segunda-feira, 23 de maio de 2016

MEU TEXTO NO VARAL DO BRASIL 41 B

                                                               CIÚMES

                                                                                                     Isabel C S Vargas

            Independente de idade dos envolvidos, o ciúme é um sentimento que está presente em inúmeras ocasiões. È bom, é mau? Creio que o determinante desta avaliação será aquilo que ele possa produzir de bom ou danoso para as pessoas e para as relações.
            Fazendo uma retrospectiva daquilo que já observamos ao longo de nossa existência, sem medo de errar, podemos dizer que existe ciúme do bebê com relação à mãe, do pai em relação ao bebê que lhe rouba a atenção da esposa, de uma criança com relação ao irmão que lhe impede de ser o centro das atenções. Mais tarde, ciúme do colega que se destaca na escola, da namorada, e inúmeros outros casos corriqueiros.
            Mas porque este sentimento é despertado nas pessoas? Por amor? Terá relação com a inveja? Poderá ter, mas nem sempre é o caso.
            Creio que o ciúme está relacionado à posse. Sim posse, pois não é raro encontrarmos pessoas que tratam os outros seres como objeto de sua propriedade e, portanto sobre o qual exercem certo domínio. Isto os faz sentirem-se poderosos. Alimenta o ego. E se é seu objeto, acha-se no direito de determinar tudo com relação ao mesmo. Quando isso não acontece, em nome do ciúme são capazes de atitudes nada honrosas. O ciúme poda, cerceia, traz aborrecimentos, mágoas, cria fantasmas em uma relação que poderia ser saudável e feliz.
            O ciúme está relacionado também à falta de autoestima ou a uma baixa autoestima, ou seja, o indivíduo se acha tão insignificante, tão sem atrativos, incapaz de manter uma pessoa consigo por aquilo que ele é ou apresenta para o outro, que se deixa tomar pelo medo de perder alguém. Projeta no outro sua insegurança.
            É comum as pessoas colocarem sua felicidade no outro. Procuram alguém que lhe complete, ou seja, não se sentem completos. Estão sempre dependentes do outro para serem felizes. Ora, se perdem este complemento, serão infelizes, daí esse medo constante de perder o outro para alguém mais jovem, mais atraente, rico, bonito, inteligente, charmoso. Para alguém capenga emocional haverá muitos outros “mais” a lhe causar temor.
Por isso muitos resultados trágicos, muitas horas perdidas, muitas noites insones, por fantasmas criados em mentes incoerentes, ou em pessoas que não conseguem se sentir como pessoas completas. Quem está bem consigo mesmo, pleno, terá muito mais a oferecer do que cobrar, logo menos motivos para que esse sentimento se propague ou se intensifique.
                Nesse posicionamento dá para perceber também falta de maturidade psicológica.
                        Os resultados serão tanto mais danosos, quanto mais o indivíduo o alimentar ao invés de se amar mais e confiar em si e no outro.
                       Mais amor e confiança geram menos ciúme.


Nenhum comentário:

Postar um comentário