A imortalidade
é algo que surge nos pensamentos dos adultos. A criança não tem condições de pensar
nisto, além de viver o fantástico, sem dimensionar tempo com lógica e clareza.
Dizem que
toda pessoa deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Qual o
objetivo destes três feitos senão deixar algo para a posteridade?A intenção? Ser
imortal. Viver além de seu tempo. Deixar um legado, algo que conte sua história
quando ele não mais estiver aqui.
Já plantei
muitas árvores com meu marido, Não pensando na imortalidade, mas por prazer. Lembro
de uma vez plantar vinte e oito pessegueiros, plantamos pinheiros e coqueiros.
Tive quatro
filhos e já tenho netos que garantem a imortalidade pelo menos, em seus corações.
Sempre
gostei de escrever e tive facilidade nisso. Lembro quando fiz o vestibular de
ver o aluno da classe ao lado ficar divagando em pensamentos por mais de uma
hora até começar a escrever algo, enquanto eu escrevia duas laudas.
Comecei a
escrever, efetivamente, embora já tivesse publicado textos profissionais na década
de noventa, em dois mil e cinco. Comecei escrevendo, exatamente isto, crônicas
e publicando em jornais locais, Diário Popular e Diário da Manhã. Mas foi neste
último que me fixei e é nele que publico até hoje. Tive publicação em jornal de
circulação fora do estado e em Portugal. A partir das publicações criei o primeiro
blog o que fez surgirem convites que não pararam mais. Hoje escolho entre
tantas ofertas em qual colocar meus textos, até porque há ofertas muito fora da
realidade, pelo menos da minha. Já publiquei dois livros individuais, dois e-books
e uma quantidade significativa de participação em antologias e coletâneas.
Os livros
que participo ofereço aos amigos, a familiares, já ofereci em palestra e dôo para
campanhas. Não vendo livros.
Tenho
consciência de que nos momentos mais dolorosos de minha vida, se não colocasse
meus sentimentos no papel, ou em um texto no comutador, creio que teria
adoecido seriamente. Organizei através da escrita minha dor e elaborei meu luto
nas linhas e entrelinhas mais difíceis de minha vida. E o faço até hoje só que
com a dor cabendo dentro do peito, confortada em minha fé e certa de que a
aceitação é o melhor caminho. Sobrevivi quando não achava que seria possível e
acreditei não ser capaz. Passo aos outros minha experiência procurando ser positiva
e mostrando que podemos ser fortes.
Não pensava
em imortalidade ao começar a escrever, mas em empreender uma nova atividade que
para mim é prazerosa. Para minha família, sim, creio que serei imortal por umas
duas ou três gerações, quem sabe, e através do que escrevi se não se perder nas
brumas do tempo.
Isabel C
S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
O6.1O.2O15
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