sábado, 18 de novembro de 2017

ANTOLOGIA VIRTUAL DE OUTUBRO 2017 - PORTAL CEN - "CÁ ESTAMOS NÓS"

ANTOLOGIA VIRTUAL DE OUTUBRO 2017 - PORTAL CEN - "CÁ ESTAMOS NÓS"


XXIV EDIÇÃO - TEMA LIVRE

Realização Portal CEN - "Cá Estamos Nós"
 
Organização: Maria Beatriz Silva
(Assessora do Intercâmbio Cultural CEN - Brasil/Portugal)
Idealizador: Carlos Leite Ribeiro
(Presidente do Portal CEN – Portugal)

Parceiro: CCMB - Centro Cultural Maria Beatriz de Laje do Muriaé (RJ) – Brasil

Cumprindo com mais um dos nossos compromissos, com os ilustres autores e colaboradores do CEN, que não é promessa e sim de fato realidade, respeito, dedicação e amizade, concluímos na edição XXIV realizada pelo Portal CEN – “Cá Estamos Nós”, Portugal e em parceria com o Centro Cultural Maria Beatriz, Brasil a Antologia Virtual.
Apresentamos com grade satisfação aos inúmeros leitores desse majestoso Portal a grandiosa Coletânea Virtual do mês de outubro, composta por cento e trinta e três renomados autores.
Uma produção literária de talento, oferecendo uma leitura diversificada mostrando o belo que cada um tem para compartilhar.
O Portal CEN – Cá Estamos Nós e o Centro Cultural Maria Beatriz, agradecem a participação de todos e desejam boas vindas aos novos poetas e escritores que integram a esta edição.

Parabéns poetas e Escritores, que através de suas palavras em prosas e versos difundem pelo mundo o perfume do amor!


“Um escritor ou um Artesão que não tenha seu trabalho bem divulgado, poderá ser um diamante que se perde.”



ABÍLIO LEIO CODI NDILO
Quimbele (uíge) – Angola

A MENINA QUE ROUBOU MEU CORAÇÃO

Ela vai ler, mas não vai entender nada absolutamente, nem tão pouco vai perceber os esforços que eu faço para ela.
É metida briguenta por vezes um pouco chata, Só ela quem preenche o meu vazio, em todo calar da noite,
Adora falar, é algo que a identifica.
Meio concentrada por vezes fica assim meio perplexa.
É linda como a lua, tem o sorriso radiante com o raio.
É imperfeita, mas sabe fazer as coisas perfeitas.
Pergunta-me mesmo já sabendo a resposta.
Por vezes fica olhando-me sem eu perceber.
Dá-me todos os motivos para eu desistir dela.
Mas um único para que eu insista.
Basta ela falar que me calo, basta ela andar que eu a reparo.
É lindíssima e super elegante, tem as curvas perfeitas, mesmo sendo imperfeita.
Durmo pensando nela, acordo fazendo o memo.
É uma beldade, vejo-a apenas, por vezes sem nada a lhe dizer.
Dá-me um monte de voltas, que no final acabo sempre de volta para ela.
Carinhosa, Dedicada, séria, insistente e poderosa assim é ela.
Ela tem um coração de pedra não deixa-me a cuidar.
Ela acha que eu vou magoar, mesmo essa não sendo a minha finalidade.
Ela tem um coração nobre, alegre, simpática e por vezes falta dora.
As vezes nem ligo para o que ela diz, porque faz-me bastante confusão.
Ela é batalhadora, ela é honesta, ela é leal e talvez fiel.
Ela ainda acha que eu com ela só quero divertir-me, curti-lhe e distrair-me, e depois abandona-lhe.
Não sei como, basta ela olhar-me que eu fico quente, no tempo de frio.
Não sei como, preparo tantas e tantas palavras para com ela falar no final não digo absolutamente nada, A menina que roubou meu coração.
A menina que roubou meu coração CDSIP.
Ela tem o (C) Carinhosa.
O (D) Dedicada.
O (S) de séria.
O (I) insistente


Abílio Leio Codi Ndilo nasceu aos 07 de Junho de 1997,  na província do uíge (Angola) no Município do Quimbele (Angola), filho de António Manuel Ndilo e de Ana Engrácia Leio. Editor de blog (principendilo. blogspot.com) e web sites, compositor, poeta, escritor, humanista com a arte (Lev´arte), músico, ator, designer gráfico. Infância fez o ensino primário na escola Ex 9008 atualmente 5008, e foi para o Centro Polivalente Nzoji (internato).



ADÉLIA EINSFELDT

EMOTIVA

Choro
com quem chora

sensível
ao sofrimento alheio

sem saber o motivo
ou a razão

líquida,
a emoção escorre
a dor do outro
em meu rosto.

Adélia Einsfeldt


ADRIANA GARCIA
Campo Florido (MG) - Brasil


FAGULHAS DE AMOR

No meu reino encantado
Estocado de amor
O silêncio se fez aprisionado
Mais repleto de fulgor

O presente é meu passado
Com respingos de luz
Sei que sou amado
Só não consigo carregar minha cruz

A vida me fez relembrar das meras ilusões
Fagulhas de amor para superar
Mesmo distante da perfeição, paupérrimos corações
O meu presente no futuro será sempre te amar

Fagulhas de amor
Inspiração ao reino poético desafogar
Cada passo será inovador

O amor é o supremo destino mais sublime que desejo a você encontrar


Adriana Garcia de Sousa natural da cidade de Uberaba (MG). Professora, poeta, escritora. Autora do livro literário infantil referente à cultura indígena: As Putyras de Ñhanderú. Poeta com participação nas antologias poéticas: Palavras Abraçadas; Além da Terra, Além do Céu; Sopro de Poesia; Na Minha Cômoda; Coletânea de poesia; Com uma participação poética Internacional ao World Festival of Poetry (Internacional Fb-Website). Participação na Revista eis Fluências; na antologia logos da Fenix; No Portal Literário Divulga Escritor com alguns poemas. Mineira do interior junta à natureza se faz, amante dos versos em movimento rabisca com a essência o amor dos seres sentimentais. Escrever é sua arte num sopro poético amando todos por iguais.



ADMILSON O POETA MAGNATA


QUE A NOITE AMANHEÇA

Traga de volta o brilho dos meus olhos
O sabor dos teus beijos,
Que a noite amanheça e traga o meu amor de volta
a minha deusa em forma de gente
Minha musa inspiradora,

Que a noite amanheça e traga de volta
O odor do seu perfume
E faça de mim um poeta amoroso
Um poeta insano,
Que faça de ti a melodia da minha canção
Mulher!
Faça de mim teu amor, teu prisioneiro
O prisioneiro dos teus beijos, dos teus abraços
Do teu amor,

Procuro o brilho dos teus olhos
Em cada lua cheia,
Procuro o sabor dos teus beijos
No beijo de uma alvorada sem fim...

E grito bem alto:
Eu te amo e te quero e te desejo,
Que sonho contigo na madrugada fria
Que a noite amanheça!
E leve para bem longe
A tristeza que reina em meu coração,
Leve as lágrimas que meus olhos
Guardam há vários anos
Leva-me a conhecer o universo do nunca,
Leva-me a conhecer a cidade do amor
Administração da solidão

Que a noite amanheça!
Eu esteja abraçado a ti, meu amor
Que eu seja teu cobertor humano
E no amanhecer, paro de sofre por alguém,
Que não me da atenção!

Que a noite amanheça!
E traga uma carta de amor perfumada,
Traga flores jasmins
Traga com ela carinho,
Paz!
Alegria,
Sinceridade

Que a noite amanheça!
Traga com ela poemas sem versos,
Poemas sem rimas
Versos sem métricas,
Traga metáforas
Traga romance de Pepetela

Nas minhas palavras à incerteza solidas!
Não quero viver nesta incerteza,
Que a noite amanheça linda como sol
O sol nasce com alecridade nos teus olhos, menina
Que eu seja morador do país do amor,
Eu seja presidente da solidariedade...
Que isso tudo não passe de um sonho,
De uma loucura sem cura
De um delírio!
De uma alucinação,
Que a noite amanheça.

Admilson O Poeta Magnata


AGAMENON ALMEIDA

AMOR

Não sei se o amor é algo descritível
Pois que tantas vezes, é só ilusão
Mas quando sinto teu corpo em peito
O indescritível acontece, sem explicação

Parece que o mundo de repente pára
E todos os sentidos, em ebulição
Sentindo os cheiros, sabor e calor
Extasia os olhos, em carícias, fusão.

Entre suspiros, gemidos, afagos
Mergulha-se no mar de mil sensações
Não há palavras que possam descrever
Pois que tudo é sublime e foge da razão.

Agamenon Almeida

   

AMÉLIA LUZ
Pirapetinga (MG) - Brasil

O ENIGMA DE GIZÉ

Quero banhar-me no silêncio
Da enigmática Planície de Gizé.
Ser esfinge, simplesmente,
Testemunhando o tempo...
Suportar o peso dos séculos
Sobre os ombros de pedra.
Entreter os segredos inconfessados,
Ter poderosa, a força leonina,
Com toques de sensibilidade humana.
Não choro, não rio,
Nem mesmo envelheço,
Na eternidade dos dias...
Apenas contemplo
O desfolhar da história,
Personagem muda
No imenso quebra-cabeça
Da contraditória raiz da humanidade.
Olhos fixos no horizonte
Em vigília permanente
Esperando que um poeta acorde
E se debruce sobre a sua emoção
Caminhando cego, sobre os meus mistérios...

Amélia Luz – nasceu em Pirapetinga/MG. Leva às escolas a palavra poética despertando a juventude para a leitura e a poesia como meio de educar para a paz e pela paz. Membro de diversas associações literárias participa de concursos literários com muitas premiações recebidas. É coautora em mais de duzentas antologias, um livro solo de poesias publicado e outros em construção.


AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos (SP) - Brasil


DOMINGO DA EXISTÊNCIA

“A velhice é o domingo da existência”,
disse-me alguém que sabe mais do que eu,
ao Pai eu agradeço tal clemência
que se oferece a mim, um fariseu...

Com dezessete lustros de vivência,
e mais de seis decênios de himeneu
que já me deu tão bela descendência,
que mais posso querer, Deus Santo meu?

Enquanto eu tiver saúde e tino,
e possa decidir o meu destino,
quero viver só para agradecer.

Muito obrigado a quem me deu amor,
a Deus e a quantos devo algum favor...
A todos deixo aqui meu bem-querer...


Amilton Maciel Monteiro



ANA LUZIA MOURA NUNES

PASSEANDO NOS CAMINHOS DA BELEZA E DA DOR!
  
Nos caminhos da beleza e da dor, busquei o amor...
Caminhando por Mont Serrat,  encontrei belas flores, algumas em botão; no meio delas, para meu espanto, estava a dor, que em forma de espinhos rodeavam as flores; andei devagarinho, com cuidado, medo e até carinho...
Meus olhos que se embriagaram com tamanha beleza; choravam ao ver enfeitando os jardins, flores humanas em degradação...
Segui até  Ponta de Humaitá.
Ah! O belo resplandeceu... Porém o medo cresceu. Mais flores se balançavam de um lado para o outro; não com a brisa; estavam embriagadas com o perfume do mal;  mendigavam o pão, a chuva, um aperto de mão...
Continuei a passos largos indo em busca do sagrado. Subi a colina, cheguei a Igreja do Bonfim, que seria mais um belo cenário ocultando a dor. Várias flores curvadas, diante do Sol Maior, pediam proteção... 
Recebi água benta e oração. Atravessei a Mansão da Misericórdia; - Misericórdia Senhor! Tantas flores estragadas em teu jardim; preciso da fita do Bonfim para colocar no gradil; 
Uma oração, três nós, uma emoção e um desejo oculto do coração.  Misericórdia Senhor!


Ana Luzia Moura Nunes, nascida em Salvador (BA) no Brasil aos 13 de dezembro de 1961. Sou pedagoga com Habilitação em Educação Especial e Psicopedagoga Clinica e Institucional. Apesar de fazer poesias desde os quatorze anos, sou iniciante, tendo postagens apenas no Grupo Na Visão de outro Olhar no Facebook. Sou amante da arte em sua totalidade.



ANA MARIA NASCIMENTO
Aracoiaba (CE) - Brasil

CHAMAS DE ESPERANÇA

Fugindo do universo da amargura,
busquei felicidade num amor,
usando  a competência e a doçura
na ação que foi cingida de louvor.

Sonhei ressuscitar fiel ternura,
querendo merecer total primor,
mas não abandonei a vã postura
e fiz o coração sangrar em dor.

Embora caminhando errônea, assim,
e ter o sentimento bem confuso,
preciso vê-lo sempre junto a mim.

Talvez um dia, eu possa lhe mostrar
a chama gloriosa que conduzo,
acesa, e, então, eu venha a lhe entregar.


Ana Maria Nascimento


ANDRÉ ANLUB

DAS LOUCURAS (PAI BOLA E COISA E TAL)

Despertou e arregalou os olhos
Agora até sua digital é um labirinto;
Levantou para fazer um poema simplório
E de café da manhã bebeu seu absinto.

Crime perfeito tem uma alcunha qualquer,
E se desejar suborna o mundo de jeito;
Entre o efeito real, o quebra-pau e o imaginário,
Há o detalhe do malhe do amadurecimento.

Curvas e esquinas beijam entradas,
Abraçam a saída no antes e no agora,
A rapadura, o queijo coalho e a felicidade estão na mesa...
Obesa e sentada – vê-se Coisa e tal –,
Fartada e sorridente está à sorte indefesa...
A janela fechada para tapar sua visão anormal
Da nuvem negra inexistente muito ao longe lá fora.

Hoje a vida trouxe-lhe dias melhores
E novas galochas bem mais alongadas.

A solidão a enxuga e expurga um possível derramamento de águas...
Na parede a foto de um nariz nervoso de encontro à luva de um boxer,
Nariz quebrado, olho inchado, um nocaute e tudo se torna blecaute
No simples esquecimento das lutas corriqueiras quaisquer.


André Anlub - é do Rio de Janeiro, mas escreve no Crato/CE entusiasta pelas artes com obra no acervo permanente do MAC da Bahia, escritor patrocinado pela Darda Editora, conselheiro da Assoc. Cultural Poemas à Flor da Pele (RS),Consultor pela Editora Becalete; membro vitalício da Academia de Artes e Letras de Iguaba (RJ), Correspondente das seccionais da Bahia, São Paulo, Goiás e do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa. Autor de sete livros solo e coautor em mais de 95 Antologias. Prêmios: Personalidade 2013 pela Artpop, Excelência 2014 pela Braslider, Maestro Wilson Fonseca 2015 e Destaque na Cultura 2016, ambos pela ALuBra, Certificado de Mérito Cultural 2015 e 2017 pela Editora Futurama, Comenda Conde de Figueiró 2017 e Prata da Casa 2017 ambos pela Embaixada da Poesia.

   

ANDRÉ FLORES

MEU CUSCO (ALMA PAMPEANA)


Meu cusco, companheiro de tantas invernadas,
viste muitas geadas ao meu lado.

Meu cusco, foste amigo leal;
por sinal, ficaste ali, sentado comigo.

Ah! cusco velho,
os anos passaram...
Quantas campereadas fizemos juntos!
Muita coisa vivemos nessa jornada!

Meu cusco, bom amigo,
fico olhando a lua,
mateando noite afora,
e tu ali, inseparável.

Saibas, cusco velho,
que na alvorada
estarei a olhar-te,
porque tu és fiel e companheiro;
nos entreveiros da vida, estavas comigo sempre.

Por final, velho amigo,
um dia estaremos em algum galpão.
Farei um fogo de chão,
olharei para o lado,
e, como sempre, tu estarás lá,
zelando pela nossa amizade.


André da Silva Flores ou André Flores (Aprendiz de Poeta) - 43 anos, natural de Novo Hamburgo – RS, residente da Cidade de Portão – RS. Casado. Formado em setembro de 2010 em Administração de Empresas pela UCS - Universidade de Caxias do Sul, (Vale do Caí), Pós Graduando em Especialização em Educação a Distância pela UNOPAR. 


ÂNGELO DE SOUZA ROBERTO

MALANDRO ESPERTO

Se mostra o certo,
Ludibria, passa a perna
Em todos, imagina - julga ver
O mais perfeito otário

Se orgulha de
Malandramente viver
Sem plantar, sempre
Esperando, do alheio colher

Leva vantagem,
Na pura rapinagem,
Vai dando braçadas.
Vai dando pernada,
Mas morre na Praia
Da inexorável colheita.


Ângelo de Souza Roberto - é nascido em Pedro Leopoldo/MG. Desde então residente em Matozinhos/MG. Bacharel em Língua Portuguesa na Universidade Federal de Minas Gerais (2007). Pós Graduado em Administração de Empresas, pela Faculdade FAEL. Presidente da Academia Matozinhense de Letras, Ciências e Artes. Vice-Presidente da Academia de Letras do Brasil RMBH. Membro do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa (NALAL). Acadêmico da Academia Mineira de Belas Artes (A.M.B.A). Autor do livro “Escrevinhador” (2014); 2ª Edição em 2015 e “Matozinhos, minha terra” (2017). Comendador Humanitário da Paz - Título outorgado pelo World Parlament Of Security and Peace (WPO). Cofundador do Rotary Club Matozinhos Bom Jesus.



ANGELA MARIA PELLICIONE FEINGOLD
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

MAR VERDE

Mar verde imenso e triste
Sozinho chora a perda de um amor
As ondas batem num rochedo
E choram comigo a minha dor.
Meu corpo sente falta do teu corpo,
Minha alma sente falta de amor
Volta pra mim querido
Sem ti não sei viver.
Mar verde
Imenso e triste!

Angela Maria Pellicione Feingold - Poeta, atriz, funcionária pública aposentada, Diretora Bibliotecária da Casa das Beiras, Diretora do Instituto Barão de Ayuruoca, Presidente da Associação Cultural Barão de Ayuruoca, Diretora Social da ALAP (Academia de Letras e Artes de Paranapuã)


ARNALDO LEODEGÁRIO PEREIRA.


MATO GROSSO DE LÁ X MATO GROSSO DE CÁ...

(humor)

Zé Sucuri e Zé Jacaré.
Zé Sucuri é do Mato grosso de Lá, e Zé Jacaré é do Mato grosso de Cá.

São dois trovadores que representam cada um o seu respectivo Mato grosso. Os dois se encontram no (bulicho) do Gaúcho, para tomar cerveja, tocar viola de cocho, e cantar em (trova); exaltando, as belezas, riquezas, encantos, e também a cultura de suas terras queridas. Sendo que cada qual defende e exalta a sua e procura diminuir a do outro. Lá pelas tantas, já com algumas cervejas na (cuca), eles partem para arrancar o aplauso e a simpatia da galera que se encontra presente, e já manifesta seu carinho e apoio a seu trovador preferido. Assim eles vão desfilando a lista das qualidades de sua terra, ou seja do seu MT.
Z S: Eu sou do Mato grosso de Lá, e vou defender a minha terra. Você vai ver que o MT de Cá é o resto que sobrou da guerra!...
Z J: Eu sou do Mato grosso de Cá, e já defendo ligeiro o meu lugar. Você sabe que seu MT, num dá nem prá começar!...
Z S: No Mato grosso de lá tem: Cururu, viola de cocho, vanera e Siriri!
Tem: onça pintada, calango, suçuarana, boca de sapo, e tem quati!...
Z J: No Mato grosso de cá também tem!...
Z J: No Mato grosso de cá, tem guavira, araticum, angico e acuri!....
Tem: lontra, arraia, veado campeiro, orquídea e carandá!...
Z S: no Mato grosso de lá também tem!...
Z S: No Mato grosso de lá tem: capivara, cotia, cágado e teiú!..
Tem: pintado, cachara, curimbatá, tuvira, copaiba e pacu!...
Z J: No Mato grosso de cá tem também!...
Z J: No Mato grosso de cá tem: garça, socó, arara azul e sucuri!...
Tem: pé de ipê, mangaba, barriguda, periquito e jabuti!...
Z S: No Mato grosso de lá tem também!...
Z S: No Mato grosso de lá tem porco do mato, tamanduá e tuiuiú!...
Tem: colhereiro, garça, curicaca, preguiça, jabuti e tatu!....
Z J: No Mato grosso de cá tem também!...
Z J: No Mato grosso de cá tem, curicho, camalote e aguapé!...
Tem: cachorro vinagre, iguana, paca, tatu-bola e jacaré!...
Z S: No Mato grosso de lá também tem!...
Z S: No Mato grosso de lá tem: catingueiro, bugio e macaco prego!...
Tem: polca paraguaya, guarânia, vaneirão, xote  e chamamé!...
Z J: No Mato grosso de cá também tem!...
Z J: No Mato grosso de cá tem: aquário do Pantanar, urucum e tereré!...
Tem: biguá, cabeça seca, vitória régia, piúva e barú!...
Z S: No Mato grosso de lá também tem!...
Z S: No Mato grosso de lá teve: rusga, e  inté guerra do Paraguay!...
Teve: domínio espanhol, português, índio Paiaguá, e Guaicuru!....
Z J: No Mato grosso de cá também teve!;....
Z J: No Mato grosso de cá tem gaúcho, japonês, mineiro, libanês e paraguayo!...
Z S: No Mato grosso de lá nem vou falar que também tem!...
Z S: No Mato grosso de lá tem: paçoca de carne seca, e  inté mato grossense!...
Tem: dourado, cascudo, jaçanã, carcará, lagarto, e jaú!..
Z J: No Mato grosso de cá é só o que mais tem!...
Z J: No Mato grosso de cá tem quebra-torto, arroz carreteiro e sarrabuio!...
Tem: ema, siriema, aroeira, gravatá, figueira e pequi!...
Z S: No Mato grosso de lá é só o que mais tem!,..
Z S: No Mato grosso de lá tem ariranha, tatu canastra e formiga saúva!...
Tem: cervo, macaco-prego, embaúba, jenipapo e bocaiúva!....
Z J: No Mato grosso de cá, eu afirmo pro’cê  que também tem!...
Z J: No Mato grosso de cá tem, lobinho, jibóia, lagarto, e gavião!...
Tem: xipa, caldo de piranha, sopa-paraguaya, churrasco e chimarrão!...
Z S: Nem é preciso eu falar que no Mato grosso de lá tem também!...
Z J: Chega de (Rusga) cumpadi! Já vi que nói é tudo a mema coisa!!!
Z S: ÉÉÉ!!!...
UÉÉ!!!... Cumpadi! Pro’ quê nói num junta os dói Mato grosso num só!!!..
Se tudo nói semo a mema coisa?...
Z J: UÉÉ!!...Cumpadi! Esqueceu que nói já é separado?...
Quer dizê!,.. Os  nosso Mato grosso.
Z S: ÉÉÉ??? Intão!... Vamo tchupá essa manga!!!..

