APRENDENDO E ENSINANDO NOVOS CAMINHOS/CRÔNICA
Durante a infância e juventude minha vida era muito restrita pelas dificuldades econômicas naturais. Não saía aos finais de semana, nem em período de férias. Só fui saber o que era isso depois de casar por ter melhores condições, pois meu marido e eu trabalhávamos, e com ele tinha companhia para sair e descobrir novos caminhos a serem percorridos. Outros fatores, além do financeiro também nos impedem de descobrir outros caminhos, belas paisagens: o medo. Quando os pais por medo tolhem muito os filhos eles se tornam inseguros, ficando cerceados pela excessiva proteção.
Nossos passeios começavam nos finais de semana saindo para a zona rural onde desfrutávamos de belos caminhos, como estradas coloniais de terra batida, arroios, cachoeiras, belas plantações. Uma delícia.
Nos períodos de férias sempre íamos para a praia no litoral sul do Rio grande do Sul, no litoral norte e depois para o litoral de Santa Catarina.
Também usufruíamos do descanso nas margens da Lagoa dos Patos.
Sempre viajávamos com os filhos. Viajar é desbravar caminhos nunca dantes visitados, é abrir horizontes, é ensinar de forma lúdica. Ensinamos sobre o local, sobre os costumes, ensinamos comportamento, enfrentar situações novas, agir com responsabilidade e segurança.
Mais tarde, passamos a levá-los nas viagens para fora do país, no nosso vizinho Uruguai e Argentina. Desfrutamos de locais belíssimos, convivemos com costumes semelhantes aos nossos e outros bem diferentes.
Sem sombra de dúvida, são mais contidos e respeitosos.
Meu marido, certa vez foi ao Chile e levou minha filha com 12 anos. Foi sua primeira viagem de avião. Medo? Que nada, nem pestanejou e enfrentou o desafio bem radiante. Os caminhos novos nos dão experiências que servem para a vida toda.
Posteriormente, em decorrência de compromissos viajou só para São Paulo e Brasília, com dezesseis anos.
Caminhos são etapas de crescimento que as pessoas devem percorrer. Desvendar novos é salutar. E são as vivências, as conquistas pessoais que oportunizam aprendizado e crescimento interior que levamos quando passamos para o plano espiritual. É o que dá prazer ao espírito, que é o mais importante. Bens materiais não são levados em conta. São irrelevantes.
As pessoas quando chegam à velhice ou terceira idade, muitas vezes pensam não ter mais nada a desvendar; que já trilharam todos os caminhos possíveis. Engano. Nas pequenas coisas podemos descobrir coisas novas. Vive de forma sedentária? Disponha-se a um exercício físico que melhora a saúde. Vai sempre ao mesmo supermercado ou na mesma padaria? Mude. Experimente o sabor de outro pão. Seu trajeto é sempre o mesmo ao ir à igreja? Altere. Faça o caminho mais longo. Além de caminhar mais, que é saudável, terá novas visões, verá novos jardins.
O horário de levantar é sempre o mesmo? Altere. Conceda-se um pouco mais de descanso quando estiver cansada.
Tem sempre o mesmo cardápio durante a semana? Mude. Inove, invente, troque.
Ao assistir televisão senta sempre no mesmo lugar? Experimente outro ângulo da sala.
A regra é testar sua capacidade de observar novos caminhos, novos horizontes através de pequenas mudanças na sua vida diária.
Leia, saia, dance novos ritmos e terá grata surpresa ao descobrir uma pessoa mais feliz ao fim de cada caminho.
Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
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