Tatiana era uma linda jovem. Exuberante, cabelos loiros, olhos azuis, sorriso largo e uma alegria de viver que extrapolava todo seu ser.
Pretendentes
tinham vários, mas não se interessava por ninguém em especial, até que um dia
conheceu Ronaldo. Era um rapaz alto, magro, cabelos escuros, pele clara e um sorriso
com um ar de debochado. Os olhos escuros e sem a doçura do sorriso dela.
Foi um encontro
decisivo que ocorreu em casa de familiares dela e foi o bastante para que ele não
saísse mais dos seus pensamentos.
Começaram a
namorar. Ambos se mostraram muito ciumentos. É o amor diziam alguns. Imaturidade,
pensavam outros. A verdade é que estavam apaixonados, mas não sabiam lidar com
a insegurança, embora não fossem adolescentes de quinze anos. Ela tinha dezoito
e ele vinte e um.
Como consequência
do amor e do desejo. Ela engravidou e eles casaram. Quem pensa que filhos são
suficientes para trazer maturidade, engana-se. Ela vem com o tempo, com o
sofrimento e as dificuldades.
Ela seguiu
cursando a faculdade, trabalhando, cuidando casa, do bebê e ele queria levar a
vida de solteiro, ou seja, ir para a balada sem dia específico e aos jogos de
futebol. Nestas ocasiões bebia saía com garotas e não faltava nunca quem visse
e viesse contar à Tatiana que explodia e eles tinham grandes discussões. Isso a
deixava infeliz e zangada e ele achando que era incompreendido, já que era
jovem e tinha o direito de se divertir. Apesar de dizerem se amar eles viviam
uma separação a cada briga. Ela ia para a casa da mãe e ele vinha buscá-la
chorando e pedindo perdão, que ela, obviamente concedia e eles retornavam para
casa a fim de viver seu conto de fadas mais alguns dias até que tudo se repetisse.
Esta situação durou cerca de cinco anos, até que um dia a voz da razão soou
mais forte e eles se separaram de vez. Ela saiu de casa com a filha cujo
sofrimento era maior do que o dos dois, embora o amor cego que Tatiana sentisse
por Ronaldo não a tivesse deixado perceber isso antes.
Algum tempo depois
ele casou com outra pessoa, mais velha que ele, mais madura e que em nome do
amor que sente por ele lida de modo diferente com as atitudes dele, fazendo que
não sabe, não vê, não acredita. Formam uma família feliz com o outro filho que
eles tiveram.
Isabel
C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
O1.11.2O15
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