“Escrever
é um verbo intransitivo, o meu modo de rezar” Mia Couto
Há uma técnica que se aplica em grupos
como forma de desabafar, livrar-se dos problemas e, sobretudo, aprender a
superar o que incomoda sem magoar outras pessoas. Consiste em pedir que escreva
em uma folha em branco aquilo que perturba. Após, amassar bem e abrir para ver
se o mesmo volta a ficar liso como antes. Por mais que se tente ele não fica
igual. Pois bem, com os indivíduos isso também ocorre. Por que soltar palavras
que possam ferir, romper vínculos, ou, simplesmente, ferir? Superar, sublimar,
ser resiliente é a melhor opção. Não é fácil, mas é possível. Não é desejar ser
santo, mas ser uma pessoa melhor a cada dia. Parece impossível em uma época que
vivemos, intensamente, uma vida virtual. E, neste ambiente, observamos muita
agressão, muitas palavras raivosas, falta de respeito com o outro, embora tenha
muitos aspectos positivos para todos, para as relações interpessoais, sociais,
comerciais em qualquer parte do planeta.
Impossível retornar ao
sistema anterior, e nem queremos tal, o que desejamos é que neste ambiente se
sobreponha o bom senso,
Observamos em vários
grupos xingamentos, palavras grosseiras, agressões verbais gratuitas por que
não gostou do que leu. E o pior é que o escrito corresponde a opinião de outro
que não endereçou nada àquele suposto interlocutor que leu e respondeu de forma
desastrosa.
É preciso um
autopoliciamento, autocontrole para não sair ofendendo criaturas que não
conhece, não sabe a história nem os motivos de escrever o que colocou na rede.
Escrever é um ato
importantíssimo. Podemos estabelecer pontes, criar vínculos, tocar as pessoas,
oferecer exemplos positivos, educar, criar empatia, então que sejam sempre
dizeres que façam bem, que ajude a superar situações difíceis vivenciadas, ou
que ofereçamos momentos de lazer, de ludicidade, de crescimento.
Temos muita
responsabilidade ao escrever pela extensão do que dizemos e de quem atingimos,
pois abrimos o coração, falamos do pessoal, das nossas convicções. É algo muito
pessoal. E mesmo sendo assim ainda encontramos quem tenha coragem de copiar
textos que são publicados e reproduzir sem citar a fonte. Felizmente, podemos
nos reportar ao local onde foi publicado e solicitar a retirada de tal texto o
a colocação dos devidos créditos.
Pensemos no que desejamos
para nós, para nossos entes mais caros e façamos dos ambientes que
frequentamos, quer físico, virtual ou literário ambientes de crescimento como
pessoas, de engrandecimento da raça humana promovendo através do que escrevemos
sentimentos de harmonia, gratidão e paz.
Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
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