domingo, 20 de maio de 2018

TEXTO 45/2018/ A ESCRITA COMO INSTRUMENTO DE PAZ



          “Escrever é um verbo intransitivo, o meu modo de rezar” Mia Couto



        Há uma técnica que se aplica em grupos como forma de desabafar, livrar-se dos problemas e, sobretudo, aprender a superar o que incomoda sem magoar outras pessoas. Consiste em pedir que escreva em uma folha em branco aquilo que perturba. Após, amassar bem e abrir para ver se o mesmo volta a ficar liso como antes. Por mais que se tente ele não fica igual. Pois bem, com os indivíduos isso também ocorre. Por que soltar palavras que possam ferir, romper vínculos, ou, simplesmente, ferir? Superar, sublimar, ser resiliente é a melhor opção. Não é fácil, mas é possível. Não é desejar ser santo, mas ser uma pessoa melhor a cada dia. Parece impossível em uma época que vivemos, intensamente, uma vida virtual. E, neste ambiente, observamos muita agressão, muitas palavras raivosas, falta de respeito com o outro, embora tenha muitos aspectos positivos para todos, para as relações interpessoais, sociais, comerciais em qualquer parte do planeta.
Impossível retornar ao sistema anterior, e nem queremos tal, o que desejamos é que neste ambiente se sobreponha o bom senso,
Observamos em vários grupos xingamentos, palavras grosseiras, agressões verbais gratuitas por que não gostou do que leu. E o pior é que o escrito corresponde a opinião de outro que não endereçou nada àquele suposto interlocutor que leu e respondeu de forma desastrosa.
É preciso um autopoliciamento, autocontrole para não sair ofendendo criaturas que não conhece, não sabe a história nem os motivos de escrever o que colocou na rede.
Escrever é um ato importantíssimo. Podemos estabelecer pontes, criar vínculos, tocar as pessoas, oferecer exemplos positivos, educar, criar empatia, então que sejam sempre dizeres que façam bem, que ajude a superar situações difíceis vivenciadas, ou que ofereçamos momentos de lazer, de ludicidade, de crescimento.
Temos muita responsabilidade ao escrever pela extensão do que dizemos e de quem atingimos, pois abrimos o coração, falamos do pessoal, das nossas convicções. É algo muito pessoal. E mesmo sendo assim ainda encontramos quem tenha coragem de copiar textos que são publicados e reproduzir sem citar a fonte. Felizmente, podemos nos reportar ao local onde foi publicado e solicitar a retirada de tal texto o a colocação dos devidos créditos.
Pensemos no que desejamos para nós, para nossos entes mais caros e façamos dos ambientes que frequentamos, quer físico, virtual ou literário ambientes de crescimento como pessoas, de engrandecimento da raça humana promovendo através do que escrevemos sentimentos de harmonia, gratidão e paz.

                                                                                Isabel C S Vargas
                                                                                 Pelotas/RS/Brasil

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