Uma das
coisas que mais tem me tocado ao ver televisão é o desatino da situação dos
imigrantes fugindo da guerra, da destruição, perseguição, buscando condições de
vida na Europa.
Desde os
tempos bíblicos que os povos fazem estas peregrinações com muita dificuldade e
sofrimento.
Fizeram
nos tempos antigos fugindo dos bárbaros, nas cruzadas, e fizeram na guerra. Um
sofrimento que faz doer até hoje quando ouvimos histórias destes tempos de tão
pouca humanidade e tolerância. Jamais pensei ter isto em vários noticiários a
cada dia, dentro de minha casa e assistir a impotência mundial. Ou será falta
de vontade política?
Aqui
no Rio Grande do Sul temos grande quantidade de imigrantes haitianos que são
recebidos em Caxias do Sul com empregos ofertados na indústria e apoio da
pastoral para sobreviverem.
Outros
estados também estão recebendo imigrantes.
Temos o
caso de imigrantes escorraçados também na América do sul.
E em
que tempo isso irá cessar?
As
pessoas morrendo no mar mediterrâneo nas embarcações que afundam por excesso de
gente transportada, clandestinamente, sem condições, fazem lembrar a época do
tráfico de escravos quando os navios eram afundados sem dó e milhares de
escravos morriam como animais enjaulados sem qualquer chance de sobrevivência.
É
abominável que esses milhares de pessoas ainda morram no século XXI sem que os
países da Europa ofertem generosamente a entrada e o asilo mesmo que
sem condições mais privilegiadas, mas com alimento,
condições sanitárias, compaixão e fraternidade.
Homens,
mulheres, crianças, idosos, famílias inteiras em uma marcha impiedosa através
dos países, enfrentando truculência nas fronteiras sujeitos a passarem alguns
membros da família e outros ficando à mercê da sorte.
Eu
questiono o papel e a atuação mais contundente, que está faltando por parte da
ONU, quando se faz necessário menos discurso e mais atitude, mais rapidez nas
ações evitando que o cansaço, a falta de alimentação, o estresse e as condições
de vida sob a intempérie causem doenças coletivas levando mais imigrantes à
morte, já não bastando os náufragos existentes até agora.
É
sabido que a Itália há anos sofre com a quantidade imensa de imigrantes
africanos que lá chegam, assim como existiam restrições em Portugal a
determinadas profissões dos brasileiros que iam lá trabalhar e em condições
mais privilegiadas do que a dos imigrantes da atualidade.
É
notória a situação econômica da Grécia que é uma das portas de entrada da
Europa para muitos, mas aí é que acho importante um esforço entre países,
intercontinental, quiçá em nível mundial de oferecer guarida a estes sofredores
imigrantes que fogem da guerra, a pé, cruzando centenas e até milhares de
quilômetros em busca de paz, liberdade e trabalho.
Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
O8.O9.2O15
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