domingo, 17 de maio de 2015

TEXTO 142/2O15 / AURORA ´PARA UM NOVO TEMPO / CONTO

                                       AURORA PARA UM NOVO TEMPO

Família com algumas terras, moradora da zona rural. Conheceram-se nas festas da igreja da pequena comunidade religiosa que aos domingos após a missa realiza almoço e, quermesse todos os meses.
Namoraram casaram e decidiram permanecer naquela região que ainda é um local bom para criar os filhos, longe da violência e da insegurança.
Já estavam casados há dez anos, entretanto, o motivo que os prendera ali, ou seja, criar filhos com qualidade de vida, paz, não se concretizara. Não tinham filhos o que causava uma certa tristeza a Aurélia. Toda manhã Fabrício saía para a rotina diária do campo que começava muito cedo, logo ao amanhecer. Aurélia fazia companhia ao marido. Levantava cedo, via o dia amanhecer, colorindo o céu nos tons da vida com muita intensidade. Sentia-se feliz, mas faltava a continuidade, faltava um filho para a felicidade ser completa e naquele momento de paz que ela vivenciava ao amanhecer, sozinha, vendo o sol nascer e dourar os campos de onde eles e os animais tiravam sustento ela tinha momentos únicos de diálogo interior, e interação com o universo. Certa vez fez uma promessa que se tivesse uma filha colocaria o nome dela de Aurora, tal sua sensação de paz e esperança que a aurora lhe fazia sentir. Mais uns dois anos decorreram e ela até nem se lembrava da promessa quando se descobriu grávida. Foi uma felicidade imensa compartilhada com o esposo e os demais familiares, pais, sogros e amigos. O período de gravidez foi de alegria, de arrumação do enxoval e de suspense. Seu marido desejava um menino para a continuidade de seu nome e herdeiro nos negócios e ela queria uma menina para fazer companhia e cumprir sua promessa que não lhe saía da cabeça, depois que a gravidez foi confirmada pelos exames. Creditava-a a sua crença na energia do universo a contemplar as pessoas.
                    Finalmente, nasceu a menina em um amanhecer de primavera e desde aquele primeiro choro que parecia música celestial aos seus ouvidos, Aurélia sabia que sua vida mudaria para sempre depois daquele abençoado alvorecer.

                           Isabel C S Vargas
                           Pelotas/RS/Brasil

                               17.O5.2O15

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