 Registrado no Escritório de Direitos Autorais
 sob o nº 618-350 Livro 1-186 Folha 234 Em 14/10/2013 RJ.

Arnaldo Leodegário Pereira.



AUGUSTO CABRAL
  
INESQUECÍVEIS OUTUBROS...

OUTUBRO DE 2017! Como esquecer?!
Pois foi num 13 de outubro, que nasceu a Musa do nosso Acróstico!

Longe se vai o "quando nasceu";
Mas perto se fica o "quanto viveu".
E vai sempre ficar não só nos Poemas;
Mas antes de tudo, nos próprios fonemas
Que compõem este Acróstico;
Onde amor e mãe são os temas...


NOSSA MÃE

Muitas noites, sob a calada,
A pensar em ti, mãe amada,
Revivo momentos da vida,
Instantes, que nem uma fada
A voltar faz, oh! Mãe querida...

Já não posso mais ganhar
Os carinhos que me deu;
Sei que os tempos não vão voltar...
Estão longe... Assim quis Deus.

Carinhosa, joia distante,
Algum dia vou te encontrar
Rezando por mim, como antes;
Vivendo, agora, n'outro lar...
Ainda me lembro, eu pequeno,
Lindas canções, pra mim cantavas.
Havia em ti um amor sereno;
O amor que a mim tu dedicavas...


Esta música encontra-se em vídeo
  
JOSÉ AUGUSTO CABRAL - Nasci em 12 de janeiro de 1944, na cidade de Sumidouro, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Sou filho dos Professores Geraldo Zadir Cabral e Maria José de Carvalho Cabral; já falecidos. Concluí meu Curso Científico em Nova Friburgo/RJ; em 1969 formei-me em Agrimensura, no Rio de Janeiro, e, em 1986, em Direito; em Barra Mansa/RJ. Desde os meus 14 anos de idade, sempre como hobby, venho fazendo poemas e compondo músicas. Como amador, gravei alguns discos e participei de alguns shows na minha juventude. Hoje em dia, tenho feito trabalhos literários afetos à Teologia Cristã e participado de eventos culturais, a exemplo dos proporcionados pelo CEN – Brasil/Portugal.


   

AUGUSTO FRANÇA
Província da Huíla (Lubango) – Angola


MEU POEMA

Ontem, pediram-me um poema.
Encomendei-lhes meu presente
Rasgado
Preço num verde que não transmite esperança...
Seus olhos...
Fixaram-se na expressão moribunda que os meus transmitiam.

Vi-a-os preocupados...
Rostos enrugados
Com aparências imaculada
Molhada no desespero da minha alma.

Quem eles são?
Tranjam-se de pele
 de carneiro
E no porta do meu bom senso querem entrar...!

Querem vós um poema?
Ou simplesmente ouvir o clamor do Poeta Lírico?

Querem um poema?
Que tal o sorriso de um mendigo feliz por achar uma pizza no lixo...
Oh margarida florescente
Nos olhos dos que, não sonham
Sentem-se e, tomam um pouco do sangue que cai no meu rosto.

Querem um poema?
Ou palavras de um poeta sofrido por declamar numa sala vazia...
Querem um poema?
Ou palavras com sabor aparente... 


Augusto França - músico, compositor, poeta e declamador, nasceu aos 31 de Dezembro de 1990, na Província da Huíla, Município do Lubango. Desde cedo, apaixonou-se pela arte de compor. Em 2011, começou a reunir textos outrora engavetados. Participou na Antologia Fênix de Portugal, tem textos publicados nos Jornais Nova Gazeta e A Pátria. Acredita que é na poesia onde encontra equilíbrio de ver e viver a vida.




ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
 Lisboa - Portugal


“O SABER…”

Era ainda pequenito,
De calções, ainda garoto,
Curioso e mui ladino,
Tudo aos meus pais perguntava.
Ainda com cinco anitos
Comecei a soletrar,
Naquela velha cartilha,
Do pedagogo João de Deus,
Livro que o meu pai me deu.
“Miúdo” auto-didata,
E que sem esforço afinal,
Para espanto dos meus pais
O “puto” lia o jornal…
Curioso, como é óbvio,
De tudo queria saber
O porquê disto e daquilo…
Foi assim, que aos dez anos,
Julgava tudo saber…
Isto…, aquilo e aqueloutro…,
Eu sei…, eu sei…
Assim pensava…
Quando aos quinze, mais maroto,
Pensava já “coisas tais”…
As coisas da juventude,
Namoricos, tais e  quais…
Quando aos vinte, mais afoito,
Julga saber para onde vais…,
Aos trinta…, trinta e oito…,
Aos cinquenta muito mais…
Pensava tudo saber,
Ou não fora eu professor,
Lia livros abissais,
Sobre a vida e sobre o mundo…
Mas afinal meus senhores,
Sejam alunos ou doutores,
Por mais que muito se leia,
Por mais sábio que sejais,
Acontece…, pois então,
Não saberes para onde vais…
Quando os sessenta chegaram,
Cada vez, ainda mais…
E os setenta já passaram…
Mas chegados aos oitenta…
Agora sim afinal!!!
Julgava tudo saber…
Mas da vida seu mister,
Tão rápido é o seu passar,
Que já passou…, eu direi,

E afinal o que aprendi???...
Já quase a chegar ao fim…,
É que sei que nada sei!!!!!!!!!!!


António Boavida Pinheiro


ANTONIO CABRAL FILHO

AMOR DE MINAS

1
Minas, terra do desejo,
E dos machistas mineiros,
Onde os poderes de um queijo
Acabam com os entreveros.

2
Quem criou obras tão belas,
Como o luar das Gerais,
Fez da mulher uma delas,
Mas pra si tem algo mais.

3
Curvas, montanhas, estradas,
São tudo que Minas tem.
Riquezas mais elevadas,
São os relevos do meu bem.

4
Trem é coisa de mineiro,
Mas é meio de partida.
Leva o pai ao estrangeiro,
Deixa a prole desvalida.

5
Chamar-me mineiro “véi”
Não dá raiva nem me atinge,
Pois sou sim mineiro “véi”
Mas muito mais minha esfinge.

6
Minas tem o pão de queijo
Para dar-me nostalgia,
Mas meu amor com seu beijo
Faz-me pular de alegria.

7
Minas é rica de trem:
Além do trem de minério,
Exporta o trem do mineiro.
Igual assim ninguém tem.

8
Bate em meu peito catira
Das noites pelas Gerais,
Com o trem cheio de caipira
Ensaiando festivais.

9
Minas é demais da conta,
É terra das emoções,
Pois só ela tem Três Pontas
E até Três Corações.

10
Governador Valadares,
Figueira do Rio Doce,
Eu não sei quem é que trouxe
Tanto amor para esses ares.

11
Todos cantam sua terra,
Também vou cantar a minha
E no meu verso se encerra:
Minas Gerais é rainha!


Antonio Cabral Filho





ANTÓNIO CARLOS MONGIARDIM GOMES SARAIVA
Cidade de Mantena (MG) - Brasil
(Nacionalidade Portuguesa)

GOGONTE

Hoje criei-te, "gogonte!"
A partir de agora estás vivo.
Existes para dar vida a esse reino;
Das criaturas que não se encaixam em nada.
E que vagueiam pelo mundo sem expressão.
Apenas podes ser chamado de "gogonte".
Contenta-te com isso, ao seres diferente de tudo.
Uma espécie sem expressão nem lembranças.
Imaginariamente criado a partir do nada.
Disforme e alheio das coisas puras e belas.
Quase uma sombra, sem corpo nem forma.
Mas alegra-te, "gogonte!” Não desanimes!
Os que não te vêm, são ainda piores do que tu...
Não conseguem ver-te porque estão cegos.
Cegos por uma cegueira que os toma...
Parecem felizes, mas não passam de soldados.
Soldados mandados para a guerra.
Operários sem dó nem consciência.
São ainda mais "gogontes" do que tu,
Por teimarem na obediência sem sonhar...
Apenas escravos das nuvens de fumaça.
Por isso, deixa-te por aí andar, meu "gogonte!”
Arrasta-te pacatamente e conforma-te!
A tua vida nasceu para ser leve e curta.
Estás livre de impropérios e maldições.
Só tens de caminhar, no teu rumo sem direção,
Para viveres adormecido na minha imaginação...


mongiardimsaraiva



ANTÓNIO MANUEL PALHINHA
Lisboa – Portugal

A LÍNGUA EM QUE NASCI

A língua em que nasci criança,
que me embala nesta poesia,
é a que me alimenta noite e dia
a esperança e todos os instantes.

É a língua portuguesa, a que primeiro
se tornou sonante, transpôs mares inconstantes,
que em meu sangue navega por inteiro
no enlaço e mistério de vidas distantes.

Língua que no sol brilha, na lua resplandece,
atravessa sombras por instantes,
mas que em mim não fenece.

Ó língua em que nasci… fortalece em todos nós.
Dá-me forças que sou velho, aos novos enobrece a voz.



António Manuel Palhinha - nasceu em Lisboa na Maternidade Alfredo da Costa (Portugal) no dia 13 de Maio de 1967 dia de Nossa Senhora de Fátima. Um amante das letras, cidadão do mundo, autor de vários contos infantis, poesia, crónicas, romance e contos para adultos num total de mais de 15 obras registadas. Participação numa dezena de obras conjuntas. Autor do projeto «SONHAR COM AS LETRAS» destinado a crianças, jovens e adultos com baixa literacia. Membro de várias Academias de letras, Premiado e condecorado internacionalmente.

ANTÔNIO DE PÁDUA ELIAS DE SOUSA
Formiga (MG) - Brasil

"O QUE É ARTE?"

          Segundo a definição da Encyclopaedia Britannica, arte é aquilo que é criado deliberadamente pelo homem como uma expressão de habilidade ou da imaginação.
          Arte (do latim ars, significando técnica e/ou habilidade) pode ser entendida como a atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada por meio de uma grande variedade de linguagens tais como: 

Ø  Arquitetura, desenho, escultura, pintura, escrita literária, música, dança, televisa, teatro e cinema, em suas variadas combinações, elitizadas e/ou populares. 
          O processo criativo se dá a partir da percepção, com o intuito de expressar emoções e ideias, objetivando um significado único e diferente para cada obra e de caráter subjetivo, ou seja, intrínseco e individual, buscando despertar o prazer e a apreciação coletiva.
          Contudo, a arte não é uma ciência e sim uma manifestação estética de emoções, expressões e comunicabilidade e que requer:
Ø  Habilidade em qualquer atividade que se baseasse em regras definidas e que esteja sujeita a um aprendizado e desenvolvimento técnico de modo inteligente e de forma racional,
Ø  Busque a recordação da história e a preservação de tradições, para a educação moral, ética, cívica, religiosa e cultural, para a consagração e perpetuação de valores e ideologias socialmente relevantes,
Ø  E ainda tenha uma função social, contribuindo para o desenvolvimento das sociedades e da fraternidade humana.
          Portanto, não se pode confundir "Liberdade de Expressão", com "Libertinagem", pois as mais variadas formas de artes necessitam e têm por obrigação respeitar, todo e qualquer limite de crença religiosa, da dignidade humana, e ainda os preceitos éticos, morais e de bom senso, para que estas não sejam banalizadas e ao mesmo tempo, possam ser criticadas como ofensivas.
Realmente é "proibido proibir", mas convenhamos que os direitos de um termina, quando começam os de outros...
          Logo, senhores artistas, antes de exporem suas manifestações, façam antes as suas próprias autocríticas, para não se depararem ao ridículo, à vulgaridade, banalizar o que é realmente arte, respeitar e não afrontar os valores da dignidade humana, com a finalidade a uma educação sábia, sadia e de qualidade.

10/10/2017

Antônio de Pádua Elias de Sousa

   

ANTONIO PAIVA RODRIGUES

O AUTISMO E SEUS DILEMAS.

Um nome por demais conhecido, o autismo tem causado certa polêmica entre os estudiosos e a medicina em geral. O autismo não deixa de ser um fenômeno patológico caracterizado pelo desligamento da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo. O cérebro humano com suas nuanças tem funções definidas em cada lado, tanto no direito como no esquerdo. Do lado direito vem às sensações, a imaginação, o ímpeto, presente e futuro, fantasia, conhecimento das funções dos objetos, as crenças entre outros.
Já o lado esquerdo tem por finalidade fazer com que o ser humano conheça a lógica, os fatos, o passado e o presente, a matemática e a ciência, a linguagem, o saber, a realidade, a prática, as estratégias e o reconhecimento dos objetos e algo mais. Vejam como e cérebro humano exerce papel de um grande e potente computador, onde ele armazena todas as atividades da vida e do cotidiano do ser. Diríamos que alguns arquivos ficam ocultos e aqueles acontecimentos que se passam na memória RAM e não são salvos na ROM se delineiam no esquecimento.  
 “O estudioso no assunto Hermínio C. Miranda afirma o seguinte: mundo fechado do autismo Um grande continua sendo um enigma para a ciência. Variadas e conflitantes abordagens, predominantemente genéticas, não chegam a resultados conclusivos”. O estudo de Hermínio Correa de Miranda distingue-se por seguir uma proposta científica inteiramente original: a de que o ser humano é um espírito imortal, que preexiste à sua atual existência, considerando também as consequências das atitudes de vidas anteriores.
Além de familiares e especialistas, o autismo merece uma atenção toda especial dos pais e profissionais da medicina logo nos primeiros anos de vida do autista, pois se a síndrome não for tratada com determinada urgência pode o ser Se tornar dependente do autismo para o resto da vida. Vejam que não é fácil conviver com pessoas que tem essa doença. “O autismo é, certamente, a resultante de uma pane em algum ponto do sistema, um ‘defeito’ não casual, mas ao contrário causal disparado por um mecanismo de origem cármica”.
Alguns médicos, entre eles o Dr. Leo Kanner disse em 1943, que o autista tem incapacidade de relacionar-se ou interagir com as pessoas, desde o início da vida; incapacidade de comunicar-se com os outros por meio da linguagem; obsessiva postura em manter a mesmice e resistir à mudança; interesse por objetos e não por pessoas e evidência ocasional de um bom potencial de inteligência.
Alguns detalhes que estão presentes nos autistas: São crianças excessivamente ansiosas sem aparente razão; sem consciência de sua própria identidade, geralmente ocupadas com um objeto em particular, hábitos de rodopiar, de caminhar na ponta dos pés, rigidez corporal, por longos períodos de tempo, resistência à mudança; deficiência de linguagem compatível para a idade, ou que não fala de todo, e, finalmente, a que parece seriamente retardada, mas demonstra, ocasionalmente, surtos de inteligência normal e até excepcional.
Se alguém tem crianças com essas características é de bom alvitre que se procure um médico e que esse médico seja especialista no assunto. Outros aspectos foram observados em autistas como: hábito de balançar o corpo e bater a cabeça nas portas, paredes e móveis; interesse obsessivo por alguns brinquedos, brincadeiras repetitivas, insistência em ser deixado só, falto de cooperação ou de antecipação de movimentos quando apanhado por um adulto, como estender os braços.
A má formação do lado esquerdo do cérebro pode está aliada a esses problemas. É um assunto polêmico que merece ser bem estudado sem abandonar a parte espiritual, os especialistas ou estudiosos devem ter bastante cuidado para não diagnosticar a síndrome como outros problemas psicológicos. A incapacidade de desenvolver relações sociais, déficit no desenvolvimento da linguagem, respostas anormais ao meio ambiente, em particular os problemas começam a aparecer antes da idade de trinta meses. Não confundir autismo com esquizofrenia infantil.
A doença acomete de dois a cinco indivíduos a cada dez mil pessoas. Somente para ilustrar essa matéria queríamos afirmar que o chamado cérebro artístico está no lado direito do cérebro é a parte "artística", relacionando-se com o entendimento e a interpretação do mundo que nos cerca - mas, geralmente, não com a fala. O lado direito do cérebro examina as situações e problemas em geral e dá uma resposta ou solução imediata, bem diferente da maneira como funciona o lado esquerdo, seguindo uma série de passos cuidadosos e deliberados.
O cérebro "artístico" está ligado à observação do ambiente que nos rodeia. Ele pode, por exemplo, identificar um rosto familiar em uma multidão; mas é o lado esquerdo que vai buscar o nome da pessoa em nossa memória. As habilidades musicais também dependem do lado direito do cérebro, da mesma maneira que as habilidades visuais, como a pintura. O Doutor Prof. Dr. Francisco B. Assumpção Jr. afirma que algumas doenças estão relacionadas com o autismo.
Infecções pré-natais - rubéola congênita, sífilis congênita, toxoplasmose, citomegaloviroses; hipóxia neonatal (deficiência de oxigênio no cérebro durante o parto); infecções pós-natais - herpes simplex; déficits sensoriais - dificuldade visual (degeneração de retina) ou diminuição da audição (hipoacusia) intensa; espasmos infantis - Síndrome de West; doenças degenerativas - Doença de Tay-Sachs; doenças gênicas.
Fenilcetonúria, esclerose tuberosa, neurofibromatose, Síndromes de Cornélia de Lange, Willians, Moebius, Mucopolissacaridoses, Zunich; alterações cromossômicas - Síndrome de Down ou Síndrome do X frágil (a mais importante das doenças genéticas associadas ao autismo), bem como alterações estruturais expressas por deleções, translocações, cromossomas em anel e outras e mais intoxicações diversas.
Nesse écran a futura mamãe assume um papel preponderante para s saúde de seu futuro bebê. Mãezinha cuidada a vida é tão importante, visto que a falta de zelo e cuidado na gestação gerarão muitos conflitos e podem comprometer a saúde dos dois.

Antonio Paiva Rodrigues – jornalista, psicopedagogo, membro da ACI, ACE, UBT, AOUVIRCEE e da ALOMERCE.


BEATRIZ BALZAN BARBISAN
Porto Alegre (RS) - Brasil


BEM CHEIO/NEM TANTO

Amor quer café? ... Quero.
Bem cheio?... Não tanto.
Tudo suave, sereno e calmo.
Diálogo sob medida
Para alimentar a cumplicidade
Que permeia nossa vida.
Não precisa muito
Para saciar nossas vontades.
Conhecemos amor e paixão
Adivinhamos nossos pensamentos
Sem precisar explicação.
Sabemos nossas falas de cor.
Mas, de tudo que já temos,
Nós dois, somos o melhor.

  
Beatriz Balzan Barbisan - tem um livro de poesias publicado no Brasil, e lançado em Nova York. Participa de várias antologias, é vencedora em vários concursos de poesia.  Faz parte do grupo diversos de poesia e performance. Sócia efetiva e embaixadora da Sociedade Partenom Literário para os Estados Unidos da América.  Integra a Academia de Artes Ciências e Letras Castro Alves, em Porto Alegre Rio Grande do Sul Brasil.



CARLA CARVALHO
Oliveira de Azeméis (Aveiro) - Portugal

HOJE QUERO NAMORAR

Quero sentir...
Quero cheirar...
Quero amar...
Quero rir...

Hoje quero viajar
Para te encontrar
Na tua pele navegar
Vamos acalmar...
O tempo parece voar

No infinito, só os dois
Quero poder amar
Ver a banda passar
E no teu regaço estar
E no silêncio do depois...

E assim que escurecer vamos namorar
E para sempre estar
A contemplar o luar
Ver na paz o amanhecer
E o nosso sonho a acontecer

Quero muito,
o brilhar do teu sorriso
o acender do teu olhar
Quero muito
Porque cada dia mais te preciso.

Quero muito,
O calor da tua pele
O cheiro perfumado
Quero muito
Meu ser amado...

