IMORTALIDADE: PRÊMIO OU CASTIGO?
Por Isabel C S Vargas
Por Isabel C S Vargas
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Entre os imortais pintores cito Leonardo da Vinci, Monet, Candido Portinari, Picasso, Salvador Dali além de outros inúmeros de várias escolas.
Madame Curie na medicina é um nome inesquecível, grandes rainhas de importantes impérios no passado, e agora, também, ou alguém duvida da imortalidade futura da Rainha Elisabeth da Grã-Bretanha por ser a soberana com mais tempo no poder? Alguém duvida da imortalidade de compositores como Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin? A imortalidade é uma aura que vai cercar o nome de alguém que se destacou por seus dons, suas realizações, suas descobertas, sendo, inclusive objeto de estudo através dos tempos por estudantes das respectivas áreas. A imortalidade não é causa e sim consequência dos atos dos indivíduos no decorrer de sua existência. Baseada nesta afirmação, coloco uma assertiva muito série que poderá parecer contraditória, mas creio que não: Não só os bons se tornam imortais. Judas foi traidor, Hitler foi um genocida que promoveu o holocausto. Herodes, governador da antiga Palestina, que se opôs ao nascimento de Jesus e mandou matar todos os meninos de Belém e seus arredores que tivessem menos de dois anos de idade. Stalin, na URSS, Mao Tsé-Tung, o maior de todos os genocidas da história da humanidade com o recorde de 65.000.000 de vítimas na China e Pol-Pot, o maior em proporção, em três anos e meio (1975-1979), matou 2.000.000, em torno de 25% da população do Camboja com sua política comunista. Isto só citando alguns assim como só citei alguns imortais pelas suas glórias. Serão esquecidos? Jamais na história da humanidade. A IMORTALIDADE E A ESCRITA A imortalidade é algo que surge nos pensamentos dos adultos. A criança não tem condições de pensar nisto, além de viver o fantástico, sem dimensionar tempo com lógica e clareza. Dizem que toda pessoa deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Qual o objetivo destes três feitos senão deixar algo para a posteridade?A intenção? Ser imortal. Viver além de seu tempo. Deixar um legado, algo que conte sua história quando ele não mais estiver aqui. Já plantei muitas árvores com meu marido, Não pensando na imortalidade, mas por prazer. Lembro de uma vez plantar vinte e oito pessegueiros, plantamos pinheiros e coqueiros. Tive quatro filhos e já tenho netos que garantem a imortalidade pelo menos, em seus corações. Sempre gostei de escrever e tive facilidade nisso. Lembro quando fiz o vestibular de ver o aluno da classe ao lado ficar divagando em pensamentos por mais de uma hora até começar a escrever algo, enquanto eu escrevia duas laudas. Comecei a escrever, efetivamente, embora já tivesse publicado textos profissionais na década de noventa, em dois mil e cinco. Comecei escrevendo, exatamente isto, crônicas e publicando em jornais locais, Diário Popular e Diário da Manhã. Mas foi neste último que me fixei e é nele que publico até hoje. Tive publicação em jornal de circulação fora do estado e em Portugal. A partir das publicações criei o primeiro blog o que fez surgirem convites que não pararam mais. Hoje escolho entre tantas ofertas em qual colocar meus textos, até porque há ofertas muito fora da realidade, pelo menos da minha. Já publiquei dois livros individuais, dois e-books e uma quantidade significativa de participação em antologias e coletâneas. Os livros que participo ofereço aos amigos, a familiares, já ofereci em palestra e dôo para campanhas. Não vendo livros. Tenho consciência de que nos momentos mais dolorosos de minha vida, se não colocasse meus sentimentos no papel, ou em um texto no computador, creio que teria adoecido seriamente. Organizei através da escrita minha dor e elaborei meu luto nas linhas e entrelinhas mais difíceis de minha vida. E o faço até hoje só que com a dor cabendo dentro do peito, confortada em minha fé e certa de que a aceitação é o melhor caminho. Sobrevivi quando não achava que seria possível e acreditei não ser capaz. Passo aos outros minha experiência procurando ser positiva e mostrando que podemos ser fortes. Não pensava em imortalidade ao começar a escrever, mas em empreender uma nova atividade que para mim é prazerosa. Para minha família, sim, creio que serei imortal por umas duas ou três gerações, quem sabe, e através do que escrevi se não se perder nas brumas do tempo.
Isabel C S Vargas Pelotas/RS/Brasil http://isabelcsv3.blogspot.com.br/ |
http://www.carmovasconcelos-fenix.org/revista/eisFluencias/37-NOV15/eisFluencias_Nov_2015_6_37-07.htm |
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