UM SUSTO À BEIRA DO LAGO
Em um
distante Janeiro um jovem casal fora passar a tarde de domingo na beira do
lago. Lá estavam os dois, as duas filhas pequenas; a maior de uns quatro anos e
meio e a menor de dois anos recém completados. Junto a eles estavam os avós
paternos e um casal de amigos, colegas de trabalho e vizinhos com sua filha
menor de uns cinco anos de idade.
Os adultos
sentados em cadeira de praia e de costas para a água, e as três crianças
brincando com baldes, forminhas, água criando figuras que desmanchavam a fim de
criar outras diferentes. As meninas de tempos em tempos solicitavam a atenção
dos pais, enquanto tudo corria tranqüilo.
O casal
amigo resolveu ir mais cedo e deixou sua filha com o casal e as duas filhas. Eles
pretendiam passar em uma colônia de férias onde se realizava uma festividade de
final de ano onde se encontrava o filho mais velho do casal que acabara de ser
admitido no primeiro emprego. Esta colônia de férias ficava à margem de um
arroio antes da chegada ao lago.
As
meninas seguiram brincando até que a mãe das duas virou-se e atrás de si
encontrou apenas uma das filhas e a amiguinha. A menor havia sumido de suas
vistas. Desespero geral. O pai saiu a caminhar a procura da pequena. Os avós
assustados imaginando se a menina teria ido para a beira do lago e se afogado. A
mãe desatinada começou a gritar chamando o nome da menina. Não demorou e ela
enxergou as perninhas cambaleantes na areia que vinha em sua direção, com um biquíni
azul estampado de florzinhas, os cabelinhos loiros presos em duas chiquinhas e
na mão o balde com areia. A mãe e o pai correram e se ajoelharam assustados
abraçados à menina que não entendia o porquê das lágrimas da mãe e da aflição
do pai.
Acalmados os ânimos permaneceram ali por mais tempo. Mais tarde, os avós
se dirigiram à sua casa e eles foram para seu apartamento. Quando chegaram ao apartamento
dos amigos para deixar a menina que ficara com eles, uma pessoa do edifício
adiantou-se e pediu que não subissem com a criança por não ser aconselhável
face ao estado em que seus pais de encontravam. Confusos sem saber o que estava
acontecendo, ouviram estarrecidos a notícia que os pais haviam encontrado o
filho afogado no arroio quando lá chegaram para ver como estava decorrendo o
evento.
Foi um acontecimento horrível que aquela família jamais esqueceu.
ISABEL C S VARGAS
Pelotas/RS/Brasil
31.O8.2O15