Feliz, quero ser
Amor, quero ter
Paz, quero dar
Tudo, quero partilhar
Quero muito
Quero sempre


Carla Carvalho - Natural de Sever do Vouga, residente em Oliveira de Azeméis Portugal. Doutorada em Educação Social, Assistente Social,  Docente Universitária.  Autora do livro de poesia "Sobre ti, o Amor" e do livro " Violência (s) e violência conjugal.




CARLOS LÚCIO GONTIJO

INTEIREZA

Quem dorme sabe a cama
A prece é de quem reza
Vive o amor aquele que ama
A vez valoriza a quem reveza
Toda poesia é pólen da palavra
Não existe lavra sem semeio
Cheio está quem ao meio se divide!


Carlos Lúcio Gontijo - que hoje reside em Santo Antônio do Monte (Estado de Minas Gerais, Brasil), lançou o primeiro livro em 1977. De lá para cá são 20 livros e duas segundas edições, envolvendo poesia, romances e livros infantis. Trabalhou durante 30 anos no jornal “Diário da Tarde”, em Belo Horizonte, onde foi revisor, supervisor de Revisão, secretário de página, editorialista, articulista e editor de Opinião. Toda a sua obra se encontra disponível, em livre e total acesso, no site www.carlosluciogontijo.jor.br

   



CARLOS LEITE RIBEIRO
Marinha Grande (Leiria) - Marinha Grande Portugal

AQUELE CARNAVAL 

 (Recordações da Juventude)

Teria uns 11 ou 12 anos e recordo-me com um misto de saudades e divertido.
Fui com meus pais a um baile de Carnaval, no clube onde eu nasci, em plena Estefânia (Arroios – Lisboa).

Como ainda era muito novinho, as moças nem olhavam para mim, quanto mais dançarem comigo!

Esse “drama” também o meu amigo Mário Pires, da mesma idade, sentiu naquele baile. Cansados daquela situação de “despercebidos do mundo feminino juvenil” só com direito a ver os outros dançarem e divertirem-se, resolvemos ir até ao primeiro andar onde se situava a sala de jogos. Por sorte, na mesa de ping-pong (ténis de mesa) encontrámos em cima destas duas raquetes e uma bola. Tínhamos encontrado o nosso divertimento para aquele baile de Carnaval.
Toc para ali, toc para aqui, estávamos divertidos. Mas há sempre um, mas…
Minutos depois, apareceu o vice-presidente, que nos gritou colericamente:
- O que é que vocês estão aqui a fazer – que barulho é este? Lá em baixo, toda a gente está a reclamar pelo barulho do toc-toc e dos vossos pulos!
Disto isto, agarrou-nos nos braços e nos obrigou a descer com ele. Chegados ao piso inferior, a sala de baile, entregou-nos a nossos pais, com um grande “sermão”, a contar detalhamento o que nós tínhamos feito. Meu pai, olhou pra mim com cara de muito zangado (cara de poucos amigos, como então se dizia).
Valeu a “bondade” da Dona Milú, uma senhora “feia como trovões, que pediu licença a meu pai para dançar comigo. Que desconforto, mas sempre era (um pouco) melhor do que ouvir o “sermão” de meu pai.

No intervalo daquela série de “marchinhas carnavalescas brasileiras” eu e o Mário, combinámos quando “fôssemos grandes” jamais dançaríamos com aqueles “moças queques") que nos tínhamos desprezado.

Entretanto, pedi a meu pai que me levasse para casa, pois estava com muito sono. Como devem calcular, durante o percurso até casa, ouvi outro “sermão daquilo que não devia ter feito”.

Adormeci pensando em “vingança” para os próximos Carnavais, ou seja jamais dançar com aquelas moças que só queriam dançar com miúdos mais velhos do que eu.

Não me recordo se nos anos seguintes cumpri ou não a “vingança”, pois, as meninas de então, tornaram-se belas adolescentes…


 Carlos Leite Ribeiro - nasceu em Lisboa, na freguesia de São Jorge de Arroios, no dia 05 de Março de 1937 www.carlosleiteribeiro.caestamosnos.org. Mora desde Setembro de 1967, na Marinha Grande (Leiria – Centro de Portugal).  Prof. Mestre, fez Curso de Educação Física (1962), Curso Geral de História (Politécnico 1964) com Mestrado em 1976, Curso Geral de Geografia (Politécnico 1967) com Mestrado em 1984 entre outros cursos não oficiais: 8 Cursos de Radiodifusão (1986 a 1992). É Idealizador do Portal CEN – “Cá Estamos Nós”, fundado em 15 de Julho de 1998. Participou em várias coletâneas e tem dois livros impressos, e obras publicadas em ebook-digitais.






CATHARIE BRANDÃO DE SOUZA

ONDE MORA O DESEJO!

Lá fora o vento passa...
Frio, invisível, cinzento, sonolento...
Entre nós sussurrando...
No corpo arrepiando...

Tudo parece não ter sentido,
Simplesmente estou aqui e não estou,
Sou o que nada sou...
Um projeto de texto...
Um rabisco de desenho...

Sou você na hora...
Em que nada é o que é,
O real se tona irreal
E o pouco se torna inexistente.

Sou o silencio presente em teu rosto,
Sou o vazio que te preenche,
Sou impreciso e inconveniente,
Eu me chamo inconsciente.


Catharie Brandão de Souza - aluna da graduação de Letras Português da Universidade Federal de Campina Grande- UFCG, autora na revista Eisfluências  e também na revista Fênix desde julho de 2017 e uma das vencedoras do concurso cultural na categoria Poesia no 1º Salão Multicultural da Paraíba com o poema: Sinal de Trânsito: Uma escolha de vida.







CARMELITA RIBEIRO CUNHA DANTAS
Aparecida de Goiânia (GO) - Brasil


ENXURRADA

Vai arrastando tudo que encontrar,
Com força maior na descida,
Para na subida da conta de continuar.
A trajetória que o destino levar.
Tamanha força casa derrubar,
Árvore pela raiz tombar,
Plantações inteiras danificar,
Quando vem a tempestade, nada aproveitar.
Na chegada da chuva, de cada pingo d’água juntar,
Aumentando sua quantidade em sua borda.
E agradece ao receber a chuva calma,
Pois é com pouco que um dia aumenta,
Fazendo a diferença por onde passar.
Em subidas e descidas com velocidade para chegar,
Ao ponto determinado desaguar,
Não mede sacrifício em água rolar,
Mas na certeza de um dia encontrar,
Cominho que chegue ao mar.


Carmelita Ribeiro Cunha Dantas - nasceu em 24 de outubro de 1950. Natural de Corrente – Piauí. Filha de Josias Barros da Cunha e Luíza Ribeiro da Cunha (falecida). Casada com Rubens da Silva Dantas, tem três filhos. Concluiu o Curso de Enfermagem em Obstetrícia e Licenciatura em Enfermagem, na Universidade Católica de Goiás, em l979. Especializou-se em Metodologia do Ensino e em Saúde Pública pela FIOCRUZ/UFG/Secretaria de Saúde de Goiás. Atuou como Professora do Ensino Médio pela Secretaria da Educação de Goiás e Enfermeira, pela Secretaria da Saúde de Goiás, tendo aposentado em ambas as funções, e contribuído com a comunidade na prestação de serviços.





CELESTE FARIAS
Belo Horizonte (MG) - Brasil


ELA

Ela ali tão bela
Sempre provocante
Aguçando-me os sentidos
Deixando-me perplexo
Diante de tanto mistério

Totalmente sedutora
Enlouqueço em desejos
De mirar e sentir
Teus olhos lambendo
Meu corpo em devaneios

Ela é um encanto!
Estou aqui a usufruir
Do teu perfume em mim
Brindando este momento
Com volúpia e vinho

Despetalando o teu corpo
Em espetáculo de sensações
Nos braços da poesia
Venerando-te, nua
Admirável LUA.

Celeste Farias





CEZAR UBALDO

ENTRE VAZIOS

A noite é devagar
 entre vazios uma melodia é silenciada
 e depois o próprio mar acaba navegando
 e tudo acaba.

Cezar Ubaldo – escritor, poeta, professor, admirador da musica e dança...





CONCEIÇÃO HYPPOLITO
Porto Alegre (RS) - BRASIL

CANTO DE POETA

Canto que canta a vida
O céu, o sol sobre todos
As incontáveis estrelas, terra, mar
Amar
ar
gente, multidão;
- Canto na pressa que passo
Pr'a que fique  em canto
as formas que formo no ar
"Noir"
A quem tocar ou repetir meu canto
aonde e para onde me levar
- Canto que seja ponte
que liga o que foi
ao que será!



 Conceição Hyppolito - formada em Comunicação Social/PUCRS, natural de Uruguaiana/RS. Tem participação em diversas coletâneas e um livro de Haicais "da madrugada” publicado em 2015 em parceria com Adélia Einsfeldt. Faz parte da Sociedade Partenon Literário, Grupo Gente de Palavra, Grupo Diversos e Mulherio das Letras. Atualmente tem realizado documentários e projetos em cinema com a proposta "MOSTRA DE CINEMA FEMININO Conceição Hyppólito" com o objetivo de incentivar a produção feminina no cinema. Desse modo, cria um canal para introduzir a poesia na tela grande, com a função de mediadora e documentarista nesse processo que envolve a comunicação em todos os seus sentidos.  





CIDA MICOSSI
Santos (SP) - Brasil

METAMORFOSE

Presa no casulo -
Camaleoa à espera
Do momento de se livrar
Dessa pele tão áspera
Como hera no muro a grudar.

A pressão interna domina
Impelindo à libertação.

A larva asfixiada
Precisa fugir.
A casca blindada
Não quer se abrir.

Prisão,
Clausura,
Solidão,
Tão dura.

Despe-se da casca que a isola dos mortais,
Deixa cair à veste que abafa os seus ais.

E então liberta
Tão leve e solta
Pronta para alçar voo
Está a linda borboleta
Com leves franjas inquietas
Fremindo as asas de seda.


  
Cida Micossi – Santos, São Paulo – Brasil. Professora aposentada, fotógrafa amadora, escritora e poeta, participante de grupos literários e culturais, entre eles: Academia Vicentina de Letras, Artes e Ofícios Frei Gaspar da Madre de Deus, Sociedade dos Poetas Vivos de Santos e Clube de Poetas do Litoral.
Publicou o livro solo De Mim e dos que Amo, participou de várias Antologias, de Cirandas Poéticas na internet e recebeu premiações no âmbito da poesia.






CLÁUDIO DORTAS ARAÚJO

Estância (SE) - Brasil

PRESENTE D’AMOR!

Em cada canto do recanto
Do meu encanto, encontro quase sem perceber
Reflexos nítidos da tua presença.
E te senti mesmo antes da Tua Vinda!
Minha imaginação já antevia a Delícia de Ser
Que seria gerado no Útero do Meu Amor.
E Foste concebida... Com a Aquiescência, todo o Amor
Existente e pronto para te dar.
Vivi como ninguém jamais viveu, todos os meses
Em que estavas sendo gestada, conversava...
O meu coração e o Teu.
Hoje estás materializada na Beleza que
Sempre “surgia e surge” toda vez que olho para você.
Se olho para quaisquer lugar “desse meu mundo”,
Percebo traços nítidos da “tua delicadeza”,
Dos brinquedos que enchem de encanto
Teus lábios, nesse sorriso lindo que amo profundamente.
Agora te imagino vivaz, a lutar contra o sono,
Que quer descansar teu “pequenino corpo” cheio de energias.
Teus olhos lutando em não “querer render-se”
Às sonecas “que partilhamos numa rede”,  numa cadeira,
Nos meus braços amorosos “que te apertam” e te ama.
Mas crescerás como toda criança,
Menina-moça que sempre vai encantar-me...
De onde eu estiver meus olhos se encherão de lágrimas... felizes!
E serás sempre  Linda,
Especial,
Terna,
Impressionante,
Cândida,
Ímpar
Amorosa.

E, em todos os lugares que estiveres, estarei com você.


 Cláudio Dortas Araújo poeta e escritor, natural da Cidade de Itabuna, do Estado da Bahia, reside na Cidade de Estância, do Estado de Sergipe. É Autor dos Livros de Poesias: Horizontes de Liberdade e Fé(1999), Estrada de Infinito e de Paz(2001), Alumbramentos D´Alma(2010), - Colaborador da Imprensa Escrita do Estado de Sergipe e Além Fronteiras(1982/2017) - Sócio e Fundador do Clube dos Poetas Estanciano, Entidade Utilidade Públicas Municipal e Estadual, Leis: 819/1991, e 8.092/2016, Fundado em: 24 de Fevereiro de 1991.




DAIANE DE JESUS REIS
Mata Verde (MG) - Brasil

Ah se você soubesse
Ou se ao menos eu pudesse
Tentar te explicar
Eu rabiscava em um papel
Eu coloria com pincel
Pra você poder olhar
Eu preparava a ocasião
Fazia declaração
Só pra poder te mostrar
Ah se você pudesse entender
Ou então perceber
O que quero lhe falar
Ah se você soubesse
E eu ao menos pudesse explicar
O tamanho do amor
Que eu tenho pra te dar...



Daiane de Jesus Reis - nasceu em Encruzilhada (BA), mas mora em Mata Verde MG divisa com a Bahia. Concluiu o ensino médio na escola Estadual de Mata Verde e hoje com vinte anos estuda letras e espanhol. Em dezembro de 2016 participou do primeiro concurso de poesia o FESPOED(Festival de Poesia de Divinópolis)onde conquistou o primeiro lugar. Começou a escrita com quinze anos de idade e não parou mais foi quando descobriu na poesia o alimento de sua alma.




DALTON LUIZ GANDIN
São José dos Pinhais (PR) - Brasil


CARAVELAS

Uma vez nosso Brasil
de águas e terras belas.
Tupiniquins pós - abril
na dança das caravelas.

Dalton Luiz Gandin


Dalton Luiz Gandin – reside em São José dos Pinhais, Paraná, Brasil. Professor de Filosofia / História da Secretaria de Estado da Educação do Paraná desde 1986. Atualmente aposentado, mas não da vida. Escreve poesias desde 1976. Recebeu os prêmios de Literatura: “Literatura Leopoldo Scherner”, 2010, 2015 e “ Servir com arte”, 2011. Tem dois livros publicados: “Caminho em verso”, pela Editora Gráfica Popular, 2007 e “Curta poesia”, pela Gráfica Editora Apta, Além de outras produções e parcerias musicais.







DAMIÃO MARTIRENO OLIVEIRA DA SILVA
Alvorada (RS) - Brasil

APAIXONADA PELO TIO

Isso aconteceu lá pelos anos 2017, depois DC
- Pensei que mais contaria essa história
Ou que talvez a escrevesse num livro de memória
Quando tivesse uns 77 anos ou mais e que todos
Os mais velhos já tivessem falecidos.
- Não aguentei, este amor no peito, perdoa-me tio...
- Mas quem mandou me convidar para ser sua acompanhante
Nesta viagem a Europa, nestes almoços e jantares
Regado a bons vinhos e petiscos dos mares.
Depois ainda quis dançar, notou até minha tatuagem
- Teus olhares eram todos meus...
Senti o tremor de seu corpo e quando
O ar quente de sua boca chegou em mim
Seus lábios foram todos meus.
E foi assim que fiquei… Apaixonada pelo tio.


Damião Oliveira – Poeta e escritor Brigadiano, vem comparecendo em Antologias e coletâneas de escritores desde 2014. Em 2015 lançou-o primeiro exemplar da Saga Binária: EU SOU O ser binário A Força e o Poder do nós. Esta tocando atualmente o projeto de incentivo a leitura e as artes: “Semeado sonhos, colhendo realidades,", Em 2018 e 2017, realizou Sarau Temático na câmara de vereadores de alvorada, com todos os módulos do projeto: palestras, apresentações performáticas, contação de histórias, recital poético e artes cênicas, teatrais. Atualmente está trabalhando nos demais volumes da trilogia e acompanha com o eu livro.





DEOMÍDIO MACÊDO
Guanambi (BA) - Brasil

SUICÍDIO? NEM PENSAR!


Porta falsa e enganosa, que abre constantemente, sugando seres invigilantes, descrentes, que pensam desaparecer ao destruir o corpo físico, veículo que nos conduz na regência do Senhor.

Suicídio? Ledo engano, pois continuamos vivos na outra dimensão, com nossa individualidade, nosso “eu” interior, angustiado, sofrendo por ter praticado esse ato tão nefando.

Ei! Psiu! Acalme-se um pouquinho.
Aguarde o tempo que lhe foi determinado.
Alguém olha por você e não lhe deixa sucumbir.
Seu anjo guardião, seu amigo protetor, o conduzirá pelos labirintos, enfrentando tempestades, abraçando-o e beijando-o, conduzindo na viagem, porque você é importante.

Ei! Psiu! Acalme-se um pouquinho.
Aguarde o tempo que lhe foi determinado.

Ore, o Mestre sorri pra você, abrindo Seus braços, aconchegando-o com carinho, pedindo pra você esperar só um pouquinho.

A luz no fim do túnel o ilumina, brilha, trabalha na sua vinha, buscando os infelizes, deprimidos, melancólicos.

E você perceberá que sua dor é pequenina e que seu corpo é uma dádiva, presente ofertado pelo grande Criador que lhe ama de verdade.

Ei! Psiu! Suicídio? Nem pensar!



Deomídio Neves de Macêdo Neto - Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões. Administrador; pós-graduado Lato Sensu MBA em Gestão Pública Desenvolvimento e Economia Regional pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia - FUNDACE. Administrador, ator, poeta, declamador, escritor, taquígrafo. Autor dos livros  romance "Homem Nu, Vestido de Afeto, poemas NATUREZA, DIVINO AMOR, e romance Alameda do Bosque Azul, inspirado pelo espírito de Américo Zier. Membro da Confraria Artistas e Poetas pela Paz.





DEBY VENEZIANO

FEITO MÚSICA

Cada segundo de cada dia,
penso em você.
E você não sai da minha cabeça.
Mais que tatuagem,
você é miragem.
Eu penso em você,
e como você me fez sorrir.
Eu penso em você,
e por que você não está aqui.
Eu penso em você,
feito música que vicia.
Eu penso em você,
todas as horas do meu dia.


Deby Veneziano





DECIO ROMANO


SONETILHO

Perdi meu rumo e fiquei
E por onde estou agora
Passo errante pelas horas
Ligado no que amei.

Não sei o que é parar
E o que vejo, e o que sinto
Que parece infindo
Que nunca pus a pensar.

Nunca pensei neste céu
Neste recanto de flores
Replicado em muitas cores.

Tudo tem gosto de mel
E o aroma predileto
É o nosso beijo secreto.



Decio Romano - iniciou nas letras publicando em jornais de Curitiba, na década de 80, onde mora. Jornalista e poeta atuante com seis livros editados. Participa de movimentos poéticos como autor e pesquisador. Suas obras mais expressivas são: Rua das flores, 2010; Sayonara, contos, 2013 e Poema voluntário, 2014.





DINORÁ COUTO CANÇADO
Brasília (DF) - Brasil


SORRINDO PARA O AMANHÃ

Com os olhos da alma veem
E com a ponta dos dedos leem.

Nos ares esperanças renovadas
E sorrisos nas pessoas amadas.

Sociedade de poetas cegos unida
Iniciativa que encanta a vida.

Reunidos em espaço cultural
Cada um/uma com seu ideal.

O sorriso acompanhando toda arte
E cada partícipe faz a sua parte.

Magia poética em ação
Cidadania em transformação.

E assim cada amanhã é esperado
Recheado de sorrisos é celebrado!




Dinorá Couto Cançado - Agente cultural em: literatura; gestão, pesquisa e capacitação; produção cultural com projetos apresentados ao Fundo de Apoio à Cultura do Governo do Distrito Federal, como a Mostra "50 projetos mapeados em Brasília, capital das leituras". Publicou livros: Revolucionando Bibliotecas, Revelando Autores em Braille e a trilogia infantil Receita Saudável. Membro-fundadora e voluntária em Biblioteca Braille. Oficinas de incentivo as leituras e autora de projetos literários. Com 42 anos de educação/cultura, reconhecimentos e prêmios: Destaque ODM 2005, Cidadã Honorária de Brasília, Mérito Espírito Candango, Finalista Viva Leitura, Cidadã de Ouro, Mãos da Cidadania, Ser Humano Brasília, Brasil Criativo.





EDA CARNEIRO DA ROCHA

AMOR, DIVINO AMOR

Amor, Divino Amor, que me impulsiona a viver, a cantar, a esperar.
Esperar, com Esperança, nesta vida de Certezas e Incertezas.
Não posso me prender a esta última.
Sou toda uma Certeza que aprendeu a caminhar.
Caminhar com as próprias pernas, depois de ter acertado todos os meus passos.

Te entrevejo, Amor, Divino Amor, não apenas nos seres humanos.
Te entrevejo em tudo o que Deus criou.
Nas serras e vertentes, na água que me mata a sede, nas Constelações de Estrelas que povoam as minhas noites.
No Céu Azul que me leva a voar, que me leva a desejar esta espécie de Amor.
Não sofro mais com os ponteiros das horas.
Aprendi, simplesmente, a Esperar.

