quinta-feira, 13 de julho de 2017

TEXTO 81/2017/ CONTO/ MISTÉRIOS DA NOITE

                                                MISTÉRIOS DA NOITE



Rita é jovem, bonita, mora sozinha há oito anos. Trabalha, tem seu carro, anda por todo lugar sem temor, principalmente durante o dia.
Além do trabalho, realiza várias atividades em grupos com a finalidade de auxiliar as pessoas carentes. Nesta tarefa, geralmente andam em grupos de casais e de jovens, todos misturados a fim de evitar perigos, pois levam alimentos para os moradores de rua e recolhem pessoas que usam drogas e que desejam se internar por vontade própria.
Dedica-se a fazer o bem às pessoas e aos animais. Sempre carrega no carro, ração, para aqueles que encontra faminto pela rua.
Geralmente, costuma dizer ao conhecer uma pessoa nova com que não simpatiza, que seu santo não combinou com o da referida pessoa. Sempre atribui os acontecimentos a uma ligação divina, superior.
Certa ocasião, deveria viajar bem cedo na manhã seguinte e, como estava próximo à rodoviária, resolveu passar lá para comprar a passagem, embora, seu costume seja fazê-lo pela internet. Resolveu ganhar tempo.
O local de estacionamento dos veículos no entorno, fica ao lado de um campo e dependendo da quantidade de carros, pode estar meio deserto.
Era por volta das 23 horas. Estacionou e tão logo saiu do carro viu um homem que lhe pareceu suspeito. Assustou-se. Com rapidez, afastou-se dali, atravessou a rua, subiu a rampa e foi ao local de emissão de passagens que ficava do outro lado do prédio. Fez o que devia e retornou ao local pensando no indivíduo que tinha visto. Não havia guardas, os taxistas eram mais distantes.
Aproximou-se do carro e percebeu que o pneu do carro estava furado. Parou. Olhou ao redor e mais adiante o mesmo homem. Se ela fosse até o carro e passasse para o lado do motorista ficaria mais perto dele. De imediato, seu pensamento foi para Deus, em quem sempre encontra amparo.
Como em resposta ao seu pedido interior surge a seu lado um cão. Olha para ela e fica a seu lado. Ela afaga sua cabeça e diz a ele. Não sai de perto de mim. Ele parecia entender.
Ela pega o celular e liga para o pai relatando o que estava acontecendo e pedindo que ele viesse socorre-la. O pai diz que ela procure ir para dentro do prédio da estação e que não desligasse o telefone. Ela começa a fazer a volta, lentamente. O homem dá alguns passos e chama a atenção do cão. Daquele momento em diante ele não mais parou de latir para o indivíduo que a ameaçava, e só se acalmou quando seu pai chegou e foi ao seu encontro.
Ela agradecida, abraçou o cão e o agradeceu, justificando que morava em um apartamento pequeno e que não poderia leva-lo com ela.
Ao contar, em família o ocorrido, o tio logo disse: E tu achas que era só um cão que estava ali?
Quando ela se mudou adotou um filhote de rua, que estava para adoção.
Fico pensando nas diversas formas que os anjos podem se apresentar para os humanos.
Penso em mim mesma, que se não fosse pelos meus cães, teria medo de morar na praia, sozinha, já que sempre vivi cercada de pessoas. São eles que me dão força.
Coisas que não se explicam. Ou nós que não percebemos as explicações que podem estar diante de nós.

                                 Isabel C S Vargas

                                  11.07.2017





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