam charretes e cortejos fúnebres puxados à cavalo, com três parelhas deles e cobertos por veludo se o falecido fosse abastado. Hoje, ela é trajeto de ônibus e as charretes não mais existem. Há assaltos, acidentes e as pessoas não colocam mais cadeiras na calçada para conversar com os vizinhos.
            Minhas recordações permanecem na memória como algo muito especial do passado que ficaram naquela rua linda e pacata que não mais existe.

                                Isabel C S Vargas
                                Pelotas/RS/Brasil

           



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