Esperar este sentimento que me faz tão feliz, quando penso nesta palavra:
 ”Amor"

E como sou chamada de Poeta Amor, não poderia viver sem Ele, benção promulgada, na minha Vida.
Não deixarei jamais que o tirem de mim, pois Ele é todinho meu, faz parte
do meu Respirar e da Arte do meu Viver.
Amor, Divino Amor, fica comigo e não me deixes jamais.




Eda Carneiro da Rocha – Professora de Língua e Literatura Francesas. Comecei a escrever em 2003. A Inspiração aflorou e comecei a escrever: Poemas, Mensagens, Duetos, um pouco atônita, com tudo o que me aconteceu. Ás vezes, não acreditava que estava recebendo toda esta graça. Mas Jesus  quis assim e recebi este presente. Recebi de presente de Aniversário de minha amiga Poeta: Thais " Beijaflor" um site:www.albumpoeticoeda.com , em 2005. É aí que posto os meus trabalhos. Ele está parado, mas vou dar continuação, com a minha querida webdesigner/webmaster: Crys Juan. Obrigada a vocês que tem tanta consideração por todos.




ELIANE QUEIROZ AUER
São Mateus (ES) - Brasil


LÁGRIMAS POR ELE

Foi a maior tristeza que senti naquele olhar
Seus olhos, fitaram os meus
Nos meus olhos,
Lágrimas rolaram

Lentamente a janela foi se fechando
As lágrimas involuntariamente caíram
Sem sequer alguém entender o motivo

Jamais esquecerei aquele olhar
Dizendo adeus!



Eliane Queiroz Auer - é natural de São Mateus (ES), Pedagoga, Especialista em Educação e pós-graduanda em Educação Profissional e Tecnológica pelo IFES. É escritora, poetisa e palestrante. É acadêmica efetiva da Academia Mateense de  Letras e sua atual vice-presidente. É também associada correspondente da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, Academia Marataizense de Letras, Academia de Letras do Brasil-Seccional Suiça.
Milita com frequência nas lides literárias e incentiva projetos no gênero. Conta com diversas publicações sendo a mais recente “Quando os sinos tocam” em Poesias. Detém várias comendas e troféus,  entre eles a Comenda Rubem Braga, Comenda “Cecília Meireles” e a Comenda “Elza Cunha”, recebidas da Amaletras.  A segunda, como titulo de  poetisa ternura.







ELIANA (SHIR) ELLINGER

FAZ TEMPO


Faz tanto tempo e não esqueço...
Aconchegada nos teus braços,
meu rosto pousado em teu ombro
e a música solfejando nossos passos.

Eu fechava os olhos, sonhava...
Estavas comigo e eu sonhava contigo.
Teu calor em meu corpo se apegava
e me sentia protegida nesse abrigo.

Sabia que me amavas, me querias,
desejavas...
Era um amor tão misto de carinho,
um pálio aberto no infinito ansiavas,
eu regada a cada gota do teu vinho.

Acalentada pelo teu doce embalo
e a melodia afrodisia, eu ia...
Como esquecer, meu amor,
cada momento que fui tua e ainda sou?


Eliana (Shir) Ellinger





ELCIANA GOEDERT (CIÇA)
Curitiba (PR) - Brasil


EMBALANDO SONHOS...

Ouvi dizer bem cedo
Que só morre um sonho
Quando atacado pelo medo

Por isso protejo cada um
Envolvendo-os, suponho
Com algo bem incomum

Revisto-os de esperança
E uma boa camada de fé
Aliada com temperança

Ainda que num lugar escuro
Amadurecem, em seu casulo...
Do terrível monstro, seguros.

E quando enfim se mostram
Estão vigorosos, palpáveis
No mundo se materializam.


Elciana Goedert (Ciça) - Nascida em Ivaiporã (PR), reside em Curitiba desde 1996, onde participa de vários movimentos literários no cenário curitibano. É professora com especialização em Tecnologias Educacionais, atuando na Secretaria de Educação do Paraná. Publicações: Eu e a Poesia (2014), Sob a Ótica de Eros (2016) e Nutrisia (2017), além de participação em diversas Antologias.

Página de Poesias
www.facebook.com/universoemversos




FÁTIMA GONÇALVES
São Gonçalo do Amarante (RN) - Brasil


CHEIRO ESCRITO

Nos tempos
de afetos líquidos
o cheiro, o beijo,...
é por escrito...

Se a escrita
é teoria...
há muito beijo
e cheiro teórico...

Se a teoria
ainda é superior
a prática...
o cheiro, o beijo,...
estão em alta!

Nos tempos
de afetos líquidos
o cheiro, o beijo,...
não são consumidos!

Fátima Gonçalves







FÁTIMA MOTA
Natal (RN) - Brasil

CONTEMPLAÇÃO

Entre o céu e a terra
tanto mar.

Entre o mar e o céu
repousa o meu olhar.

Entre o meu olhar e o mar
descansam minhas vontades.

E, na mansidão dessas águas
nos contemplamos
Eu e o mar.


Fátima Mota - Poeta, Artista Plástica e Artesã. Professora e mãe. Escreve para sites e revistas on line. Participa de Antologias, Anda entre livros e versos sempre fazendo o caminho inverso para sentir o reverso das palavras. 





FLAVIA MARIATH

ANJO

Quando o anjo chegar
abre um sorriso no rosto
se entregue e seja feliz...
Se agarre nas asas da liberdade e
entregue seu coração de peito aberto
grite pelo seu abraço,
grite pela sua esperança,
grite que vale a pena se entregar
ao anjo que te quer bem.
Quando o anjo chegar
fale com o simples olhar...

  


Flavia Mariaath - Bacharel em Direito. Diretora Secretária da Casa das Beiras, Chanceler Honorária do CONINTER (Conselho Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes). Vice-presidente da ALAP – Academia de Letras e Artes de Paranapuã; Membro Correspondente da Academia de Letras de Brasiléia (Acre).Diretora da Associação Cultural Barão de Ayuruoca, Membro do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (Portugal),Acadêmica Imortal Cadeira Pérpetua n° 01 – Senadoria Internacional – Patronesse Eliane Mariath Dantas  da CONINTER




FRANCISCO FERREIRA
Conceição do Mato Dentro (MG) - Brasil


QUEBRANTO

Seus olhos
os olhos meus...
Renderam-se em alumbramentos
num átimo, corrente de vento,
com sabor de azul piscina
e o cheiro de pores-do-sol.

Mas veio o ciúme
o quebranto
mau-olhado nos olhos meus
e o azul brando do vento
virou vermelho descontentamento
em meus olhos
nos olhos seus...

E o gosto insalubre do pranto
rolando num pós encanto
num fastio-inanição
cobriu de breu, no meu peito,
os meus olhos
os olhos seus...

...e os olhos do meu coração!


Francisco Ferreira - Poeta natural de Conceição do Mato Dentro, com centenas de classificações em concursos literários (Brasil, Portugal e Itália), participante de centenas de antologias e de várias academias literárias (RS, SP, ES, RJ, BA). Escreve poemas, contos, sonetos, trovas, décimas de cordel e crônicas, além de administrar o blog literário Impalpável Poeira das Palavras com mais de 82000 visualizações em 3 anos.






FRANCISCO MARTINS SILVA

A ESPERA DE DOLORES

Um sol quente de meio dia a arder no tempo e a invadir pela janela a privacidade daquele humilde lar, e daquela janela ainda um rosto mesmo com o arder do sol vive de horas em horas dela para fora a olhar. É Dolores, que desde quando recebeu uma carta do seu amado de que iria voltar ela nunca mais parou de o esperar. Sua inquietação, sua ansiedade, sua incansável espera se dá devido àquela carta incompleta, pois, a mesma não marca o dia e nem à hora, só avisa que ele irá chegar.
   E assim vive Dolores, ela está da janela a olhar, atenta, de olhos arregalados como uma coruja na noite escura, e assim a esperar bem ansiosa pelo amado. Nada se perde de sua afinada atenção. É que até pelo assovio dele ela já o conhece, pelas pegadas dos seus pés no caminho ela já o percebe, e enquanto isso, as melhores frutas do quintal já estão colhidas e o seu bolo predileto preparado para lhe saciar, e aquela rede na varanda para o seu repouso do cansaço, que também já o espera.
   Ela tem a esperança de que ele volte, pois, sempre quando ele a avisa que vem nunca tem lhe faltado com a palavra, e por isso, Dolores  suporta qualquer demora tendo em vista que seu amor sempre fora correspondido.
   É incrível quando se ama e quando se tem um amor verdadeiramente correspondido, pois, nem a distância é capaz de dissolvê-lo. O amor alimenta a alma, fortalece a esperança e festeja com alegria a chegada do amado, e é por esta  razão que Dolores vive pelo amado a esperar.



Francisco Martins Silva - nasceu na cidade de São Félix de Balsas - Maranhão. Reside em Uruçuí - Piauí. Professor, escritor e poeta. Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI e pós-graduado em Pedagogia Escolar pela Faculdade de Teologia Hokemãn. Obra publicada: Um tributo à natureza pela editora Câmara Brasileira de Jovens Escritores - RJ. Recebeu a medalha de mérito literário da Litteraria Academiae Lima Barreto. Rio de Janeiro. Recebeu a Láurea troféu Maestro Wilson Dias da Fonseca pela Academia de Ciências, Letras e Artes - ALUBRA - Araraquara - SP. Tem participação em antologias por várias editoras e publicações em revistas literárias.





FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX)
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil


JOÃO E MARIA, A HISTÓRIA QUE NÃO ACABA



            João e Maria - ou Maria e João, para um começo de história mais diplomático e cavalheiresco - são bem conhecidos de todos, pelo menos de quase todo mundo, embora haja, ainda hoje, discussões acerca da verdadeira relação existente entre os dois, na medida em que muita gente tende a desconfiar da amizade pura e fraternal e descamba para a maledicência, como foi o caso daquela velha fofoqueira, que se dizia tia de ambos, caso em que a consangüinidade da dupla teria de ser a única conclusão lógica, mas aquela bruxa certamente nada mais queria do que alimentar suspeitas e vilipendiar o célebre casal, incomodada por sua enorme popularidade, ao insinuar assim que ambos conviviam de modo incestuoso, o que chocaria boa parte dos que aparentavam nutrir grande simpatia pelo duo ao passo que semelhante insinuação seria de pronto rejeitada pelos verdadeiros amigos, tais como a Lia e a Michelle, apelidadas respectivamente de Chapeuzinho Vermelho e de Branca de Neve, por motivos que não vêm ao caso relatar aqui, para não desvirtuar o propósito maior da narrativa, que é o de centrar-se nas personagens a que o título se refere, com todo o equilíbrio possível, sem incorrer em qualquer demonstração de preferência ou favoritismo, mesmo porque Maria se queixou certa feita do perfil protagônico de João (conquanto sua queixa nesse sentido cause dúvidas se estaria ligada ao desempenho de seu par ou simplesmente à iniciativa de terceiros de atribuírem ao jovem esse protagonismo), sem dar-se conta de que, em outras oportunidades, foi ela quem assumiu papel de maior destaque, para gáudio das feministas, e de que a boa convivência pode ver-se afetada pela preocupação em identificar ocasional superioridade ou predomínio de uma parte sobre a outra, aspecto esse que um caçador, amigo deles e profundo conhecedor dos animais e dos seres humanos, fez questão de salientar, ao adverti-los a respeito, já que lhe afligia a idéia de uma rusga mais séria como resultado da competição que viesse a instalar-se entre ambos, com reflexos até sobre o conjunto do grupo, pois não se pode perder de vista que o ciúme é mal altamente contagiante, capaz de envenenar as relações, seja entre os casados, seja entre os solteiros, seja entre uns e outros, que compunham o universo particular de amigos da Maria e do João, risco esse que, após as advertências, os dois tiveram o bom senso de evitar, tratando de absorver as próprias inquietações ao invés de exteriorizá-las, sobretudo na presença de terceiros, para não estimular atitudes destrutivas, e chamando a si (voluntariamente ou não) a responsabilidade típica dos grandes heróis, sempre prontos a sacrificar-se pelo bem estar geral, como não poderia deixar de ser, porque ambos estavam cientes de que seus nomes se tornaram referência não só para crianças, mas também para adultos, que contavam e recontavam as peripécias da parelha, ainda que com a invariável mania de, a cada conto, agregar um ponto, e, por falar nisso, melhor colocar um ponto aqui, mesmo sem ser ponto final, uma vez que a história de João e Maria nunca acaba...     

In Ibitinema e Outras Histórias (2016), editora Lamparina Luminosa, S. Bernardo do Campo, SP.

Fernando Jacques de Magalhães Pimenta nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1952. Formado pelo Instituto Rio-Branco, do Ministério das Relações Exteriores (Diplomacia) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Direito). Mestrado de Ciência Política, Universidade George Washington, EUA. Autor dos livros Traços e Troças (2015) e Ibitinema e Outras Histórias (2016), publicados pela editora Lamparina Luminosa, São Bernardo do Campo, SP. Apreciador de cinema, música, literatura e HQ.







FERNANDO CARDOSO - VON TRINA
Samora Correia (Santarém) – Portugal

SOMBRAS

Eis-me nú
simplesmente nú
com dignidade
de um homem NÚ
intemporalmente - humildemente
nobremente despojado
ainda que nú

Por me faltar coragem
por cultivar coragem
por cultivar o desencontro
perseguindo miragens
por querer o "GRAAL"
sacrificando o mensurável
por ambicionar tudo
e não ter nada.

Estou nú
mas nunca crú.
Sou louco
não maluco ou mouco.
Sou sempre solidário
e aconteça o que acontecer
não esqueço amigos - mesmo nu

Fernando Cardoso - Von Trina







GISLAINE CANALES

 Glosando José Maria Machado de Araújo

          DEUS E O MAR...

MOTE:

Homens, olhai para o mar,
olhai com olhos de ver
e já podeis calcular
como é que Deus deve ser...

Homens, olhai para o mar,olhai essa imensidão,
é nele que ireis  achar
respostas, à indagação!

Mas olhai com os olhos da alma,
olhai com olhos de vere encontrareis toda a calma
que o mar pode oferecer!

Basta simplesmente olhar
o mar e os mistérios seus,
e já podeis calcular
toda a grandeza de Deus!

Conhecendo o mar, então,
é muito fácil, saber
guardando-se a proporção:
como é que Deus deve ser...

Gislaine Canales - Cônsul de Poetas Do Mundo. Delegada do Portal CEN. Sócia Benemérita da UBT Nacional e Troféu Destaque 2008 na UBT São Paulo. Título de Embaixadora da Trova em nível Internacional. Presidente Honorária da OMT (Organización Mundial De Trovadores). Título de Trovadora Del Universo. Recebeu da Seção de Bandeirantes, o Troféu Luiz Otávio e a Titulação de Personalidade da Trova. Embajadora Internacional de la Trova, OMT- Peru. Nomeada como Coordenadora da UBT para os Estados Unidos da América e países de língua hispânica, pela Presidente Nacional da UBT, Domitila Borges Beltrame. Bacharel em Pedagogia e Licenciada em Didática. 26 livros Impressos 36 Livros Virtuais de Glosas. Edita uma revista mensal, virtual mensal, sobre Trovas há 13 anos: a Trovamar.







GLADIS LACERDA MONTEIRO DE BARROS
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil


AFRODITE

Dos testículos de Urano
atirados ao mar por Cronos, seu filho,
formam espumas,
que se transformam, com espledor,
em Afrodite, a Deusa do Amor.

Num carro feito de conchas de nácar,
puxado, com pompas, por pombas,
desembarca Afrodite
em uma das praias da Ilha de Chipre.

Depois é levada à assembleia dos deuses,
que jamais tinham visto beleza igual.
Um rosto lindo
e um corpo sensual.

Por esta razão, ela rege
todos os aspectos da sensualidade,
da vida íntima e das relações pessoais
e, em matéria de amor, tudo mais.

"Afrodite, Deusa do Amor, nos abençoe
com as alegrias do êxtase sensual
e dê-nos a certeza
de que mesmo neste mundo pequenino,
com a nossa natureza erótica,
podemos tocar o divino"

Gladis Lacerda Monteiro de Barros
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_g/gladyslacerda.htm





GERCI OLIVEIRA GODOY
Porto Alegre - Brasil

Inspirada na poesia “Salvação pelo poema” de João Machado - João dos livros.

Preciso acreditar
que um tempo novo surgirá
que na hora da partida
beberei na vertente da esperança

A poesia nos levará
ao tempo da colheita
num campo pleno
de palavras vivas
nosso verso sobreviverá

mesmo que o mundo
abrace crenças vãs
haverá o delírio da criança
e do poeta louco
de amor


Gerci Oliveira Godoy





GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA

Nazaré (BA) – Brasil


VEJO TUDO

Sob um mar de águas claras,
Sob uma floresta de grandes clareiras,
Sob um sol cinzento e escuro
Eu me perdi.

Sobre um mar de verdades recônditas,
Sobre uma floresta de mentiras alumiadas,
Sobre um sol leitoso e fosco
Eu me encontrei.

Era triste o resumo de tudo que existia.
Tubarões engoliam sardinhas,
Cascavéis engoliam minhocas,
Júpiter engolia a lua.
Vi tudo como espectador
Atento a essa disputa.

Grandes engoliam pequenos,
Gordos engoliam magros,
Brancos engoliam negros,
Trágicos acontecimentos.

O sangue corria numa grande cachoeira,
A água corria nas veias dos angustiados.

Tudo era sangue, tudo era fogo.
Tudo era caos, tudo era tempestade.
Os mais fracos queriam ganhar
Mas não aguentavam lutar até o fim.



Gilberto Nogueira de Oliveira,  nasci em Nazaré Bahia Brasil,  em 26 de agosto de 1953.  Escrevi vários livros de ficção e poesias como: A Vingança dos Irracionais, Revolta, Além da Miséria, O Santo Demônio, Esses Heróis Camponeses, Os Dois Pólos Antagônicos, O Sistema, Neoliberalismo No Céu, Império, Ferro (Teatro), Zé, Lá Fora, Retalhos e Em Minha Terra. Retalhos, I, II, III, IV (Poesias) De Repente... Cordel, 1, 2, 3, 4 e 5. 






GUIDA LINHARES
Santos (SP) - Brasil


LIVRO DA VIDA

Um dia fecharei as páginas
do livro da minha vida.
Neste momento espero
ter vivido o bastante,
para encerrá-lo
com chave de ouro.
Em todas as folhas
brancas apaziguadoras,
busquei escrever com as cores
do mais belo arco-íris,
indicando que após
as tempestades encontradas,
com o guarda-chuva da compreensão,
consegui o equilíbrio necessário.
Talvez algumas folhas
eu as tenha arrancado,
num momento mais impensado.
Bobagem minha....
impensado talvez tenha sido
o conteúdo das mesmas;
contudo quem não as tem,
que atire a primeira pedra.
Hoje não arranco mais nenhuma...
todas me são igualmente importantes,
pois através delas consegui abrandar o coração
e compreender melhor as vicissitudes alheias,
não mais julgando ou criticando ninguém.
Que a ultima folha a ser escrita,
seja uma mensagem em que a paz, o amor
e a alegria sejam a tríade de votos
desejados a todos aqueles que
um dia cruzaram no meu caminho,
me ajudando a preencher as
páginas do livro da vida.



Margarida Salvadori Linhares  - Psicóloga - CRP 06-78389. Atuação na área literária.

Site: Canteiro dos Girassóis
http://www.guidalinhares.net







ISABEL CRISTINA SILVA VARGAS
Pelotas (RS) - Brasil

SEMENTES DE PAZ


É preciso renovar os sentimentos da alma
as intenções, as ações.
Somos energia, somos todos um.
Todas as ações têm reflexo,
resultados que retornam.
Apuremos e purifiquemos os pensamentos.
Ninguém consegue o bem, fazendo o mal.
Não é possível querer o próprio bem
e, o mal do outro.
Pense o bem, deseje o bem, faça o bem
Tudo retornará em forma de benção.
Só teremos resultados bons
através de boas ações.
Guerra só traz dor, anulação, morte
Amor é solidário, se multiplica,
Valoriza os seres, purifica a alma.
Plantemos a paz e teremos felicidade.


Isabel Cristina Silva Vargas - Professora, advogada, jornalista. Escreve para jornais, revistas literárias. Participação em centenas de livros. Pertence a algumas academias. Algumas premiações. Escreve contos, crônicas e poesia.  Dois livros solo impressos e dois e-books.





ISABEL FURINI
Curitiba (PA) - Brasil


COMPULSÃO PARISIENSE

A cidade fantasma ecoa na memória
conhecemos Paris antes de nascer
(antes de nascer perambulamos por Paris)

Éramos como mutantes no oceano da vida
habitantes marinhos habitados pela subjetividade
éramos um coração palpitante nas águas do amor
um quadro silencioso
quase emoções pintadas entre prédios e semáforos


As ruas de Paris estendendo-se além das palavras
sem palavras.

Antes de nascer perambulamos por Paris.


