A imagem é linda e sugestiva, pois me remete, de
imediato, à imagem do Pequeno Príncipe a observar o mundo sobre o planeta. Falar
do Pequeno Príncipe é falar de seu autor: Antoine de Saint-Exupéry. Escritor,
ilustrador e piloto francês, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry. Suas
obras são caracterizadas por elementos
como a aviação e a guerra, visto que teve brilhante carreira de piloto militar
tendo seu desaparecimento ocorrido em um vôo que saiu da Córsega com o objetivo
de buscar informações sobre a invasão alemã no sul da França. Escreveu obras
relevantes como Cidadela, Terra dos Homens,o Aviador, Correio do Sul, Carta a
um refém,Piloto de Guerra e o clássico O Pequeno Príncipe que de início era
tido como livro infantil, mas na realidade, mostrou ser um livro de cunho filosófico,
carregado de simbolismos levando o leitor a refletir e repensar os seus
valores, o que , realmente, importa na vida.
A imagem mostra o príncipe, fazendo
uma analogia entre ela (a imagem) e o livro, ou uma intertextualidade, a pensar,
refletir e buscar aquilo que não se vê e que segundo ele, o autor, “Só se vê
bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos.”
Exupéry viveu em tempos de guerra, crueldade,
holocausto, o seu personagem vivia em um planeta do tamanho de uma casa, vindo
a chegar a Terra depois de conhecer a Rosa e foi o orgulho da rosa que o
desestabilizou em seu mundo indo à procura de respostas.
A guerra é movida por orgulho, poder,
posse. O orgulho leva nações à guerra como pode levar os homens a uma
interminável guerra interior.No mundo do Pequeno Príncipe havia a serpente e a
serpente é tentadora, poderosa, traiçoeira. È a serpente que tenta os
poderosos, assim como na Bíblia tentou Adão e Eva e tentou o Pequeno Príncipe
em seus inúmeros diálogos. Diálogos a que todos nós somos submetidos em algum
momento da vida. Geralmente, naqueles de dúvida, indecisão, incertezas, medos,
situações novas para as quais o homem se
sente despreparado. Em sua vida de desafio ela acaba engolindo os homens,
justamente nestes momentos de fraqueza.
É nos momentos de fraqueza que a
visão do homem fica turva, como se uma névoa cobrisse sua inteligência, sua percepção
e ele se vê em uma encruzilhada tendo de descobrir caminhos. É neste momento,
nos mais difíceis que o homem se defronta com verdades importantes, sobre os
verdadeiros valores e sobre o que é essencial. Nestas horas surge a luz e ele percebe,
segundo Exupéry, que não necessitamos de muito,
pois “a perfeição não é alcançada
quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser
retirado”. Orgulho, riqueza, poder, certamente, são coisas a serem retiradas
ficando as essenciais, como simplicidade, honestidade, verdade, caridade, fé na
vida, entendimento, fraternidade, amor. Só assim não existirá mais guerra, o
orgulho não será capaz de criar desestabilidade e cada homem encontrará entre a
névoa a sua rosa, a mais importante, pois eles terão cativado um ao outro e
assim se consumará mais uma importante frase de Saint-Exupéry:
“Aqueles que passam por nós não
vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
Em meio à névoa exterior ou
a névoa que encobre a percepção, a intuição, a razão do homem, surgirá um
arco-íris de motivos que o faça valorizar a vida, o ser humano, a verdade, o
amor e a paz. Os momentos obscuros serão sempre passageiros,
a fim de que
neles o homem cresça e cumpra sua missão de evolução.
Isabel C S
Vargas
Pelotas/RS/Brasil
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