sexta-feira, 11 de março de 2016

TEXTO 58/2016/IMORTAIS BORBOLETAS (CONTO)

                                









                                      IMORTAIS BORBOLETAS


Francisco é uma pessoa que viveu no campo. Sempre apreciou as coisas simples. Se tivessem sido

 favoráveis  as condições, talvez tivesse permanecido lá. Entretanto, desejava estudar e veio para a 

cidade. Estudou formou-se na universidade, casou, teve filhos. Tinha vários passatempos, aos quais 

se dedicava nos finais de semana. Plantar flores, viajar e fotografar. Este último, muitas vezes, 

perturbava o restante da família. Não havia festa que não estivesse com máquina na mão e fazendo 

dezenas de fotografias. Aniversário, Natal, Ano Novo, passeios, tudo era motivo de ficar registrado. 

Após a aposentadoria dedicou-se integralmente a fotografia. Entretanto, ele só queria fotografar, sem 

preocupar-se em expor ou fazer algo diferente com elas até que foi convidado a expor a primeira vez.

Um dos temas das exposições foi universo singular no qual ele retratava pássaros, insetos tudo que 

lhe chamava a atenção no universo por ande andava.

Uma das suas preferências em fotografia eram as borboletas. Elas com sua leveza e encanto exerciam

 um fascínio sobre ele.

Após perdas significativas na família fez uma exposição chamada Criaturas, baseado no Cântico dos

 Cânticos de São Francisco de Assis e lá estavam as borboletas, novamente.

As borboletas levaram-no a expor em uma galeria em Portugal.  Foram várias exposições até ele 

mesmo se transformar em uma borboleta e ir habitar no universo celestial.

Suas borboletas fotografadas permanecem sendo lembradas junto com ele pois já se tornaram capa de

 livro de autoria de sua esposa e capa de blog.

E queiram ou não, é uma forma de ele e as borboletas permanecerem vivas.

                                Isabel C S Vargas
                                Pelotas-RS-Brasil
                                     12.02.2016







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