Isabel Furini - escritora, poeta, palestrante e educadora, coeditora da Revista Virtual Carlos Zemek de Arte e Poesia; seus poemas foram premiados no Brasil, Espanha e Portugal; é autora dos livros de poemas “Os Corvos de Van Gogh” Edit. Instituto Memória, Curitiba, 2013” e outros silêncios” Edit. Virtual Book, 2012; membro da Academia de Letras do Brasil/ Paraná;  criadora e organizadora do Projeto Poetizar o Mundo (na 10º edição); nomeada Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2015; Embaixadora da Rima Jatobé, Espanha, em 2015; recebeu Comenda Ordem de Figueiró e foi nomeada Embaixadora Internacional e Imortal da Poesia  pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil, em 2015. Participou de Antologias no Brasil, Argentina, Chile e Portugal.




IVAN SILVEIRA BRAGA
Taguatinga (DF) - Brasil


MÚSICA DO PARQUE BRASIL

Logo cedo nos encantos da manhã
Noeme canta o largo abraço apertado
laço d'agua do rio Corda mais o Mearim
me espreme com os braços da poesia
começo de setembro me acorda sem fuzil
recebendo o Poeta Vicente Sá na W3
ali bem perto do Pátio Brasil
aqui pra cá reside um sabiá freguês
que sempre acompanha a jacutinga
nem tudo já era uma vez...
Vou feliz da vida com meus amigos cegos
a gente sente cada flor na avenida
no caminho divertido de Taguatinga
dança teatro tudo da sétima arte
André, Epifânia. Teodora
amor cego amor em toda a parte
nunca vai embora...
calor eterno que arde, repete, reparte
nunca vai embora
amor cego amor de lua cheia
agora a hora vai que nem cobra
no mais quente da areia
escuto dobrado de cigarras
agora com tanta sorte de poesia
escuto as águas da Bahia.

  
IVAN SILVEIRA BRAGA - Nascido em Santana/Bahia em 1960. Estudou em Brasília e hoje é professor atuante na  Biblioteca Braille Dorina Nowill. Grande incentivador dos deficientes visuais na criação de seus poemas.  Tem  dois livros de poesia editados “Cartas Brejeiras" e "Romance De Almas na Florada". Com vários poemas musicalizados e participação em duas antologias, com muitas alegrias!  





IVANIA MORÁZIA MARQUES O. CAMPOS
 Maianga (Luanda) - Angola


HUMANA

Ela curte coisas abstratas, ela fala com plantas, conversa com a lua, admira as estrelas. Como elas existem poucas

Ela sente, mas sente mesmo não consegue fingir,

Ela não consegue disfarçar a dor nem esconder o calor 

Ela ri quando está alegre, seu sorriso é contagiante 

Ela acredita em coisas como sereias, lobisomens, vampiros, extraterrestres e universo paralelo

Ela é doida eu sei, mas também é apaixonante 

Ela é exata e filosofia 

Ela é intensa e rasa

Ela não esconde os seus defeitos, como já há via dito ela não consegue fingir
Ela molda-se em coisas agradáveis, mas ela não é só fofura 

Ela também é cruel quando quer e as vezes sem querer 

Ela feri e choca

Ela é frontal ,já tentou ser diferente mas não deu lá muito certo sua essência é maior que qual quer karma.
Ela é espírito e carne (para que separar se podemos juntar, diz ela) pratica porém ingênua , pois é ela também é ingênua,não acreditam? 

Ela é eu lhes garanto, ela acredita em finais felizes

Ela tem fé na humanidade

Ela come muito (chocante com batatas fritas é a preferência) ela fica mais de 16 horas só a ler,
Ela precisa tanto de ler quanto precisa de oxigênio.
Ela é poliglota,
fala a língua dos anjos 
Ela é humana


 Ivania Morázia Marques Agostinho usa o Pseudônimo de Isvania, nasceu no dia 11 de Novembro de 1998 em Luanda. Começou a escrever em 2014 e deste então se dedica a escrita.





 IVONE BOECHAT
Niterói (RJ) – Brasil


ESCONDERIJO

Fui me esconder,
faceira, atrás dos  versos
para ninguém se atrever,
descobri tudo o que sou
na vida:
carente,
sofrida,
dengosa,
prosa,
decidida...
longe do açoite,
imaginei:
ninguém
vai me encontrar;
escorreguei
na magia da noite,
esqueci a
ingratidão
lá de fora,
mandei a tristeza
ir embora,
adormeci ao luar.



Ivone Boechat - Nasceu em Bom Jesus do Itabapoana -RJ Professora Universitária, Vice-diretora e Chefe de Departamento de Escolas de Nível Superior. Secretária de Educação do Município de Magé-RJ Superintendente Itinerante Nacional da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade-CNEC Bacharel em Direito-Universidade Cândido Mendes-RJ Graduada em Pedagogia-Universidade Augusto Mota-RJ Pós-graduada em Educação-Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pós-Graduada em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Augusto Motta - Rio de Janeiro. Mestre em Educação- American World University- Phd em Psicologia da Educação Wisconsin Interational University – 16 livros publicados; Medalha de Honra ao Mérito Educacional “Lux in tenebris”, concedida pelo Sindicato dos Professores do Estado do Rio de Janeiro; Membro da Academia Mundial de Cultura e Literatura; Membro da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes RJ



IVONE VEBBER
Caxias do Sul (RS) - Brasil

VIDA RACIONAL

Vivente que se preza
é bem firme,atencioso,
ao humilde não despreza,
nem bajula o poderoso.

Vivendo uma vida
inconsciente,
intransigente,
em desamor,
em desespero,
inconsequente...
solução
e  buscar
dentro  da gente,
o elo perdido,
do  eterno consciente...

Ivone Vebber




JACÓ FILHO
São Paulo (SP) - Brasil

FLORINDO VERSOS

Finca-se à mente, inspirações que nutre,
Pondo fogo no Sol dum poeta a Florescer...
Pra lótus sem mácula, ir a Deus oferecer,
Unindo-o ao logos, que o todo repercute...

Preservando raízes, revela sem temores,
Moldando tal beleza de forma imaculada,
Que em seus poemas é sempre exaltada,
Usando alquimias, de iguais esplendores...

Seus versos são pétalas da alma poética,
Que no mundo físico guiam os escritores,
Em belas culturas, sabedorias e humores...

Num estilo brilhante com rimas e estética,
Diviniza sua poesia pra sábios seguidores...
Como a mãe natureza faz com suas flores...


Jacó Filho - Natural de Araripina – PE. É apaixonado pela natureza, a quem ver como o primeiro grande mestre. Tem oito livros editados, dos quais, seis pela IDÉIA editora e 3410 textos no: http://www.recantodasletras.com.br/. Aposentado na área de telecomunicações, dedica-se à literatura.  Reside em São Paulo-SP – Brasil





JANIA SOUZA
Natal (RN) - Brasil

O CHAFARIZ


          Bem no sopé da ladeira no final da rua em declive, havia o chafariz.
          Logo de madrugada, antes dos primeiros raios da alvorada, a sede guiava-os em romaria.
          Colhia-se entre pedras, o precioso líquido.
          Vinham crianças, idosos, adultos. Todos em súplica a um fio de vida.  
          Enchiam latas, baldes, barris. Então felizes com a boa colheita do líquido partiam com sua valiosa carga em cabeças e em ombros. Essa era a garantia de um dia promissor. Tranquilo em realizações domésticas. Banhos. Higiene.
          Tratamento dos alimentos. Limpeza e asseio.
          No aguardo da chegada da água, filas de latas formavam-se, enquanto a gurizada corria o tica e jogava biloca. Vez ou outra aparecia uma bola de pano.
          Velozmente era engolida pelos pés descalços enfiados na areia fofa vermelha da base do morro da Rua Henrique Câmara na divisa do Alecrim com as Quintas e perpendicular à Guarita e ao Rio Potengi. Ainda não fora construída a enorme balaustrada, que impera hoje no local, sepultara da vaga lembrança do remoto chafariz.
          Enquanto a criançada corria na madrugada, os adultos jogavam conversa fora e o carro de boi, rangia suas enormes rodas, tangido pelo robusto, mas já na metade da vida, homem que distribuía água nas moradias mais distantes das Quintas.
          Essa alegre espera antes da chegada do sol festeiro, remete ao encontro nupcial embaixo dos mornos lençóis, enquanto o galo de sentinela bate suas asas cintilantes, engrossa o poderoso pescoço e solta seu bravo canto em saudação a mais um dia que chega cheio de animação para os desafios renovados da vida.
          O chafariz ficou apenas na lembrança infantil de uma daquelas crianças que viveu, intensamente a afetividade do contato com os pingos d’água que regavam parcamente as redondezas do seu convívio.
  

 Jania Souza (Jania Maria Souza da Silva) Natal, estado do RN - Rio Grande do Norte, país – Brasil. Escritora, poeta, declamadora, artista plástica, economista e contadora pela UFRN, nascida em Natal/RN, Brasil. Tem ativa participação no movimento literário de sua cidade e do seu país. Em sua obra encontra-se registrado um toque sutil de erotismo e realismo com predominância de um profundo pensamento crítico revestido pela metáfora poética, social e humana. Publica literatura infantil; infanto-juvenil, poemas, crônicas, contos. Sócia de entidades culturais nacionais e internacionais.www.janiasouzaspvarncultural.blogspot.com




JECONIAS MOCUMBI
Gaza (Xai-Xai) - Moçambique

CARTA SEM DESTINATÁRIO

Descalça a tua alma
venha pela mesma rua
bem ali onde o dia morre
instalei a tua sagrada espera.
  


Jeconias Mocumbi ( Edilson Sostino Mocumbe) - nascido aos 02 de Março de 1997 em Gaza no distrito de Xai-Xai, Moçambique, residente em Maputo. Com participação em diversas colectâneas e revista e a mais recente participação na revista inverso. 





JUÇARA MEDEIROS LASMAR

NOIVA DE VERDE

Antônio e Dilurdes se casaram  numa idade avançada para a época, ele 31 anos, ela 24... Isso nos tempos idos de 1937. O tempo de namoro foi longo, 8 anos. O motivo de esperarem tanto? Pois bem, acontece que ele era mulherengo, chegado a bailes, tocador de sanfona de 8 baixos e de bandolim, muito garboso, as mulheres o rodeavam como mariposas na luz... Ele aproveitou, namorava todas e até as que, apesar de casadas, eram fogosas... Corria à boca pequena que algumas não o deixariam se casar, que iriam aparecer na igreja na hora dos votos e fazer escândalo. Por isso o cozimento em banho Maria, o longo namoro... Na época era um namorico sem toques, sem nada, apenas flertes e algumas conversas... E assim foi por 8 anos. Ela o esperando pura, ele aproveitando a vida.

Naquele tempo as festas das igrejas eram um acontecimento social que reuniam as pessoas de povoados e fazendas da vizinhança. Famílias inteiras iam de carros de boi para arranchar no local da festa. Sei que vão perguntar o que é arranchar, afinal é um termo do início do século passado. Pois bem carregavam-se os carros de boi com as tralhas de cozinha e de camas, colchões enrolados, na época eram de palha, colchas tecidas em tear, vasilhas para cozinhar, panelas, tripés, mantimentos... Alguns conseguiam casinhas de despejo para arrancharem, outros montavam barracas nos próprios carros de boi. Verdade é que era uma delícia, uma farra só, de uns 4 dias ou mais, pois as festas duravam às vezes semanas inteiras.

Anunciava-se uma festa no distrito vizinho.
Dilurdes e suas irmãs e irmãos iriam. Antônio avisou a ela que eles se casariam nesta festa, mas pediu que não contasse a ninguém. Ele contou apenas a seu irmão Juquinha. A família seguiu de carro de boi e ele, com os outros rapazes, foram a cavalo.

Juquinha ficou matutando, matutando e resolveu contar ao “Seu” Candola, pai da Dilurdes. Ele disse: “Olha “Seu”Candola, o Antônio me falou que vai se casar com a Dilurdes na festa, eu o aconselhei a não fazer isso, sem falar com o senhor, mas sabe como ele é.”.

Candola contou para  a esposa Joaninha que falou: “Vá, pegue o burro e galopa até Medeiros para impedir este casamento assim... O que o povo vai pensar? Nós gostamos muito do Antônio, mas onde já se viu casarem escondido? Nem vestido branco ela tem”.
Candola arriou o burro e partiu a galope.

Antônio e Dilurdes se casaram naquela manhã ensolarada, ela estava linda de vestido verde que destacava sua pele rosada, seus cabelos castanhos e seus olhos cor de mel. (Durante toda a sua vida ele sempre a presenteou com vestidos verdes).

Já estavam na casa onde arrancharam quando alguém chega e diz apavorado: “Antônio, o Candola está vindo, será que vai ficar muito bravo? O que você vai fazer?".
Dilurdes foi se esconder no quarto para esperar o desfecho da história.

Quando Candola chegou, Antônio na maior tranqüilidade, disse: ““Seu” Candola, se o senhor tivesse chegado mais cedo teria assistido ao nosso casamento, eu acabo de me casar com a Dilurdes”.
Candola apenas disse: “Fazer o que?  O que está feito está feito, vamos festejar”.
E o resto do dia foi de comilança, toques de sanfona e muita alegria...
 Foram felizes para sempre sim, até que a morte os separou com 49 anos de casados...
Tem mais alguns capítulos interessantes desta história que narrarei depois...

Juçara Medeiros Lasmar
Filha caçula do casal.





JOÃO COELHO DOS SANTOS

AÍ… NÃO FUI

Num mundo de fantasia
Ocupei lugares vadios
De vazios glaciares.

Sem esperar piedade
Fui inabalável na cicatriz da alma
De pedaços rasgados de mim
Pelo silêncio que magoa.

Vi na terra feridas de guerra,
Estrelas doiradas no céu
A vestirem a noite de sonhos por sonhar.

Fui pássaro humilde, fui temível condor,
Espantei despertares da madrugada,
Andei afastado do turbilhão social,
Fui desejado sem desejar.

Fui o que perdi
De tão secreto ser o segredo,
Em que a mentira passa por verdade!
Sem por a mão na consciência
Fui ferido sem cura
Enquanto se arrastava pela terra o tempo
Sem saber a sua dita.

Tal como Fedra
Que amou Hipólito, casto enteado,
Fui aprender a perder o medo.

Esquecido do mundo e de mim
Abandonei despojos da passada vida.

Fui noutro tempo distante
Passarito de ninho triste e frio.

Choroso, pálido, enraivecido,
Não quis ir ao jardim dos mortos,
Ao funeral de minha Mãe.
Aí… não fui!

João Coelho dos Santos





JOÃO PEREIRA CORREIA FURTADO


BOM VASO


Bom Vaso do Céu
Obra do Divino Deus
Maria porta a Luz...

Vem trazer a boa verdade
Amor perfeito que nasce
Sol brilha com ansiedade
O Bem chega e mui carece...


João Pereira Correia Furtado
Página Nº. 103 do livro Aguarela Africana





JOSÉ HILTON ROSA
Belo Horizonte (MG) - Brasil

TSUNAMI

Pedras e paus se abraçam
Ao som de orquestras de vento
Em descompasso
Desesperadas cascatas de lágrimas
Aos olhos incrédulos
Natureza alheia aos pedidos de socorro
Fenômeno natural
Tsunami, o beijo da dor e da morte



José Hilton Rosa - autor dos livros de poesias: “Laços de sangue”; “Choro de sangue”; Versos em alças de fogo; “Inversos” (coautoria de Carmo Antunes) e Sorriso e lagrimas. Participou de diversas antologias impressas e digitais. É membro do movimento poetas Del mundo com sede no Chile, fundador Luis Arias Manzo. José Hilton Rosa é formado em diversos cursos técnicos, Parapsicologia, gestão de pessoas, sindicalismo. Reside atualmente em Belo Horizonte, MG, Brasil.

http://www.caestamosnos.org/autores/autores_j/Jose_Hilton_Rosa-1.htm




JOSÉ ERNESTO FERRARESSO
Serra Negra (SP) - Brasil


O BEIJO DISTANTE

Ando por lugares ermos,
Gélidos , frementes e invasores.
Toques sensíveis,- não te sinto.

Sem olhares para o além-solidão.
Janelas se fecham para o infinito.
Tenho medo não consigo  falar-mistério.

Sem receio tento te encontrar-procura.
Sem o som a melodia é  fúnebre-tristeza
Envolvo-te no meu íntimo solitário
Procuro por teus beijos ,
 não tenho , nem te vejo -dor.



José Ernesto Ferraresso




JOSÉ LUIZ DA LUZ

QUE CELESTE ROSA


Que celeste rosa, que estranha ternura!
Que delícia teu nome em minha voz rouca,
onde eu grito, e minha alma já quase louca,
respira o perfume de tua doçura...

Lembro ainda aquela mão!
Melíflua a aquentar a minha,
dando a ela o que ela não tinha,
e fogo ao meu coração.

Que júbilo te olhar, que alva criatura!
Que lábios amantes de beijos fervidos,
a jorrar caudais de néctar aos sentidos.
E a sussurrar melodias de ventura.

Vem a noite em véus risonhos.
E pelo amor eu me esvoaço,
e no afã a ti me abraço,
pelas viagens dos meus sonhos.

Tenho o coração dos anjos imortais.
Sinto na terra o amor de um paraíso,
que transcende meu corpo, puro e preciso.
Esquecer-te? Nunca! Nunca! Nunca mais!...

E o olhar... Quanta polidez!
Do mistério do oceano,
que jamais pudera humano,
sondar sua profundez

Rosa rainha, a mística dos florais.
Minha alma levaria este doce afã,
tomada de amor, se eu morresse amanhã...
Esquecer-te? Nunca! Nunca! Nunca mais.



José Luiz da Luz




JOSÉ MIGUEL CUMBI

À tarde
Quando vem
Com as mais precisas emoções
Dormente fica meu desejo
Ao teu colo

Olhares ferozes
E suaves são as almas e de amor
Conforto-me no teu corpo
Quando a tarde vem

À tarde
Traz tudo no brotar da vontade
Tudo tanto se deseja
E também é consentido amor

À tarde
Na bela declaração de amor
Boca fala singelamente aos beijos
E corpos dividem somente afectos.


José Miguel cumbi - terminou a decimal segunda classe na escola secundária Muelé na cidade de inhambane. Participei em dois concursos literários nesta escola tendo terminado no terceiro e quarto lugares, participei também numa antologia num grupo de facebook denominado intercâmbio de escritores da língua portuguesa e participei também em cinco antologias da Carmo! 



KATIA CHIAPPINI
Porto Alegre (RS) - Brasil

                                                           
TRISTE CONTRASTE!

Vinga o abstrato
O anonimato
O falso contrato
A propina no ato
O abigeato
O peculato
São crimes de fato
Vergonha, desacato

O povo pacato
'' Paga o pato''
Perde o tato
E o sindicato
Triste retrato
Pavor de infarto
Comum o assalto
E morte no asfalto

O delito é ato
Envolto em aparato
Com cobertura de fato
Na fuga pelo mato
No poder, outro formato
Há caviar no prato
Bom vinho, bom trato
Ah! deboche insensato

  

Katia Chiappini - tem formação universitária, com licenciatura plena em Direito e Pedagogia da Educação. É professora aposentada e lecionou por 33 anos, as disciplinas de Português e Matemática, no ensino fundamental. Pertence à ALPAS, ALAPOA, CASA DO POETA, ED.LITERATA (SÃO PAULO). Possui alguns textos publicados em jornais locais. Em 2010 venceu um concurso de poesias patrocinado por Benedito Saldanha, pela editora Expresso das Letras. É membro da Academia Internacional de Letras, Artes e Ciências, ocupando a cadeira 58, tendo como patrono Osório de Duque Estrada. Possui estudos avançados em música e leciona piano, especialmente para a terceira idade.






LE MELO
  
EMARANHADOS

Sentir tua respiração
Na minha... A tua mão
De repente a paz
De assim ficarmos abraçados
Cessada a brasa da paixão
Resta-nos a cúmplice emoção
Tão somente a calmaria
De estarmos assim enlaçados
Fecha-se a porta cá dentro
Fecha-se o mundo lá fora
Por instantes somos um
ligados... Emaranhados


Le Melo




LEUNIRA BATISTA SANTOS SOUSA

CADA UMA TEM SEU TEMPO...

Ah, respiração revigorante!
Estrela florida com perfume de premência
A Primavera ladeada de beleza
Está nos braços da mãe natureza.

O percurso do Outono
Na embarcação do benquerer
Gota de atitude ultrapassa oceano
Alça voos com a altivez da razão
Para segurar o céu com a mão.

Dorme e acorda na frialdade oh, Inverno!
No secreto cheiro do tempo
O destino sem medo faz premissa
Fervorosa é a roupa do coração
Responsável pela boa ação.

Os olhares do Verão
Energiza o corpo inteiro
O sol que esquenta a vida
Vai até o resfriamento da despedida.


Leunira Batista Santos Sousa - nasceu em Nossa Sra. da Glória,  SE, Brasil, onde ainda hoje reside. Escritora, poetisa e jornalista. Graduada em Letras Português/Espanhol pela UNIT. De Professora Educadora a Auditora de Tributos da SEFAZ (SE), aposentada. Coautora do livro Nossa Senhora da Glória e sua História (1978). Integra 24 Antologias, tem artigos e poesias em Revistas. Autora do livro O Espelho da Felicidade (2014). Membro Fundadora da Academia Literária do Amplo Sertão Sergipano (ALAS), cadeira n° 3 e Membro Efetivo da Academia Gloriense de Letras (AGL), cadeira n° 16.





