segunda-feira, 24 de setembro de 2018

TEXTO 71/2018 /EXÍLIO




Exílio

Privada de meus maiores afetos,
raízes das quais sou resultado,
daquele que  escolhi por companhia,
e de quem perpetuaria o nome 
de nossa instituição familiar,
nosso fruto mais novo,
até o final de minha existência terrena,
percebo-me sem território emocional
para retornar com este invólucro.
Exilada de minha casa anterior
na qual sou uma estranha 
e não mais me reconheço,
e na atual ,sozinha,
no leito deserto,
na refeição solitária
no diálogo interior infinito
repleto de porquês e até quando
identifico-me como alguém a vagar
sem território   de retorno
à espera de algo novo
que me devolva à vida.
Sem rumo, sem objetivo,
tarefa lúdica ou enriquecedora,
esquecida de meus gostos e preferências,
sem perspectiva,
com a saúde a me abandonar
recolho migalhas intermitentes
para ludibriar o vazio emocional
que preenche o que sobrou de mim.


Isabel C S Vargas
22.09.2018



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