quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

POSTAGEM DESTACADA PEAPAZ /RAZÕES PARA ESCREVER

           Em épocas passadas as pessoas escreviam e, em geral guardavam seus escritos sem mostrá-los ao público, salvo, é claro aqueles que escreviam por profissão, jornalistas, colunistas e aqueles que se entregavam à aventura editorial em busca de sucesso e o conseguiam.
          O mercado era mais restrito, mais seletivo, inatingível para os simples mortais que desejavam se expressar, sem necessariamente ser um Drummond ou um Vinícius ou outros baluartes da escrita nacional.
       Com o advento da internet, a princípio menos democrática em função dos preços, das reservas iniciais e posteriormente democratizadas em quase todo globo, qualquer mortal que tenha um razoável domínio do idioma passou a se expressar com mais facilidade. É o estudante, a adolescente que outrora escondia seus escritos, o profissional, o mais extrovertido e até o mais tímido, pela ausência do contato físico, ousaram se pronunciar, simplesmente colocando na tela seus pensamentos, sem forma definida, até aqueles que de forma mais elaborada criaram páginas virtuais como forma de divulgar seus trabalhos com cunho mais literário. A palavra ganhou mundo com celeridade incrível. Professores, jornalistas, escritores começaram a publicar via internet. Criaram-se redes sociais dando amplitude a tudo e a todos.
     Aqueles que tinham o propósito de alavancar uma carreira investiram suas forças neste intento e podemos dizer que conseguiram.
      Colocar-se na rede e divulgar suas ideias tornou-se fácil. Muitos conseguem retorno financeiro, enquanto outros se sentem felizes pela simples possibilidade de não precisar investir o que não tem e serem lidos, comentados e seguidos,
   Para estes foi à realização de sonhos podendo através do meio virtual conseguir publicar livros a preços mais módicos e tornarem-se escritores.
Quais seriam as razões que levam as pessoas a escrever? Exibicionismo? Desejo de fama?
Vocação, meio de ganhar a vida para aqueles que fizeram disso profissão?
Meu argumento é outro.
       Quem escreve o faz por um desejo interior que se sobressai a qualquer outro fator. Poderia se denominar vocação.
Há aquele que já leu muito, que mergulhou em universo de fantasia, paixão, criatividade. Essa expansão de ideias, sonhos o levou a criar suas próprias histórias. Essa ideia vem desde A. Schopenhauer.
            Creio que quem escreve e, aí não importa o gênero é aquele que deseja doar um pouco de si. Através dessa doação, permanecerá um pouco em quem o ler e em que ele tocar o coração. Sim, escrever para mim é conseguir tocar o coração das pessoas. Um desejo escondido, ou não, de imortalidade. Permanecer vivo dentro de cada um que for cativado. Daí, sua alma revelada se propagará como cauda de cometa que uma vez vislumbrada jamais será esquecida.
            Desejo de identificação vem embutido nesta ideia de atingir pessoas, generosidade se inclui por dar caminhos mágicos para aqueles que sofrem esquecerem as tristezas e ver um mundo diferente, mais belo, ou não, através de realidades diversas que mostrarão outros paradigmas fazendo com que possa ocorrer outra resposta do interlocutor.
            Sempre será produtiva a interação entre escritor e leitor, pois até quando não há identificação, há um posicionamento, questionamentos, ou, simplesmente se constituir em um produtivo momento de leitura.
             Creio, acima de tudo, que o escrever se constitui em um processo de autoconhecimento advindo disto uma resposta extremamente positiva para quem escreve. Pode se constituir em um processo de catarse, que também é válido. Aquele que escreve é alguém que se desnuda diante de si mesmo e do leitor. Alguém nu, sem subterfúgios, portanto, sem armadilhas, confiável, espelho para o outro que souber olhar com atenção e respeito.
                     Isabel C S Vargas
                    Pelotas/RS/BRASIL
           







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