LILIAN ROSE M. DA ROCHA
Porto Alegre (RS) - Brasil

TRANSPIRO

Sinto calor
Na tarde quente
Desta cidade
Transpiro
Sonhos
De esperança
No suor
Salgado
Do cotidiano
Maquinário
Que envolve
Sua população
São rostos suados
Maltratados
Pelo tempo
Fechados
Encouraçados
Pelo trabalho
Exaustivo
De mais um dia.
Passo por eles
Eles...
Passam por mim
Pelos sonhos
Pelas lendas
E não percebem
Que passaram
Pela própria Vida.


Lilian Rose M. da Rocha -  Farmacêutica-Bioquímica (UFRGS), Especialista em Homeopatia (ABH) Poetisa, Musicista (Liceu Palestrina), Facilitadora Didata de Biodanza (IBF), Formação em Educação Biocêntrica (CDH/UB).





LINDALVA MARIA DA SILVA CASTELUBER
Alvorada do Oeste (RO) - Brasil.

TRIÂNGULO AMOROSO

Minha vassoura perdeu o poder,
Poção mágica não mais se crê
As juras secretas de amor por amor
Pegaram o caminho do lobo.
Meu destino é tão trágico
Pior não pode ter.
No espelho vejo a cara do bobo.
Foram tantas juras em horas desertas.
Não há mais nada que conserta
Se você sai e deixa a porta aberta;
Quando chega a decepção é certa.
Não, não tenho mais dúvida
Esse amor veio a perecer.
Nesse triângulo amoroso não posso
Conviver.
Preciso consertar minha vassoura
Para esse destino varrer, e separar
De uma vez o homem,
o dinheiro e o poder.




Lindalva Maria da silva Casteluber - professora aposentada no estado de Rondônia. Formada em Letras. Publica seus trabalhos no Recanto das Letras:   www.recantodasletras.com.br/autores/lindalvamaria. Escreve por prazer em reviver momentos agradáveis da vida. Acredita que, quando escreve revive aquele momento, e quem lê também revive e se alegra. Reside em Alvorada do Oeste, Rondônia, Brasil.




LIN QUINTINO


Á FLOR DA PELE

E quem sabe,
nesta calma da tarde,
eu me encontre.

Ando tão à flor da pele,
ardo em febre,
de tristeza ou
de saudade,
quem sabe!

É minh'alma à flor da pele,
e já nem sei
se me exponho
ou se me fecho...



Lin Quintino - poeta, escritora, professora e psicóloga. Faz parte das Academias: ANLPPB, ALPAS 21, AMCL, ALTO, ALMA, AMBA, ARTPOP, SOB, ACLA. Autora dos livros de poemas: Entrepalavras, A Cor da Minha Escrita, Do Outro lado de Mim, As Palavras não se Fadigam da Escrita e Os Ossos da Escrita.



LORELEY MOLINELLI
Piriápolis (Maldonado) - Uruguay

RECURRENTE

He pensado veleros
y canciones ocultas
brotaron de mis labios.
He recorrido orillas
con verdades de lágrimas,
con sueños de ocasos amarillos,
con un cuento de luna,
con una realidad
mordiendo mi cintura.
Y siempre los veleros
vuelven a mi memoria
y hacen brotar canciones
que nacen de mi orilla
a la orilla sin nombre.

-Loreley Molinelli-
-Del libro: “Desde mi Orilla”-

Loreley Molinelli - nace en Montevideo, Uruguay. Poeta y gestora cultural en la ciudad de Piriápolis, donde radica actualmente. Con ocho muestras de poesía en su haber, donde el montaje sobre materiales reciclados destaca y concientiza sobre el cuidado del medio ambiente. Publica en Antologías varias, nacionales e internacionales. Edita el CD de poesía “Tela de Araña” y edita sus poemarios “Desde mi Orilla” y “Desde la Fe”. Recibe varios premios entre los que destacan: -Mejor escritor de Piriápolis,1986. -Premio Procultura, 2014. -Premio victoria, 2016. -Grandes mujeres internacionales 2017, categoría poesía. -Estrella del sur 2017, a la trayectoria.






LUCAS ALVARES HAYASHI

ENTENDE?

Apart hotel
não é
hotel à parte.
Quando digo que
quero ficar sozinho,
é só um pouquinho,
um pouco,
só,
isso é muito diferente
de ficar sem você.
Não vivo sem você,
mas não vou morrer
se ficar sozinho.
Entende?
Não quero morrer sozinho,
mas não morrerei se eu ficar
só,
mas só um pouquinho.
Senão... Eu parto,
em partes eu fico!
Entende?
Eu morro!

Tende a entender
quem quer saber.
Compreende quem ama
- saiba quem quiser.



Eu sou o Lucas Alvares Hayashi - resido atualmente em Lins-SP, Brasil. Sou Engenheiro Eletricista / Eletrônico, escrevo desde os 16 anos (20 anos se passaram!), quando me vi com um gesso ocupando quase que totalmente a minha perna direita (depois foi à esquerda!). Participei de algumas antologias, as quais foram lançadas em livros, e tenho até alguns troféus de poesia da época da faculdade. Quis ser escritor, hoje sou poeta sempre e engenheiro. Sem chorinho nem lamentos, só biografando brevemente...




LUIZ ANTONIO BERTINI
São Paulo (SP) - Brasil

QUE TEMPO QUE PARA NÓS RESTA DA VIDA

Escrevo estes rabiscos ouvindo uma música do que fala do nosso tempo de viver.

Este é o nosso tempo de viver.
Viver plenamente a vida.

Viver gerando vida com nossos atos, nosso trabalho, nosso sorriso, nossas mãos.

Não importa se escalamos torres, levantamos muros ou nos perdemos em meio a cálculos intermináveis. Importa dar a tudo isto um gosto de vida, um sabor agradável, um toque de luz (mesmo que seja pequena a nossa luz). Importa trilharmos nossos caminhos e vivenciarmos ao máximo os momentos aos quais nos é permitido com outras pessoas cruzar. Para aprendermos com elas, para amarmos, para trocarmos experiências e emoções.

Importa olharmos seus olhos e sentirmos as suas mãos.



Importa fazermos amigos e reaprendermos com cada um deles um pouco de tudo, um pouco da vida.



Um dia os caminhos não serão mais os mesmos, teremos então lembranças e saudades. Teremos carinho e uma nostálgica sensação.


Importa lembrar sim, mas importa viver o hoje melhor do que vivemos o ontem e: percebermos melhor, ajudarmos melhor, absorvermos melhor, amarmos mais e melhor, quem agora nos acompanha.

Talvez para novas saudades e lembranças.

Novos pensamentos de carinho.

Novo aberto no coração.

Que passem por conta da vida: amigos, amigas, amores, mães, pais, professores, colegas de trabalho, sonhos, etc.

Não podemos jamais perder de vista o hoje, o agora, e perdido no passado ou no futuro, deixarmos de viver. Deixarmos de perceber quem nos acompanha neste momento. Devemos viver em plenitude, fornecendo vida em plenitude. Mesmo porque qual será o tempo que, a nós, resta da vida?


Luiz Antonio Bertini - reside em São Paulo (SP) Brasil. Autor de diversos livros técnicos, de poesia e prosa.







LUIZ CLÁUDIO
Natal (RN) - Brasil


GLOSA

Mote:O nosso meio ambiente;
Nossa vida, nossa gente.
(Mote: Rodrigues Neto)

Nesta ode canto somente
A luz, o amor e a beleza,
Refletem, tenho certeza,
O nosso meio ambiente;

Quem tem sempre o bem na mente,
Rega nele p’ra crescer,
Depois, vê-lo florescer,
No seio da humanidade
E falar com liberdade;
Nossa vida, nossa gente.




 Nome Batismal: Luiz Cláudio Costa da Silva, nome LiterárioLuiz Cláudio - Natural de Macau/RN- Brasil, reside em Natal (RN), Brasil, filho de Francisco Germano Sobrinho (falecido) e Maria do Rosário Costa da Silva. Membro da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (ATRN);  membro fundador da Associação Potiguar de Literatura de Cordel (APLC). É poeta Parnasiano, Realista, Lírico, Romântico, Modernista, Trovador, Glosador, Resenhista, Articulista, Professor, Integrante de diversas Antologias Literárias. Tem vários trabalhos publicados em Revistas e Jornais bem como em mídias digitais. 




LUIZ POETA


EU ALMA

Minha alma se confunde com quem sou:
Sou espírito, sou aura... sou matéria.
Quando escrevo, já não sei onde é que estou,
Pois a tinta que me dou é sempre éterea.

O meu voo me faz poeta e passarinho,
Meu caminho  pelos ermos mais azuis
Faz a luz redesenhar um novo ninho,
E esperar esse voar que me seduz.

Muitas vezes alguém vem – que nem conheço –
E perscruta o meu avesso mais feliz,
Me ditando muito mais do que eu mereço,
Transformando-me (de novo) em aprendiz.

E é assim... quando uma lágrima rebrota
Dos amores que plantei no meu sorriso,
Há um pranto que derramo... e ninguém nota...
Choro a fonte imortal do paraíso.

Se sou alma? Sou apenas complemento
Desse vento que me leva a cada flor
Polinizo assim,  num tênue sentimento,
O momento mais feliz do meu amor.

  
Luiz Gilberto de Barros

 Às 12h20min do dia 15 de agosto de 2015 do Rio de Janeiro, a partir da  pergunta da minha amada maninha de letras e artes  Walkyria Garcia: “O que o poeta escreve é o que lhe vai na alma?“





LUCIA MARIA CHATAIGNIER DE ARRUDA
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil


POESIA DO DESENCANTO


Cá, no meu canto,
Escuto o cantar dos passarinhos acordando.
Espio o mundo pela janela, a natureza tão bela
Enquanto eu não vejo mais sentido na vida...
Foi-se o tempo da alegria, achegou-se o isolamento
O sorriso, a esperança.
Escolho o silêncio como um escudo
Para não colher o desencanto
De palavras de amor inexistentes
De rudes críticas fúteis
Por eu haver envelhecido...
Chega a noite e aguardo a chegada dos sonhos
Que trazem recordações, canções
De um tempo querido, mas perdido.
Vou definhando, chorando escondido
Aguardando a morte...


Lucia Maria Chataignier de Arruda - Psicanalista, Mestre em psicanálise e sociedade (foco em psicanálise e cinema), doutoranda em psicanálise e sociedade (foco em psicanálise e literatura). Escritora de contos e romances (com oito livros publicados no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris), roteirista de cinema e TV.





LÚCIO REIS
Belém do Pará – Brasil

FUTURO BRASILEIRO?

Sabemos todos que o futuro é um túnel longo e escuro e que, a sua saída está adornada por várias???, Algumas que nos trarão como respostas satisfações, mas, por certo há outras tantas  mais que nos ofertarão decepções, muitas lamentações e demasiadas tristezas.
Não resta dúvida, por outro lado, que no presente, ao serem lançadas boas sementes em terreno fértil, no amanhã, bons frutos serão colhidos, pois como já afirma o dito popular: quem planta colhe! Realidade de já há algumas eras e que ainda hoje é atual.
Porém, ao observarmos o que vem sendo semeado atualmente no Brasil, já é possível agora, visualizarmos ou projetarmos que nossa colheita não será nada proveitosa, mas sim, os frutos só trarão razões de sobra para o choro e ranger de dentes, tendo em vista que o adubo é de péssima qualidade e outros insumos podres e, portanto, estragados. E, além disso, a mediocridade, invariavelmente é o arado ou carro chefe do que é exposto publicamente à nossa gente e a quem de fora se aventure a observar desde os sulcos no terreno que a todos é mostrado.
O quadro que se nos apresentam hoje, quer no campo político, quer na área artística e no convívio diário entre componentes de nossa sociedade, contem a receita ou fórmula infalível para que logo logo, os valores morais, éticos e tudo o que rege o convívio saudável, racional no meio social, sejam todos jogados no lamaçal das perversões e todos os limites do aceitável sejam abolidos, esquecidos e desconsiderados, portanto, os teóricos que já passaram por cadeiras em salas de aula de universidades, pela exposição pública de seus entendimentos e conclusões, transmitem que, nem mesmo os escritos e ensinamentos bíblicos devam ser considerados e muito menos respeitados e, por via de consequência, os códigos éticos, racionais e legais, também devem ser apagados da mente e até mesmo pisoteados, pois o que valerá é a libertinagem e total desregramento.
E ante esse quadro, nem há que ser referido as pregações nas varias denominações de fé e que, abrangem  centenas de milhares de fies o que, pode indicar que o efeito é adverso do que é efetivamente pregado nos púlpitos e milhares de templos em nosso Território.
As artimanhas das investidas, excluindo-se os escrachados, condenáveis e abomináveis atos devastadores da corrupção sistêmica, endêmica e de enorme abrangência nos e sobre os poderes constituídos e, o desnudar das autoridades dos preceitos elementares de honestidade e lisura, trazem a capa ou manto de que a falta de limites em relações sexuais, quer no que se refere aos seres de mesma espécie ou inter raças, independente se é ou não racional, ou quer no que se refere a faixa etária que pode estar presente no ambiente do que é e está sendo exposto e publicamente mostrado e, a isso tudo é colocado o pomposo carimbo e a moldura de ser arte. E o que é pior, algumas contando com o apoio do estado, o qual como sabido transbordando de executores de sua política praticantes contumazes do desvio de caráter e que, usa da abdicação de impostos através de leis de incentivo a cultura. No caso, a cultura da perversão e destruição de valores racionais.
Pelo que se constata, há a sugestão de que uma orquestração de valores rasteiros, sob a batuta de desvios, construiu uma partitura, que oferece à sociedade nacional o do re mi do hino da inversão de valores e fá sol lá si dó estribilho da degradação moral e ético, para no amanhã que breve se apresentará enterrar a Nação no fosso lamaçal da completa destruição, como o foi, por exemplo, com Sodoma e Gomorra.
Os meios de comunicação ficaram e estão ao alcance de todos independentes da faixa etária e, o que é de se lamentar é lermos posicionamentos de quem a rigor não usa antolhos de única direção a ignorância, a principio, pois teve oportunidade de colher um forte farol no terceiro grau, mas, pelo visto saiu dele portando um canudo de papel e também saiu não com uma lamparina ou vela na mão, mas, com a luz de um vaga-lume para parecer e ou se mostrar o politicamente correto.
É bem verdade que também se tem oportunidade de tomar conhecimento de posicionamentos em defesa da moral, dos bons e úteis costumes e mui especialmente do respeito à dignidade e a inocência da criança.
As trevas pairam sobre nossa Nação, a ventania do desrespeito vem arrasando valores, mas, com certeza a luz do que é digno útil e abençoado é que brilhará em nosso amanhã, pois o mal é passageiro e o bem é e será vitorioso, pois afinal jamais  esteve em guerra com o contrário.


Lúcio Reis - Escritor, Contista e Poeta. Belém do Pará – Brasil.






LUCIENE FREITAS
Recife - Brasil
13-07-2007

O SONHO

Canta, que tua voz ardente e moça
faz com que eu sinta a meiguice
das palavras que a vida não me disse.

Gilka Machado
(encantamento).

           
Nem Freud, nem Jung ficariam surpresos quando a mulher falou.
– Sonhei com meu pai.
Como, se convivera com ele, apenas, quando bebê? Ainda ia completar dois anos quando foram separados.
            - Estava escorado num balcão de cerâmica, da cozinha. Uma das pernas encostada na parede, cabeça baixa. Espreitava com atenção a atitude da mulher. Esta ia de um lado para o outro arrumando sacolas.
Alto, esguio, de pele marrom. Um homem bonito.
De uma porta aberta entrava a luz natural, uma grande árvore balançava os galhos pela força do vento.
A cortina de lembranças, do mais profundo consciente, balançava em detalhes figuras de um tempo ido.
            Uma viajem a cavalo lhe chegava como recorte de uma fita interrompida, quem sabe pelo fato inesperado que marcou a passagem? O barulho de um carro fez o animal levantar as patas dianteiras, o avô e a menina foram ao chão. Na queda, amortecida pelo corpo do avô, apenas a admiração - caí!
Na casa dos avós todos queriam saber das novidades que a menina trazia. Uma nova vida se iniciava.
Impedida de sair pelos bloqueios dos parentes, a imagem do pai, jovem, ficou guardada no fosso. Não deveria aparecer naquele contexto.
            Prefaciando a história descrita em outra versão, em sonho, a personagem reaparece marcando o lugar que não estava perdido. Apenas encoberto por uma camada de lama, espessa.
Nenhuma foto, nenhum contato estreitaram os laços de sangue que os unia. Apenas o sonho reativou a lembrança fotográfica.



Luciene Freitas - escritora brasileira,tem formação em Letras, com Pós Graduação em Língua Portuguesa, faz parte de um expressivo número de associações literárias.Entre a poesia e a prosa recria a realidade segundo suas convicções, ideais ou vivências. Nesta, aborda o conto, a crônica, as parábolas, o romance, os aforismos ou a pesquisa. Com 18 livros publicados, trabalhos espalhados em jornais e revistas de Portugal, Argentina e Itália, está presente num bom número de antologias, livros, revistas, jornais, blogs, sites.




MAGALI OLIVEIRA


FOCO... FÉ

Aquele dia de sol ardente
Coração fechado
Pensamento pousa ...
Repousa na mente ofegante.

Dias de melancolia
Atravessa tardes de adrenalina
Corpo atento aos pés doidos
Mas que caminha até o final

Nada muda neste momento
Nem mesmo a fé constante
Que permanece no coração
Que dias melhores virão.

Magali Oliveira




MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA
Salvador (BA) - Brasil

OUTUBRO ROSA


As rosas vão sendo apertadas
Elas vão desfalecendo...
As pétalas caindo,
Umas dão o retorno
Com uma espetada,
Não podem ser maltratadas!
Outras rosas são apertadas
Apalpadas e cuidadas
São tão singelas quanto...
Ainda mais amadas
E cuidadas, mesmo na pressão !
Com as mãos espalmadas
Elas procuram atenção
De um lado e do outro
As rosas são atendidas
Muitas saudáveis outras feridas...
Mas nunca são atingidas
Pela foice maldita
Quando para o autoexame
For dirigida.


Marcelo de Oliveira Souza, IWA – reside em Salvador, Bahia – Brasil. Escritor e Organizador do Conc Lit Poesias sem Fronteiras.

Instagram: marceloescritor





MARDILÊ FRIEDRICH FABRE


Ó POETA...

Ó Poeta, inflama-te a dor.
Dos teus olhos pingam palavras
E teus tímidos versos lavras,
Perpetuando o teu amor.

Teu coração verte-lo em rimas
Na cadência do teu lamento.
Tua mão vacila um momento.
Por que, Poeta, não te animas?

Ouve. Lá fora existe vida.
O mundo canta em sinfonia.
Descreve-o em alegoria,
Salva-te da mágoa homicida.

Dá outro tom ao teu poema,
Cria imagens de regozijo,
Não sejas contigo tão rijo,
Deixa-te amar. Inverte o tema.



Mardilê Friedrich Fabre - é natural de Cachoeira do Sul (RS). Vive em São Leopoldo (RS). Bacharel e licenciada em Letras Neolatinas, é professora, escritora, poeta, revisora de textos, antologista e dedica-se ao voluntariado. Participa de 63 antologias. Em literatura, seu interesse se volta  para as formas de composições poéticas que estuda e pratica. Publicou Literatura Gaúcha em Síntese (esgotado), Poesiaem gotas: tancas, fibhaikus e poetrix, Rumos da Poética no Século XXI, À Moda Antiga: Poemas, Entardecer com Aldravias, Confidências em Overtrips, Nos Desvãos dos Sonhos, Versos Tecidos de Vida e o audiolivro Segredos... (CD de poesias   recitadas e ilustradas).







MARICE PRISCO
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

CRIAR VALE A PENA

A arte é dolorosa!
Quer no momento em que é feita,
quer no caminho para seu reconhecimento!
Seu momento de criação passa por fases
muitas vezes doidas e angustiantes.
O processo que o artista enfrenta
para se fazer conhecido, amado,
respeitado pelo seu trabalho
e reconhecido por todos,
é lento,
um caminho de pedras
mas, gratificante!
Seja na música, na pintura,
nas letras, na poesia,
no teatro, no cinema,
todo o processo de criação
vale a pena!...


Marice Prisco - Advogada, poeta, escritora, comendadora e artista plástica. Premiada em diversos Salões de Arte e Concursos Literários. Possui Moções da Câmara Municipal do RJ e de S. Félix do Araguaia/MT. Presidente da ALAP (Academia de Letras e Artes de Paranapuã), Membro da FALASP, da FALAEMG e de várias outras coirmãs. Diretora Secretária da Associação Cultural Barão de Ayuruoca (MG). Possui obra no acervo do Museu Maria da Fontinha, em Castro Daire, nas Pinacotecas fundadas pela ALAP na Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos e Alcanena. Membro Fundador da Academia de Letras e Artes Lusófonas, todas em Portugal. Diretora da APALA, da ABD e do InBrasCI. Participou de várias antologias, revistas e livros de artes.




