OS CAMINHOS DE CADA UM
“Embora ninguém possa volta atrás e
fazer um novo
começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” Chico
Xavier
Luzia
era muito jovem quando conheceu Rodrigo. Começaram a namorar. Ambos tinham
talento e inclinação para a música. Começaram tocando na igreja. Fizeram um
grupo com outros amigos e seguiram tocando aos finais de semana. Ambos
sentiam-se bem, pois era uma ocasião para ficarem mais tempo juntos.
Ele desejou ir mais além do que faziam e formou um conjunto para tocar
em bailes e eventos sociais, comerciais e de entretenimento em bares. Ela como
tinha uma voz muito bonita foi ser a vocalista do conjunto.
Ele era autodidata e tocava vários instrumentos: teclado, violão, baixo,
bateria.
O que antes era uma atividade lúdica de final
de semana e com finalidade de colaborar na paróquia que frequentavam, tornou-se
meio de vida de ambos.
Passaram-se os anos e eles namorando, até noivaram e seguiram tocando em
toda a região. Assim mesmo, ela conseguiu fazer faculdade e com essa etapa
concluída queria trilhar novos caminhos. De adolescente ela passou a ser uma
jovem com um caminho de amadurecimento já percorrido e desejando sair daquela
vida de viagens e festas. Também queria exercer a profissão para a qual havia
se habilitado. Enfim, o caminho por ela percorrido havia enriquecido seu
interior e ele queria seguir só na música. Não fora fazer nada além do ensino médio
e achava que estava ótimo daquela maneira. Havia ficado estacionado em um mesmo
lugar e não se dispunha a ultrapassar nem contornar obstáculos nem para casarem
nem para crescer como pessoa ou profissional. A relação se desgastava e eles não
evoluíam um passo para seguir em frente.
Ela tomou
a decisão. Abandonou o grupo e foi trabalhar. Não conversavam sobre que atitude
tomar. Ela pressionava e ele nada fazia, até que ela descobriu que ele a traía.
Havia enveredado por atalhos não imaginados por ela. Decepcionada o deixou,
repartiu os bens adquiridos durante o noivado e foi viver sua vida.
Nunca
mais cantou nem no grupo da igreja embora seja religiosa.
Trilha
seu caminho sozinha.
Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/
14.O1.2016
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