FOGUEIRA CIGANA (PROSA)
O fogo é algo de suma importância na história da
humanidade. Foi a partir de sua descoberta que o homem passou a fazer
utensílios de aço, de ferro e de cobre, a cozinhar os alimentos.
Da sua utilização doméstica
surgiu a utilização para toda a comunidade.
Espantavam os animais selvagens,
davam sinais aos demais, utilizavam para iluminar a chegada das embarcações na
costa. Faziam as fogueiras com diversas finalidades.
O fogo servia para salvar os indivíduos do frio.
Na cultura cigana o fogo faz parte de um ritual milenar. Ao acender a
fogueira o objetivo não é só dançar ao seu redor, mas invocar seus ancestrais.
É um momento de muito respeito e reverência. Pode ser um ato de iniciação.
Ao acender a fogueira e dançar, estão a pedir boas energias,
esperança, confiança, vida longa e prosperidade.
Os movimentos, que fazem ao dançar em volta da fogueira, agita o ar que
alimenta as chamas e renova as energias. Trata-se de um ritual usado,
inclusive, em nascimentos, casamentos, batismos e desencarne.
São as mulheres que dançam. Não importa a idade. Cada dança é diferente
da outra, representando a ancestralidade própria.
Dizem que é possível ver o espírito de cada uma executando a dança ao
redor da fogueira.
É de grande importância que todas as mulheres ao dançar não sintam
sentimentos mesquinhos, como inveja, ódio, raiva, disputa ou incompreensão.
O importante são as energias boas.
Na dança revelam sua história, seus amores, suas alegrias e tristezas.
É como se exorcizassem todas as coisas negativas.
Um lindo processo de catarse e renovação.
Diria que a dança cigana ao redor da fogueira alivia o coração de quem
dança, tornando-a uma pessoa mais feliz.
Isabel C S
Vargas
Pelotas/RS/
13.07.2017
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