MARINA MOREIRA PEREIRA
Rio de Janeiro - Brasil


SEMPRE  ESPERANÇA

Ninguém pode viver sem esperança,
seria o mesmo que viver sem Deus
e abandonar pra sempre os sonhos seus.
Se contemplar o céu verá bonança

e a qualquer incerteza, diz adeus.
O sol remove a sombra e a insegurança
de todo homem idoso e da criança,
energiza os cristãos e os ateus.

Beneficia a toda criatura
no transcorrer dos anos incessantes,
nos ensinando a amar os semelhantes.

A fonte nos fornece a água pura...
Reflete nisso e esquece as aflições.
A vida sempre traz as soluções!

Marina Moreira Pereira





MAROEL DA SILVA BISPO
Feira de Santana (BA) - Brasil


RESQUÍCIOS DA SOLIDÃO

A solidão é um vago olhar pelas frestas da alma.
A solidão é o resultado cabal da vontade de sumir no horizonte,
Desespero silencioso do espírito na imensa e encantadora vida.


Ir ou não ir?
Viver ou morrer?
Existir ou não existir?



O eu interior é absorvido pelo vácuo dessas tristes impressões.
Liberta-te! Foge logo desse labirinto opaco: a vida solitária!
O Sol brilha forte lá fora. Há tanto frio e chove aqui dentro.

Atônito, reverbera tua infinda dor. Densas gotas de desesperança...
Um abismo fatal que impede de ver o amanhã.
Toda essa paisagem cinza te fez chorar.

Pra quê olhar mais?
O pranto te circunda, convergindo o teu pensar.

 Ir ou não ir?
Viver ou desviver?
Existir ou não existir?


Reflexos indescritíveis da criatura dita humana.
Insolentes versos do taciturno cotidiano.
Será tudo isso mesmo realidade? Ou apenas inópia existencial?   


Maroel da Silva Bispo - é poeta e escritor, nascido em 29/11/65, na cidade de Feira de Santana-BA, licenciou-se em Letras pela Faculdade de Tecnologia e Ciências e atualmente cursa Psicologia na Universidade Estadual de Feira de Santana-BA. É coautor do livro A cidade dos meus Sonhos. Obteve em 2015 o 4º lugar no 1º Concurso Municipal de Poesias de Feira de Santana-BA. Foi selecionado para publicar seus textos poéticos em duas coletâneas, sendo uma organizada pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, em 2015 e outra pela Universidade Estadual de Feira de Santana, em 2016.  É também, o editor-chefe da Revista Literária Inversos, periódico digital online voltado para a cultura e a literatura em geral.




MAURA SOARES

NO FRIO DA NOITE

Como aconteciam quase todas as noites, acordara de madrugada, fora ao banheiro e, ao voltar para o aconchego das cobertas, naquela noite fria, resolveu pegar o livro que deixara no criado- mudo e ler mais um capítulo antes que voltasse a dormir.
Estava já no segundo capítulo da leitura, quando ouviu vozes alteradas sob sua janela.
“Não é possível que alguém venha a esta hora da madrugada e fique discutindo logo abaixo da minha janela”, pensou.
A discussão continuou. Palavras de baixo calão.
Resolveu ver quem era.
Tirou o peso das cobertas e levantou-se. Arrepiou-se; a noite havia sido fria demais. Nem o aquecedor aliviara, mas aos poucos o sono chegara e adormecera até àquela hora em que ouvira a palavra “vagabunda” dita com raiva.
Apagou o abajur e espiou afastando um pouco a cortina.
Um casal saíra do carro estacionado bem abaixo, no seu ângulo de visão.
Ainda tonta de sono e com a vista turva, não identificou se era algum vizinho.
Pareciam jovens, mas suas feições ficaram difíceis de reconhecer.
Só a palavra sendo repetida: vagabunda.
Ele a segurava pelo braço, ela tentava se desvencilhar, mas nada dizia.
“Estão bêbados”, ela pensou. “Se ele a agredir, vou chamar a polícia”.
Observou o prédio defronte. Ninguém viera ver o que estava acontecendo.
“Será que só eu estou acordada?”.
Esperou mais um pouco para entender o que se passava.
A mulher ainda tentando se desvencilhar, falava, mas sua voz era baixa demais para que o som subisse e ela pudesse ouvir e ver se a ajudaria ou não chamar a polícia, que àquela hora da noite já deveria estar cansada de prender bandido, apartar casais e escapar de tiroteios.
Poderia ser que nem a atendessem, que o policial de plantão na Central estivesse tirando um cochilo, porque ninguém é de ferro e qualquer um de plantão não consegue ficar 24 horas acordado direto sem pestanejar.
“Larga”!
Ah, a mulher falou mais alto, e a observadora percebeu que evitava gritar.
“Será que é alguma vizinha que não conheço e não quer acordar chamando a atenção dos pais por chegar tão tarde em casa”?
A insone observou o relógio da cabeceira: 4.25h. Seus pés já estavam gelados, mas não queria largar a janela, pois a curiosidade era maior do que ela.
“Vagabunda”!
De novo, ele só dizia isto. O que será que irá acontecer? Ela irá correr? Ele irá atrás dela com uma faca?
Leitora de romances policiais, torcia para que algo acontecesse a fim de contar ao policial quando o assunto se tornasse público.
Nisso, a jovem (parecia ser jovem!), desvencilhou-se e correu pela avenida. O rapaz (parecia ser um jovem) correu atrás dela.
A jovem largou os sapatos de salto altos e correu mais do que ele.
“Pronto. Vai correr para longe e não poderei fazer nem dizer mais nada”.
“Onde estão meus óculos? Diacho ficaram na sala!”
No ponto de táxi, o taxista foi despertado pela jovem batendo no vidro. Ela abriu a porta do carro, deve ter travado, e antes que o jovem chegasse, o táxi arrancou cantando pneus.
O jovem começou a xingar mais alto, mas já era tarde, pois o táxi já entrara na primeira curva e sumira de sua visão. Até retornar ao carro para eventualmente persegui-la, a jovem já estaria longe.
Com passos trôpegos, ele voltou ao carro e seguiu pela pista contrária em direção oposta ao táxi.
A observadora, pés gelados, sem sono agora, ficou a ver o que acontecia.
Nada mais. A rua estava quieta de novo.
A leitora assídua de romances, pronta para participar de um inquérito policial, deitou-se, puxou as cobertas, virou para o lado e tentou dormir.
Sua cabeça fervilhava.
Frustrada por não ter uma boa história para contar para seu vizinho Alfredo que, como ela também era leitor de obras de mistério, olhou o relógio: 5 e 10 minutos.
Madrugada de sábado. Sono para recuperar.
Havia combinado com sua amiga Andrezza que iria com ela ao shopping. A amiga queria fazer compras pela manhã, almoçar no local e assistirem a um filme. Enfim, algo a fazer num sábado sem grandes novidades para duas mulheres na casa dos quarenta anos, com filhos cuidando de suas vidas.
Sem grandes novidades para contar para a amiga, pensou em entrar numa livraria no shopping e comprar mais um romance.
“Quem sabe ali aconteça algo mais concreto”!
Pensando assim, virou para o lado, os pés quase quentes novamente, e adormeceu.
Despertada às 7 horas, levantou-se para mais um dia.
“Quem sabe Andrezza teria algo mais interessante para contar”?
O dia de sol prometia.

Maura Soares

9 de setembro de 2017, 6h01min.





MARIO REZENDE

CAIPORA JURURU

Homem branco
não sabe fazer sinal de fumaça,
bota fogo na mata.
O lume clareia a escureza
na mata virgem,
pinta de sangue o céu,
vira cinza o verde do mundo,
enluta o coração aborígene.
Cari babaquara,
caipora jururu.
A água do rio vai e não volta,
os bichos fogem para lugar nenhum,
a caça rareia,
a fome veio para ficar
e o índio também não tem onde morar.
Cari babaquara,
caipora jururu.
A mãe terra vira areia,
india bonita não tem aonde
a sua beleza banhar.
Homem branco
tinha que ficar no seu lugar.
Cari babaquara,
caipora jururu.

Mario Rezende






MAURICIO DUARTE (DIVYAM ANURAGI)
São Gonçalo (RJ) - Brasil


A NATUREZA DA POESIA

O poema é como um esplendoroso
amanhecer: pode brilhar muito,
mas não é tão forte e tão poderoso
quanto o meio dia e, em tal fortuito
esquecimento, nos dá alegria...

O poema é como o nascimento,
encerra em si mesmo potência
máxima de todo o seu momento,
em uma tal vontade, sem carência,
que é luz, mil raios, extasia...

O poema é como uma floresta,
todas as suas espécies tem seu valor:
se uma só perecer, cai, nada resta;
e é assim porque foi feita com amor
pelo Criador que tanto bem queria...

O poema é como uma onda alta,
vai bem acima, mas no fim tem
que descer, trazer do mar a malta
dos marulhos na areia, porém quem
diria ser, sim, menos do que poesia...?



Mauricio Duarte - é escritor, poeta, artista visual e ilustrador.  Formado em Desenho Industrial – Programação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ.  Foi selecionado para a Coleção Sementes Líricas da editora Literacidade. Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni.  Membro da SAL (Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo).  Membro na cadeira 18, com o Patrono Paulo Coelho, da Academia de Letras Virtual do Grupo Intenção e Gestos. Membro da AGLAC (Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências) na Cadeira 56, com o Patrono Marechal João Batista de Mattos.




MARIA BEATRIZ SILVA (FLOR DE ESPERANÇA)

O UNIVERSO ESTÁ EM FESTA

Na boca da mata
Corre uma cachoeira de sons
Ouve o barulho das águas
Como se fosse uma orquestra

Água cristalina
Pedra de prata
E aves que catam por lá

Festejo das gotas do rio
Parecem águas no cio
Que caem das alturas
Provocando aventuras

Entrelaçando segredos
enfeitando paisagens
Hipnotizando colinas

Tal MOÇO estiloso
Completa o cenário
Ao ritmo duma sonata
Harmonia com a vida que lhe sorri

Encanto que acalma
Paz infinita
Lava a alma
Paisagem bendita!

Verdadeiro cartão postal
Beleza assim, não tem igual.


Maria Beatriz Silva ( Flor de Esperança) - Diretora fundadora do CCMB, fundadora e presidente da ACEFE. Poetisa, escritora, palestrante, oficineira, trovadora, aldravista, acrosticista, artesã, desenhista, letrista e Ativista Cultural. Conselheira Suplente do conselho de Política Cultural RJ, Organizadora Nacional do Circuito Cultural Arte Entre Povos, Assessora da Senadoria Cultural RJ, autora do livro Trovas ao Luar, Delegada Acadêmica correspondente da Academia de Letras, Artes e Ciências de Rio das Ostras, Membro Correspondente da Academia de Letras Buziana, Cônsul dos poetas Del mundo pelo Chile, Amiga da Escola, Assessora do Intercâmbio Cultural do Portal CEN – “CÁ Estamos Nós” – Brasil/Portugal. Teve seu projeto em Exposição no Museu Dom Diego Braga em Portugal. Tem e-books publicados e hospedados em Portugal. Participações em várias Antologias nacionais e internacionais. Detentora de vários prêmios literários pelos seus serviços prestados a cultura. Usa o pseudônimo (Flor de Esperança) para assinar os seus textos literários.





MARIA DO CARMO COSTA
Minas Gerais

BELEZA INTERIOR

Belas, elegantes, maravilhosas,
com o visual impecável,
e que a alma é,
de uma doçura
sem fim!

Às vezes as pessoas são bonitas
não pela aparência e nem pelo que dizem,
são bonitas pelo que são!

Sabem ser agradáveis e atenciosas
irradiando simpatia
em qualquer situação!

Algumas são doces
como o mel de uma linda flor
adocicando e alegrando
nossos dias!

E afortunadamente,
existem pessoas que são como o vinho,
que quanto mais envelhecem,
tornam-se preciosidades,
para um brinde
à vida!



Maria do Carmo Costa - filha de João Américo da Costa e Eunice Matos da Costa, nasceu em Prados (MG), mas desde criança reside em São João Del Rei, (MG). Professora aposentada do ensino básico. É formatadora e a poesia encontrou aconchego em sua vida desde 2010. Já participou de várias Cirandas e atualmente faz parte do Clube de Poetas. É uma eterna apaixonada pela vida e pelo amor!



MARIA JOÃO BRITO DE SOUSA
Oeiras, Portugal


SONETO A PRETO E BRANCO

Escuridão que te exaltas, arrojada,
no sincelo da carne em que me sou,
mesmo quando de meu não tenho nada,
por mais que nada seja o que te dou,

Tens sido sempre a cor da minha estrada
e a noite que os cabelos me enfeitou
quando ao longo da longa caminhada,
nela cresci e o mais me abandonou.

Se és ausência de cor, o que me importa?
Serei da mesma cor, que dizem morta,
mas amo a Vida mais do que ninguém

E afirmo que nenhuma cor conforta
tanto quanto este negro que recorta
palavras sobre o branco que as contém.

Maria João Brito de Sousa
09.10.2017 – 12.07h




MARIA MAMEDE

PARAÍSO

Fim de tarde!
A água da lagoa
ondula, lentamente
embalando os barcos
presos na margem.
Serena
a tarde desce
sobre os coqueiros
que bordejam as margens;
por entre eles
casas
manchas brancas
furando o verde…
se há Paraíso na terra
este é por certo
a sua antecâmara!

Maria Mamede

(Poemas Brasileiros – Marechal Deodoro)
  

Maia Mamede escreve há mais de cinquenta anos e publica desde 1977. É membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE) desde 1984. Tem 20 livros publicados e faz parte de mais de 20 antologias, algumas das quais coordenou. Faz parte do “Dicionário de Escritoras Portuguesas (das origens à actualidade), 2009, Editora Mulheres, Ilha de Santa Catarina, Brasil. É uma das fundadoras dos Movimentos Arte e Cultura e da AICEM e Associação do Idioma e Culturas em Português. Tem poesia espalhada por Jornais, Revistas, Sites e Blogs de Poesia nacionais e internacionais.




MARIA VILMA MATOS PEIXOTO
Fortaleza (CE) – Brasil

ROMPIMENTO

A mente temia
O descompasso do coração.
E tudo por conta
De uma enorme confusão

No peito
O pesar.
A alma em pranto soluçava
E gemia
Não aceitava o fato...
Quanta covardia!

No íntimo
A razão dizia:
Não tem mais jeito
É mesmo o fim
E o vínculo acabou
O elo partiu

Maria Vilma Matos Peixoto

NADILCE BEATRIZ
Caxias do Sul (RS) - Brasil

SE

Não passas por mim a contemplar-me
Sabes que nossos olhos entendem-se
Torturas teus sentimentos
Ferindo meu coração

Nossos encontros são passagens secretas
Entre o que queremos
E realidades concretas

Subo à colina porque ali passam teus pensamentos
Encontras nas pedras meus passos
E assim escondemos a nós mesmos
Na clareira das vaidades

Não sonhes assim, sem minha permissão
Estou presente entre teus braços
E somos dois, a esconder uma união

Todo dia segue-me, sigo-te
Não queremos saber de nós mesmos
Negas que te pertenço
Sofro porque temo tua omissão

Este correr para o nada de procuras
Juntos adormecemos separados
Somos fiéis sem fazer juras

Um dia, se, um dia qualquer
Nossas mãos se tocarem
Como saber quem primeiro chegou ao encontro,
Se somente contemplamos o amor?

Somos dois animais à cata do mesmo alimento
Mas perdemos o faro
Que nos leva ao atrevimento

Quando o sol baixa sem divisas
Andas além de ideais carinhosos
Eu, ando além de um abraço ao luar
E estás tão perto...

Estamos aconchegados numa saudade
Que ainda não aconteceu
Tão desastrosa quanto à piedade.


Nadilce Beatriz

NEUSA MARILDA MUCCI

"QUERO UM AMOR"

Quero um amor
puro e forte,
que seja verdadeiro,
que tenha olhos
para verem apenas os olhos meus

Quero um amor
diferente, em calma despontando,
que chegue pelo horizonte
trazendo na face um sorriso
simples e faceiro,
mostrando ser bem humano

Quero um amor
corajoso, que se encante comigo,
tendo tempo para saber
que os anos de minha vida,
os dias dela também,
cada minuto e segundo,
seriam apenas seus

Quero um amor
pegando minhas mãos, me guiando,
levando-me por uma trilha florida,
em direção ao futuro,
fazendo de nossas vidas
uma só guarida

Neusa Marilda Mucci



NEYD MONTINGELLI
Curitiba (PR) - Brasil


HOMENAGEM À POETISA HELENA KOLODY

Helena, mais que Kolody

Sob os cachos prateados
na mente criativa borbulharam
mil poemas laureados
que aos novos poetas nortearam.

Paranaense de nascimento,
ucraniana de descendência.
Ensinar era seu alimento,
a poesia era sua ciência.

Transformou sua infância em poesia
ao observar as flores dos jardins.
A vida era real, era fantasia,
ao correr e brincar com os mirins.

Aclamada pelos antigos,
seus escritos pelo Brasil afora.
Leminski, Drumond, mais que amigos,
sempre a aplaudiremos, outrora e agora.

  

Neyd Montingelli nasceu em Curitiba é casada e tem 4 filhas.  Formação em Psicologia, Nutrição e Laticínios. Tem 23 livros solo e participa em 100 antologias. Foi premiada em concursos de contos e poesias. Membro da ALB e ALUBRA/SP, Centro de Letras do Paraná, Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires e Lisboa, Embaixada da Poesia e ALMAS/Ba. Recebeu troféu Cecília Meireles, Cora Coralina, Federico Garcia Lorca; Medalha Monteiro Lobato; Medalha Melhores Poetas e Troféu Melhor Cronista, Melhor Contista, entre outros. O livro Cavalos e contos recebeu o prêmio de Melhor Livro de Contos de 2015/16 em Ouro Preto. Recebeu o prêmio Literarte 2017, pelo conjunto da obra. 

NICE VENTURA
Iguaba Grande (Região dos Lagos) – RJ


A CARTA QUE TE ESCREVI

Acúmulo de sentimentos, paixão que queima...
Admiração por ti... Um sonho desejado...
Te amei muito, nunca viestes saber.
Decidi escrever. Escrever uma carta de poesia...

Meu coração arremessava na amplitude,
Deste amor oculto...
Faltava-me ousadia! Não nos conhecemos,
Amor à primeira vista! ...

Só imaginei as coisas que nunca me dissestes...
A descrição foi feita pelo meu íntimo...
Desejaria voar e pousar em ti!
Teus lábios pronunciarem o que nunca ouvi...

Escrevi uma carta, apostando em mim...
Confiando nas palavras, poderias entender,
Sem medo... Sem temor de um coração
Que deliberava emoção e a paixão que aumentava,

Em função dos obstáculos!
Assim, é o amor, vence os obstáculos!
Mas, o meu não venci.
Esta é a carta que te escrevi.
Nunca te enviei!


Nice poetry in Ventura
Nice Ventura



NOELI TARACHUKA
Curitiba (PA) - Brasil

LIBERTAÇÃO 
Quando escrevo, me liberto!
Liberto meus pensamentos,
liberto minha alma,
liberto meu espírito,
liberto-me de mim mesma.

Quando  escrevo!
Não sou eu que escrevo,
não sou eu que penso,
não sou eu que sinto,
não sou eu que existo.

Nem sei quem sou de fato!

Quando escrevo!
é como se eu fizesse uma faxina mental,
é como se eu limpasse a casa,
é como se eu arrumasse a bagunça,
é como se eu organizasse meus pensamentos
colocando cada um deles em seus devidos  lugares.

  
Noeli Tarachuka - nascida no Brasil na cidade de Curitiba-PR, desde criança sempre gostou muito de desenhar e escrever. Na sua adolescência tinha um caderno de poesias onde costumava escrever suas próprias poesias e copiar outras que ela mais gostava, e um de desenho onde apenas fazia cópias perfeitas. Quando adulta no ano de 2002 desenvolveu sua habilidade na pintura em tela participando de várias exposições e premiações, e no ano de
2016 começou a poetizar também.






PAULO DE SOUZA ROCHA
Viamão (RS) – Brasil

SOMOS INSTANTES...

Somos instantes...
de felicidade,
quando cruzares,
nossos olhares,
e então notares,
nossas almas... Similares...
Somos instantes...
de alegria,
quando ao raiar do dia,
no abrir os olhos,
entra na minha retina,
tua imagem linda,
fazendo minha vida, mais colorida...
Somos instantes...
de saudade,
quando no fim da tarde,
é saciada com tua chegada,
e nos meus braços aninhada,
reporta-me cansada...
como foi teu dia?... Amor!
Somos instantes...
de ternura e carinho,
quando à noite,
dividimos o vinho,
e brindamos a magia do destino,
que nos deu a vida,
para curtirmos juntinhos...
Somos instantes...
de puro tesão,
quando com sofreguidão,
nosso amor se faz,
juntos ao ápice do prazer,
derramados de nossa paixão...
aquecendo ainda mais o coração...
Somos instantes...
de certeza,
de que todos esses instantes...
se repetirão, dia após dia...
e não haverá rotina,
capaz de quebrar minha sina,
de viver ao teu lado,
os instantes que somos
na vida... Da vida...
somos instantes...

