domingo, 11 de dezembro de 2016

MEU TEXTO EM REVISTA LITERÁRIA CAFÉ COM LETRAS/ACADEMIA ALTO

Salvem o planeta

 Isabel C. S. Vargas*

 A natureza pede socorro imediato porque muitas são as catástrofes ocorrendo simultaneamente: o derrubamento das florestas (sobretudo o desmatamento da Amazônia), enchentes, secas, tempestades, tufões, tsunamis, entre outros terríveis eventos. Além disso, a poluição ambiental é outra realidade irrefutável. Rios e mares são poluídos com o derramamento de óleo, ocasionando uma enormidade mortandade de peixes, e resíduos industriais poluem os mananciais de água em quase todas as cidades. Também a falta de conscientização da população é outra realidade preocupante. O uso indiscriminado da água, por exemplo, cada vez mais a escasseia. É preciso o uso controlado e consciente da água, pois gastar menos é o mais inteligente a se fazer. Criar mecanismos de reaproveitamento da água é imperioso em variados setores, já que, com a falta d’água, não sobrevivemos e várias espécies irão desaparecer. Infelizmente, de todas as espécies que habitam o planeta é o homem o ser mais danoso. Os animais matam para sobreviver, porém o homem mata por prazer e comércio. Com o tempo, o homem já extinguiu inúmeros seres vivos e continua a colocar em risco inúmeras espécies da natureza, como, por exemplo, as aves. A propósito disso, vou relatar o projeto de preservação das araras-azuis que ocorre em nosso país. As araras-azuis são uma espécie silvestre quase em extinção, havendo restado poucos indivíduos em locais que eram áreas particulares. Em tais áreas, como não havia segurança nem proteção, em pouco tempo elas desapareceriam. Então, tendo sido criada uma ONG com o objetivo de dar proteção a essas lindas aves, a organização adquiriu os hectares onde elas viviam e transformou a propriedade num parque. Essa reserva especial passou a contar com seguranças e foi declarada a proibição da caça predatória, que geralmente é feita com fins meramente comerciais. A região em que está a reserva é inexplorada, sendo hoje um santuário repleto de paredões rochosos imensos. As aves encontram nichos nas paredes e lá deixam os filhotes até que estes tenham a autonomia de empreender voo próprio. Alguns dedicados biólogos fazem aí o seu trabalho, inicialmente encontrando as pequenas aves e depois colocando um chip e um anel em cada uma. Por esse método, o monitoramento e os cuidados destinados às araras-azuis são melhor efetuados e isso aumenta as condições de sua sobrevivência. O trabalho é genial e, para se ter uma ideia, os biólogos só conseguem chegar até elas fazendo rapel nos paredões rochosos. Decorridos menos de dez anos da atuação da ONG, uma recuperação fantástica ocorreu com as aves e as araras-azuis passaram a existir aos milhares. Nos ninhos encontrados na região-dormitório de Canudos/BA, estimam os biólogos e veterinários, se reproduziram cerca de 50 novos seres. Cada casal de araras-azuis reproduz só um exemplar da ave por vez e a quantidade não atingia 400 indivíduos em 2005, mas hoje é de cerca 1.300. Como as araras já foram uma das espécies mais perseguidas da nossa fauna, certamente é uma notícia alvissareira haver hoje tantas novas araras. Para quem deseja um planeta com uma biodiversidade rica e livre dos traficantes de animais silvestres, a comemoração é mais do que válida. Mas a luta segue e é preciso firmeza. Por isso, não bastassem tantos maus cuidados e agressões de que o nosso planeta é vítima, o que redunda na destruição da camada de ozônio, 79 coloca em risco a vida e causa enfermidades como o câncer de pele, ainda há o perigo do degelo das calotas polares – o que seria definitivamente catastrófico. Outro procedimento importante é o uso de energias alternativas, limpas e sustentáveis, que causem menos danos ao meio ambiente. Afinal, todos os desequilíbrios existentes propiciam a ocorrência de novos cataclismos e isso gera novos danos inevitáveis. Salvar a natureza é obrigação de todo ser humano consciente e cada um deve fazer a sua parte. ________________________________________


 * É escritora, reside em Pelotas/RS e é membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni.


Revista_Literaria_Cafe_Com_Letras(MIOLO).pdf

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