CRISTO CONTEMPORÂNEO
“Pai perdoe, eles não sabem o que fazem”
Jesus
Cristo
Meu conto, não sei se, caberá enquadrá-lo
na ficção fantástica, mas, certamente, tratará de uma situação fantástica.
Envolve atualidade, realidade, atitude
inédita e confiança, a mesma que Jesus teve em seu Pai. Entregou-se para salvar
a humanidade.
A minha protagonista, também,
entregou-se em doação, pela humanidade, mas ao contrário dos algozes de Jesus,
sabendo e confiando que “eles sabem o que fazem”.
Josué era um pai de
família comum, trabalhador, casado, dedicado aos familiares, esposa e filhos.
Cada um a seu modo era feliz vivendo em uma família unida, pacata, religiosa e
trabalhando em suas respectivas atividades que lhes proporcionava além do
suprimento das necessidades, muita satisfação pessoal e profissional porque
faziam o que gostavam.
A vida mudou quando descobriram
a enfermidade da esposa. Foi um choque
inesperado. Mas, como eram confiantes na providência divina não arrefeceram os
ânimos e começaram a procurar novos diagnósticos, novas esperanças a fim de
curá-la.
Infelizmente não obtiveram
sucesso. Era uma doença rara da qual os pesquisadores não sabiam a cura, nem
sequer a origem e tratamento.
Durante três anos foi uma
verdadeira via crucis procurando o que pudesse amenizar a dor dos familiares e
o sofrimento físico e emocional dela.
Apesar de tudo, ela seguia o
curso de seu martírio. Os médicos experimentavam medicação, faziam exames dos
tipos mais recentes e adiantados e nada de ser descoberto o diagnóstico da
enfermidade. Até que o tempo inexorável cumpriu sua tarefa e Dora faleceu.
Após o choque começaram as
pessoas a perguntarem sobre o funeral, local, horário, etc. Foi neste momento
que todos, inclusive os filhos tiveram a maior surpresa e prova de abnegação,
despojamento, doação em prol de toda a humanidade.
Ela havia confidenciado ao
esposo o seu desejo ao qual ele prometera cumprir
mesmo com sofrimento, mas
misturando este sentimento ao imenso amor e, agora, imenso orgulho que nutria
pela decisão tomada. Não haveria funeral. Ela doara seu corpo para a
universidade para ser fonte de pesquisa e estudo para descobrir a enfermidade
que era portadora.
Entregara-se por amor e em
confiança naqueles que ela sabia o que faziam.
Ela também sabia.
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