Em uma cidade de interior com colonização portuguesa,
alemã, italiana e francesa havia localidades específicas onde eles se
radicaram.
Na região
de colonização francesa havia ruas tipicamente de colonização francesa. Lá
viviam várias famílias que com o passar do tempo foram mantendo os hábitos e
costumes de sua terra natal.
Eram
construções sólidas, algumas com altos muros, portões de madeira, jardins,
alguns empregados e uma vida pacata.
Alguns tinham
grandes áreas de terra nas quais criavam gado de leite, mantinham plantações e
viviam daquilo que produziam.
Nesta região
viviam alguns colonos. Entre as famílias vivia uma com filhos homens entre os
quais havia um rapaz com cerca de 18 anos que algumas vezes vira Blanchet,
filha de um casal de origem francesa, na missa na igrejinha principal da localidade.
Sempre a admirara desde pequena, mas nunca falara com ela porque a acreditava inatingível
para um rapaz filho de colonos. Este foi um dos motivos que fez com que Antônio
fosse um estudante dedicado, pensando em prosperar, sem se preocupar com o fato
de seus pais terem também um pequeno pedaço de terra com o que sempre se
mantiveram, apesar das dificuldades ocasionais.
Alguns
anos decorreram desde que a viu. Uma simples troca de olhar na igreja que se
repetiu algumas vezes que a encontrou na missa, nas festividades de Natal, na
missa de Páscoa.
Agora com
dezoito anos Antônio entrara para a universidade pública para fazer veterinária
e assim ter a perspectiva de poder ter um belo futuro o qual dividiria com Blanchet
se ela o quisesse e esperasse por ele.
Foi com este propósito que tomou
coragem e foi bater à casa da moça para falar com ela e seus pais.
Como
seria recebido? Ela o receberia e aceitaria?
Qual a
reação de seus pais? Nada disso saberia se não tomasse coragem.
Foi com
fé e esperança que segurou a aldrava do portão e bateu forte para se anunciar.
Isabel C
S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
19.O7.2O15
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