Antônio conheceu Cristina e começaram a namorar alguns meses
depois, mas só se encontravam em época de férias, feriados e alguns finais de
semana visto que cada um morava em uma cidade. Três horas de viagem. Ele na
faculdade e ela no ensino médio.
Certa ocasião a avó de Antônio hospitalizou-se bem em seu período
de férias e na cidade de Cristina já que havia parentes dele na cidade.
Avó e neto eram muito ligados, então para auxiliar nos
cuidados dela os namorados passaram a se encontrar no hospital. Sempre que
havia mais pessoas no quarto eles procuravam dar uma escapada para namorar no
jardim. Embora sendo um jardim interno de uma casa de saúde, afora a imagem
sacra que havia, que dava um ar mais sério e religioso, o local era de tranquilidade
para os parentes dos enfermos rezarem e meditarem, eles iam para namorar em
meio aquela beleza de local sempre bem cuidado, com coqueiros, pinheiros, plátano,
salso chorão, arbustos e uma grande quantidade de flores de todas as cores. As
várias cores dos hibiscos encantavam: rosa, vermelho, laranja, amarelo além de
outras flores mais singelas, como dama da noite, brincos de princesa, boca de
leão, dálias, roseiras. Cris e Totonho
esqueciam que era um local onde muitos saíam curados, mas outros tantos padeciam
e seus familiares buscavam aquele jardim em um momento de angustia e quiça nem
todos reparassem em sua beleza. Eles só percebiam a energia positiva que
emanava da natureza ali tão bem preservada e de seus corações envolvidos em
sentimentos novos.
Muitos
passeios deram naquele jardim, inebriados pelos sentimentos que nutriam um pelo
outro, pelo perfume das flores e a calma reinante. Ali prometeram retornar no
futuro, mesmo sem ter ninguém ali hospedado e se o seu namoro durasse para
agradecer junto à imagem sacra.
Isabel C S Vargas
Pelotas/RS/Brasil
15.O6.2015
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