quarta-feira, 3 de junho de 2015

MEU TEXTO EM LIVRO DE OURO DO CONTO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO

Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

A menina que doava flores
Lúcia era a única filha de um casal de agricultores que cultivavam flores. Era uma linda menina, de índole dócil e afável. Longos cabelos, fala mansa, bem educada e gentil.  Uma criança obediente e na escola amada entre os amigos e colegas.
Gostava muito de brincar, mas também gostava de flores, afinal, cresceu no meio delas. Assistia toda a rotina dos genitores, desde a semeadura, o cuidado, a colheita e a venda. E, algo que ficava intrigada era com o que sobrava da venda e que acabava ficando sem vendagem e utilidade visto que todos desejavam flores recém colhidas.
Certa ocasião teve ideia de utilizar as flores que sobravam. Utilizava em casa enfeitando a sala, a cozinha colocando nas santas que sua mãe tinha na cômoda no quarto.
Então, com o consentimento de sua mãe começou a distribuir as flores.
Levava na escola colocava uma flor em cada escrivaninha das mestras que dava um toque alegre às salas de aula, levava na igreja, o que deixava o vigário feliz, Cada altar de santo ganhava flores. Outro lugar a se tornar menos sóbrio e triste era o hospital, onde  deixava com a secretária uma braçada de flores a serem colocadas nos locais autorizados. Assim que terminava o seu voluntariado de doadora de flores, batia nas residências de vizinhos e entregava flores com carinho.
Todos se admiravam da alegria da menina em distribuir flores em vez de estar brincando em casa, mas  gostava de ver todos felizes ao ganharem tal mimo que enfeitava suas casas, local de trabalho e de oração.  Sentia-se, na verdade, como alguém que dividia o que a natureza lhes dava em abundância.
Era um coração generoso!  

http://www.camarabrasileira.com.br/loc15-013.html

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