Três Marias, irmãs, amigas, devotas viviam em
harmonia com a família. Maria de Fátima, Maria das Dores, Maria de Lourdes. Seu
pai, lenhador, sua mãe, uma dona de casa primorosa que sabia cuidar do lar como
ninguém. Educou as três filhas com esmero para encontrar um bom marido e casar,
afinal é o sonho de toda a moça,
principalmente morando naquela região deserta, longe da
cidade, da vida urbana.
Apesar de terem sempre ouvido falar que iriam se casar, ter
filhos e constituir uma família elas já estavam descrentes disso.
Rezavam
para suas santas madrinhas pedindo para terem um amor na vida
e que esse amor as tirassem do marasmo que era a vida de
cada uma só em volta do aprendizado das lidas domésticas, da cozinha, do
bordado, do cultivo de plantas.
ornamentais, da costura.
Quando
tinham uma folga no aprendizado reuniam-se no jardim e lá, longe das perguntas
curiosas da mãe, trocavam confidências, cada uma falando de suas expectativas,
sonhos e angústias. Quando apareceria o príncipe encantado, quem casaria
primeiro, como seria ele, onde iriam morar, teriam filhos, como seriam, seriam
felizes?
Era isso que
faziam ao entardecer, toda vez que tinham possibilidade de trocar confidências.
Eram amigas, irmãs se amavam, queriam ter vidas próprias, mas queriam
permanecer próximas. Sequer imaginavam que o destino conspirava
a seu favor e estava se mudando para as proximidades uma família com filhos,
sendo que entre eles havia três rapazes loucos para encontrarem uma namorada.
Logo, logo,
seus destinos mudariam. Só elas não sabiam disso e que teriam muitas alegrias a
confidenciarem entre elas. Suas preces estavam para ser atendidas.
Isabel C
S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
11.O8.2O15
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