Quando pensei em falar sobre um dia em minha vida, a princípio,
pensei em falar sobre o acontecimento mais trágico de minha vida a partir do
qual tudo mudou. Mas, embora isso não saia de meu coração e de minha vida,
decidi optar pela vida. E, não é em aspecto literário, mas real. Lembrei-me do
dia da conversa com minha filha sobre a sua gravidez.
Ela tinha
dezoito anos estava no primeiro ano de universidade e tinha um namorado. Naquele
mesmo ano, ao final do ano era a formatura de minha filha mais velha na
universidade e antes disso em outubro o baile de debutantes da menor. Mas, como
dizem que mãe tudo sabe e tudo sente, já estava percebendo que algo estava
errado ou diferente. Disse a ela: Não vamos estragar esse acontecimento dos
quinze anos de tua irmã. Uma semana não fará diferença. Semana seguinte
sentaremos com teu pai e conversaremos os quatro. E assim foi feito.
A primeira
coisa que fizemos foi perguntar se ela tinha algo a nos dizer, ao que ela
respondeu que sim e completando disse que estava grávida. Até hoje, a minha
reação me surpreende, pois pensava que o dia que isso ocorresse iria chorar, fazer um drama. Eu respondi: Ainda
bem. Poderias estar doente, mas não, é uma vida que vem aí. O que vocês
pretendem fazer? Eles disseram que queriam casar, mas não tinham condições. Nós
ajudaremos retruquei. Meu marido nem queria que eles casassem, mas para mim ela
ficar solteira com filho era algo que não admitia. Impus como condição para ela
casar, pois necessitava de nossa autorização, em função de não ter sido, ainda,
alterada a maioridade para as mulheres que ela não abandonasse a faculdade. Conversamos
com os pais dele e em dois meses realizamos o casamento.
Esta
minha neta viveu sempre à nossa volta e para meu marido e eu era um quinto
filho. Foi a única que conviveu muito com o avô, pois quando nasceu nosso
segundo neto meu marido mal podia segurá-lo em virtude da doença.
Creio que é de minha natureza optar sempre pela vida, pelas boas
energias, pela alegria. Hoje tenho cinco
netos que são meu estímulo para viver muito.
Isabel C S Vargas
03.02.2016
03.02.2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário