Já escrevi sobre este tema.
Interessante que a descrevia como algo horrível.
Temia a palavra, a situação e
suas circunstâncias. E, não foi há muito tempo, não.
Alguns poucos anos.
Acreditava que da solidão não
resultaria nada bom. Pois bem, o tempo passou, vários acontecimentos, trágicos inclusive,
sucederam-se e hoje me encontro só. E isto não me apavora. Sinto a falta
daqueles que se foram e não mais estão neste plano. Mas estão em meu coração e
em uma infinidade de lembranças. Estarão sempre fazendo parte de minha vida
quando suas lembranças me fizeremeu sorrir e, até mesmo quando lágrimas
brotarem de meus olhos. Compreendi que posso me sentir feliz por tê-los tido
comigo durante anos.
Creio que estes acontecimentos e
a idade me fizeram assimilar este estado como natural.
Todos iremos embora algum dia. Os
que casam desejam seu espaço. É a vida segue seu curso natural. Comigo não foi
diferente.
A sensação que tenho não é de
amargura nem revolta. É sensação de paz, dever cumprido.
Fiz o meu melhor, só que isto não
impede que o tempo siga irremediável e jamais volte em si mesmo. E, por isso,
ele nos dá, nos tira, nos dá novamente, a oportunidade de nos encantarmos com
coisas novas, momentos novos, que não substituem os outros, mas nos renova,
apresentando a oportunidade de vivências maravilhosas , que nos dão a sensação
de eternidade, na medida em que nossos frutos estão nascendo, desabrochando e
começando um novo ciclo que nos ensina , sobretudo, sobre o ciclo natural de
todo ser vivo. Nascimento, crescimento e morte. Temos que aproveitar e viver
entre estes ciclos. E, depois ainda há o renascimento para uma nova vida, mas
sobre isto nada posso falar, pois não vivenciei, minha fé é que me aponta para
ele.
E, tendo vivido em toda a
plenitude, tudo de belo que a vida poderia me oferecer, e não me refiro a nada
material, aproveito estes momentos de encontro comigo, quando desfruto da
tranquilidade , do silêncio e do canto dos pássaros que me rodeiam livres para
recordar a beleza dos momentos vividos com todos que me são caros e que já se
foram e me preparo para o alegre e esfuziante encontro com os que ficaram e que
sempre voltam, porque o amor cria laços indestrutíveis que distância geográfica
não destrói.
Publicado no Diário da Manhã-Pelotas-RS
Data:2015.03.06 -sexta-feira-Tribuna do Povo-página 04
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