Paulo de Souza Rocha - nasceu em Viamão/RS, em 26 de dezembro de 1972. Cursou o Ensino Médio na Escola Estadual Setembrina, no mesmo município, destacando-se nas aulas de Língua Portuguesa pela qualidade de suas produções. É farmacista de profissão. Há muito escreve poemas, tendo preferência pela temática romântica.



PEDRO PIRES BESSA
Divinópolis – (MG) - Brasil
  

CRÔNICAS EM GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

          Gabriel García Márquez é um dos maiores escritores universais, com obras-primas do romance e do conto.
          Está também entre os que mais se destacam no gênero crônica; nesse setor está seu livro: “Crônicas; obra jornalística 5, 1961-1984, trad. e prefácio de Leo Schlafman. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006, 768 p.”, um conjunto de 173 textos, com a indicação das datas de suas publicações, onde García Márquez fala de tudo: políticos do seu país e do mundo, personagens marcantes de várias áreas, acontecimentos banais e da mais alta relevância, tópicos sociais, seus sentimentos e convicções, etc., etc. etc., sempre dentro do que é uma crônica jornalística; sem perder jamais o maravilhoso estilo de que é um consumado mestre.
          Todas as suas crônicas são primorosas e deliciosas de serem lidas, algumas delas tocaram-me profundamente como as que falam sobre a flor em variados tópicos, um dos mais encantadores é “Como as flores sofrem”, p. 297-300, de um lirismo enternecedor.
          Outra criação de García Márquez, “Crônica de uma morte anunciada, trad. Remy Gorga, filho, 49ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2016”
           Essa crônica faz-se por um momento do acontecer cotidiano, o assassinato de Santiago Nasar pelos irmãos de Ângela Vicário, para lavar a honra da família. Ficou repleto de recordações imprecisas e contraditórias; uma colossal nebulosa, que costuma envolver o modo de ser e de agir em profundidade das pessoas humanas. 
          O narrador, que esteve presente nesse acontecimento, resolve voltar ao lugar, vinte anos depois, para entrevistar todas as pessoas que estiveram naquele momento, para tentar elucidar o que realmente aconteceu e lançar uma luz no breu que durante todo esse tempo escurecia tudo.
          Após minuciosas entrevistas, tentativas abundantes de chegar a alguma conclusão, ao final tudo está como quando o livro iniciou: nada de novo.
          O romance de Machado de Assis, “Dom Casmurro”, criou o maior enigma da literatura brasileira: Capitu traiu ou não seu marido Bentinho? Gabriel García Márquez, em “Crônica de uma morte anunciada” cria também um colossal enigma: Santiago Nasar foi ou não o desviginador de Ângela Vicário?
          Essa obra de García Márquez revela ainda que a crônica, com sua pequenez e instantaneidade, quando desvelada em todas as suas potencialidades, pode esconder valores infinitos e essenciais, em todos os modos de ser pessoa humana.


Pedro Pires Bessa - de Divinópolis, MG, Brasil, nascido em 1940 – Doutor em Teoria Literária e Pós-Doutor em Literatura Comparada pela UFRJ – Mais de 30 livros publicados – Mais de 100 artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais – Publicadas mais de 700 crônicas literárias – Professor Titular Aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora, (UFJF) – Membro de várias academias e instituições culturais – Pesquisa atual individual em Crítica, Crônica Literárias e Poesia.





PINHAL DIAS

SÉNIOR SE INTERROGA NO OUTONO

É Outono, com as folhas caídas,
por elas se levantam mui poemas,
cada vez mais as vidas são traídas!
Nefasto sortilégio de problemas.

A solidão vem provocar o medo
por um desvio de descontentamento,
Todavia outros fogem desse enredo.
Vida acrescida, no prolongamento.

No cair da folha… Desfalecer!
É mente que tomba, se arrefecer…
Sénior se interroga no Outono

Numa estrela, virada pró norte
Felizes os que adormecem na morte
Mudança de plano, eterno abono

Pinhal Dias (Lahnip) PT


RAIMUNDO ROCHA

Brasília (DF) – Brasil


SANGUE CIGANO

Penso que nasci por engano
Até acho que tenho sangue cigano
Nunca firmo num lugar
Minha sina é mudar
Nunca parei num só canto
Viajar é meu encanto

Quem sabe, cigano na sina
Sem paradeiro eu vivo
Assim que me sinto bem
Nessa loucura de vai e vem
Acho a vida muito boa
Nasci para ser andarilho
A felicidade sempre voa

Nasci pra ser cigano
Meu destino é mudar
Cada dia um novo plano
Não posso me aquietar
Essa é a vida que eu quis
Assim me sinto feliz
Vivendo de viajar

A vida é uma canoa
Também tem popa e proa
Nós somos o canoeiro
Que passamos o tempo inteiro
Aprendendo a remar
Quando o vento é forte
Quem vai pro Sul
Volta pro Norte
Mas não pode afundar...


Raimundo Rocha dos Santos - nasceu no dia 14 de maio de 1964, no Distrito de Vila de Fátima, no Município de Cícero Dantas, Bahia - Brasil. Reside em Brasília Distrito Federal - Brasil. Técnico em Agropecuária pela Escola Agrotécnica Federal de São Cristóvão, Sergipe. Ex-funcionário concursado do Banco do Brasil. Escreve Poemas e Contos. Apaixonado pela leitura e escrita. Participação na Revista Literária EIFLUÊNCIAS, Edição de agosto/2017 e na 27ª Antologia Logos da Fenix – Setembro/2017. Conhecido por Raimundo Rocha.




REGINA BERTOCCELLI


EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

Ficou em algum lugar do meu passado
a criança que sempre sorridente
habitava em meu coração.
Com ela deixei as brincadeiras de roda,
uma coleção de bonecas e cantigas de ninar.
Em algum lugar do passado deixei minha
alegria contagiante, minha irreverência...
Espalhei tantos sonhos, fiz tanta bagunça
que agora não consigo encontrar
os fragmentos de minha infância.
Perdidos, sei que não estão.
Guardados sim, mas onde
encontrá-los, se o passado
já se distanciou e o presente
minha lembrança ofuscou?

Regina Bertoccelli




RICARDO DE BENEDICTIS

MEU TEMPO

O meu tempo que termina
Sinal fechado na esquina
Como símbolo da dor...
Mas eu que não estou doente
Transborde de amor ardente
No passado já sem cor!

O meu tempo que termina...
Sinal fechado na esquina
No final do corredor...
E eu que não sou descrente
Vou plantando mais sementes
De paz, alegria, e de amor...

O meu tempo que termina...
Sinal verde numa esquina
Libera, então, meu caminho...
Cumprida minha missão
Sempre escravo da razão
Sigo em busca do meu ninho!


Ricardo De Benedictis - Jornalista, poeta, contista e cronista, nasceu em Poções, Bahia Brasil, em 30/10/39. É Cidadão Italiano, filho do empresário Massimo Antonio De Benedictis, de tradicional família de Trecchina – Itália e da Profa. Nadir Chagas De Benedictis, natural de Salinas da Margarida. É cantor/compositor, produtor cultural e editor de livros e discos em vinil e Cd. Produziu dezenas de livros, discos e festivais em Conquista onde reside.


ROGÉRIO MARTINS SIMÕES


VOLTEI!

Venho dos limites do tempo
De uma galáxia qualquer
Já fui mar, já fui vento
Agora sou pensamento
Aparado em dado momento
No ventre de uma Mulher!

Meu corpo é magistral!
Brutal! Perfeito! Soberbo!
De início não era verbo
Agora sou o verbo ser

Tenho comigo segredos
Segredos do universo
Transporto no corpo recados
Escrevo em forma de verso.
Venho dos limites do tempo
Não sei o que fui e sou:
Deserto? Nascente?
Já fui Norte, já fui Sul
Pó astral, mar azul!
Luar, estrela cadente.

Eu me vou!
Partirei num cometa qualquer
E serei novamente pôr-do-sol.
Cor-de-rosa, aloendro, malmequer!

Voltei... Já cá estou…
Agora sou pensamento
Nascido em dado momento
Do ventre de uma Mulher!

Nota: 23-09-2004 18:39. Aldeia do Meco. Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”, (Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014). (Este poema foi gravado em MP3 pelo Luís Gaspar nos Estúdios Raposo –“Lugar aos novos”. (Registado no Ministério da Cultura - Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. Processo n.º 2079/09).


Rogério Martins Simões, Romasi -  nasceu em Lisboa, Portugal, em 1949 e escreve e rasga poesia desde os 12 anos de idade. Participou em duas Antologias de poesia Contemporânea “Entre o sono e o sonho” e em 2014, publicou um livro de poesia “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO” todos pela Chiado Editora. A pedido da Abril educação e Ática o seu poema “Darfur – Sudão” foi incluído, na obra didáctica intitulada Fronteiras da Globalização, de Lúcia Marina e Tércio, destinada ao Ensino Médio brasileiro. Em 2003 criou um blog POEMAS DE AMOR E DOR no Sapo que já ultrapassou os 4 milhões de visitas. Em 2002 foi-lhe diagnosticada a doença de Parkinson que tem influenciado a sua poesia e a sua vida.



ROZELENE FURTADO DE LIMA
Teresópolis (RJ) - Brasil


TINHA UMA ROSA NO MEIO DO JARDIM

A perfeição era tanta e tão exuberante
Que interrompeu meus pensamentos
Que eram de dor e desalentos
Fez parar meus passos hesitantes

Porque tinha uma rosa na passagem
Uma flor perfumada e bem maquiada
Por belas borboletas sendo beijada
Parecia fruto da imaginação, uma miragem

Doando o néctar na dança das abelhas
Um espetáculo completo sem ensaio
Pétalas debruadas com um dourado raio
Pelo sol enfeitiçado por uma rosa vermelha

Ninguém colheu ou quebrou a flor
A rosa faz parte do caminho
Como faz parte dela o espinho
Projetados como proteção pelo Criador

Seja a rosa que for, desabrochada ou em botão
De qualquer cor e esteja onde estiver
Nos jardins ou nos cabelos de uma mulher
Há sempre uma rosa no caminho da paixão



Rozelene Furtado de Lima - (Teresópolis (RJ) - Brasil) Professora, bibliotecária, escritora, contista, poeta, artista plástica. Coautora em 415 Antologias nacionais e internacionais. Textos publicados em Portugal, França, EUA, México, Espanha, Itália, Alemanha, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Suíça. Cinco livros publicados. Membro de diversas Academias de Letras de Artes, entre elas, a Academia Teresopolitana de Letras. Prêmios Nacionais e internacionais.



SEMIRA ADLER VAINSENCHER
Recife (PE) - Brasil

DESTINO

Destino, palavra ampla,
que se tenta adivinhar,
por vezes indo a videntes,
por vezes, só no sonhar.

Os caminhos, ou os destinos,
podem ter sido traçados,
bem antes do nascimento,
dos seres, tão variados.

A vida, porém, ensina,
e a gente deve aprender,
que apesar dos destinos,
ninguém deve se render.

Apesar das amarguras,
seja fome ou frustração,
destino a gente comanda,
em parte, com decisão.

Decisão de ir em frente,
as pedras, ir contornando,
lutando e, não, esperando.

Acreditar que o destino,
é traçado, é o que traz,
é esquecer que ele mesmo,
em parte, é o que a gente faz.

  
Semira Adler Vainsencher




SEVERINA MARIA DIAS BETA (YNA BETA)
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil


HOJE


Hoje eu percebi
a frieza em teu olhar
uma rusga em teu rosto
como lâmina a atravessar!

Hoje eu decidi
não mais me humilhar
não sentir desgosto
nem te acariciar!

Hoje eu resolvi
te castigar
destronar-te do posto
não quero mais te amar!

Hoje eu consegui
deixar as lágrimas rolarem
mesmo assim a contragosto
não mais me apaixonar!

Hoje, somente hoje!!!


Severina Maria Dias Beta (Yna Beta) - sou comerciante, aposentada, viúva, mãe de um casal e avó de cinco netos. Adoro escrever quando tenho inspiração, apesar de não ser poeta. Também gosto de fazer alongamento, ir à praia, cinema, teatro, viajar, passear com meus netos, curtir os amigos e a família em animadas comemorações. Cuidar das plantas é uma prioridade diária, assim como fazer artesanatos com decoupagen em madeira. Editei um livro para que a família e amigos, tomassem conhecimento dos meus escritos: EMOÇÕES pela All Print Editora. Participo de várias Cirandas na Net e algumas Antologias pela Helvetia Editora (Alquimia Literária, O Dom de Ser Mãe, Textos Selecionados, A Vida em Poesia II, Folclores Brasileiros) Em Janeiro 2017, fui selecionada para receber uma Menção Honrosa num evento em Recife –  (PE) pela Helvetia Edições. Essa sou eu: Yna Beta..



SÉRGIO DINIZ BARROS GUEDES

FREIOS DA VIDA

Pelas águas claras do viver
vejo a rota do meu destino...
tantas belezas em luta,
na labuta dos dissabores...
os tributos pagos em desatino
descontrola a felicidade...
o rigor dos duros freios da vida,
deixa alma ferida
nos espaços temerários...
o frágil vôo em solidão,
deságua na amplidão
inundando minha face.

Sérgio Diniz Barros Guedes


SIMONE CRISTINA DA SILVA
Guarulhos (SP) - Brasil

VERSOS PRESOS N'ALMA

Sinto uma leve brisa a tocar-me a fronte
Como sussurros bailados no vento
O desejo de cantar versos que se esconde
Nos mais longínquos labirintos do tempo

Como a arranhar na própria garganta
O desejo num grito abafado
De saudades doídas e são tantas!
Que já não cabem n’um coração quebrantado

Se meus são, esses sentimentos
Ou se fora de outro alguém
Não sei se sinto ou só lamento
Todo esse desdém...


Simone Cristina da Silva - Embaixadora da Paz França/Brasil Correspondente Acadêmica da ARTPOP – RJ Algumas das obras publicadas: Antologia Alimento da Alma IV, V, VI e VII, Livro Destaque na Poesia 2011, Livro Melhores da Poesia Brasileira, Livro Inspiração em Verso I e II, Emoções Poéticas, Semente da Paz Vol. 1, Livro Trajetórias e Vivências.



SÍLVIA ÂNGELA RABONE PALMA


CUIDADOS

Fui te soltando assim
aos poucos feito pipa balançando no ar
procurando a melhor forma
de encontrar seu vento ideal
Fui te afastando no tempo certo
como folhas de outono
que pousam no gramado resguardando o solo
mas protegidas pela sombra
Fui te deixando leve e solto
e aprendendo contigo
a felicidade de se sentir só e capaz
E nada mais...



Sílvia Ângela Rabone Palma, residente em Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Nasci no estado de São Paulo, cidade de Presidente Prudente. Escrevo desde criança, porém tenho publicado a mais ou menos há um ano. Não tenho estilo único. Sou do signo de Leão, mês de agosto. Fiz esse poema para meu filho Levy.


SUELI DO ESPÍRITO SANTO

ALGUÉM

Que tenha a luz de um farol
brilhante como os raios do sol
para guiar-me na noite escura
que seja a minha estrela guia
na madrugada fria e sombria
amando-me com muita ternura

Que amenize as minhas feridas
cicatrizes abertas estão doloridas
e ainda vivo a chorar essas dores
que atingem até o fundo da alma
preciso de alguém que me acalma
alguém que me traga suas flores.

Sueli do Espírito Santo



TÂNIA DINIZ

REVISTANDO AS FADAS...

Bela Adormecida, sonhando, acordou estremecida e com um bocejo. Queria muito mais que um beijo! 

Sherazade, uma beldade, cansada das histórias - mais de mil - uma noite deu o ultimato ao Sultão: ou dorme de boa(*) ou acaba a relação! 

Rapunzel soltou as tranças e, elegante e esbelta, saltou da torre, de asa delta.  


{(*) - gíria atual =   +_  de boa vontade}  


Tânia Diniz - graduada em Letras pela UFMG. Professora, poeta, contista, produtora cultural, editora e idealizadora do mural poético MULHERES EMERGENTES, o sensual em cartaz, desde 1989, em Belo Horizonte, MG, Brasil.  Premiada, tem trabalhos publicados no Brasil e exterior,  impressos e virtuais. 

Site:  www.mulheresemergentes.com




TCHELLO D'BARROS

DE INTENTOS E INSTINTOS


Na memória o intento
E na carne o instinto
Esquecer já é distante
Tanto quanto este instante

A lua cheia transborda
Noite alta e madrugada
Nos meandros de um idílio
Um encontro dos amantes

Na noite um corpo no leito
No leito um sonho no sono
No sonho um beijo na boca
No beijo uma jura de amor

Mas na vida os encontros
São prenúncios de partida
Pelo menos a lua cheia
Volta e meia tá de volta
  

Tchello d'Barros

THAIS ARRIGHI
São Paulo (SP) – Brasil

DESATINO

Exigente... Minha alma
Sincera... Eloqüente
Dengosa... Charmosa
Com mágoa no coração
Vou seguindo em frente!
De outras vidas trago água
Fogo e mar
No céu cavalgo estrelas
Falo com a lua
E cores coloco nas ruas!
Acho que sou miragem
Pois vivo em oásis
Onde o sol
É o meu companheiro
Determinante da solidão...
E faço dela minha
Companheira de ilusão!
Danço nas nuvens
Sonho nos prados!
Carinhosa sem limites
Inspirada em versos
Atrevida... Sexo frágil
Sábia por nascença
Caminho forte meu destino
Mas falo de amor!
Que desatino!



Eu, Thais Arrighi Faço  da poesia a minha alegria. Nasci para sonhar e sonho para poetar!  Professora  aposentada, membro efetivo da extinta  AVBL. Comecei a publicar meus trabalhos e não mais parei. Duas Antologias publicadas no real e três E-books  compõem as minhas andanças pelos trilhos da poesia. Escrevo para alguns sites e acrescento em meu blog com amor e dedicação, poemas a todos os leitores que amam ler o amor e o espalham para quem ainda acredita nele!


TEREZA CRISTINA GONÇALVES MENDES CASTRO
Vila Missionária (SP) - Brasil

PLANETA TERRA EM PERIGO
Aos seres humanos

De repente a vida na Terra parece tão perene,
Os governantes querem ser mais que o Criador.
Querem transformar alegrias em muita dor.
Intolerância política, drogas, intolerância religiosa,
E, muitos se acham no mar de rosas da corrupção.
Haja visto o golpe no Brasil, a patifaria de políticos corruptos,
E, nos Estados Unidos, as redes sociais,
Sendo palco de mesquinharia e ironia de quem se acha.
Na Coréia do Norte, um alguém que se acha melhor que outros.
E, tantas vítimas se vão.
O coração se amargura, a vida parece não ter mais valor.
E, o Amor pregado em todas as religiões, onde foi parar?
As virtudes fora do lugar,
E, seres humanos se devastam ao maltratar a própria Natureza,
A certeza apenas da ganância, do dinheiro rápido, do prazer momentâneo.
Tudo está instantâneo.
E, o ser humano se perde, e coloca a Terra em perigo.
Mas ainda temos pessoas de fé, de coragem, e que exalam amor maior.
Ler o Alcorão, a Bíblia, a Torá, tudo pode ajudar a evangelizar,
Basta interpretar com Sabedoria e Amor, para realmente se conectar a Deus.
Que nos fala todos os dias ao nosso coração.


Tereza Cristina Gonçalves Mendes castro - nascida em 30/06/1967 - paulistana. Filha de portugueses: Deonilde e Francisco. Casada com Eduardo Riveiro Castro, mãe de Alexia Cristina, Emmanuel e Anna Clara. Professora formada em Química e escritora, participante de várias antologias literárias a nível nacional e internacional, como o Portal CEN, Eisfluências entre outras. Ama escrever desde a tenra idade.



THEREZINHA APARECIDA VÁLIO CORRÊA (THERE VÁLIO)
 Pilar do Sul (SP) - Brasil.


PRIMAVERA ESTAÇÃO DAS FLORES

O inverno se despede satisfeito
Já cumpriu seu dever na estação
Altaneiro vai saindo de fininho
Mas com um pouco de dor no coração.
Estava acostumado a letargia...
As pessoas agasalhadas em noites frias
Trazia para o inverno a sensação
Que assim é que cumpria sua missão.
Agora chega toda alegre a “Primavera”
Cheia de flores risos e simpatia...
Faz as pessoas sentirem mais felizes
Curtir o luar em noites amenas,
Sentir nas flores o perfume que irradia
No ambiente, o olor perfeito das rosas.
A primavera é a estação da alegria
Faz o amor saltitar nos corações
E a paixão vibrar as emoções.
Os campos vão se tornando mais verdes
Flores abrem em infinitas variedades e cores,
E os passarinhos cantam e voam alegremente,
Festejando a liberdade e a fartura...
E o nascimento dos filhotes em seus ninhos.
As andorinhas voltam do seu tempo hibernal,
Voando aos bandos alegrando o por do sol
Retornam ao ninho, agora cheias de vigor
Comemorando a estação linda e florida.


  
Therezinha Aparecida Válio Corrêa, (There Valio) - natural de Pilar do Sul/SP. Casada, 2 filhos, 3 netos  Lic. em Ciênc e Matem Aposentada do TJ/SP.  É coautora em antologias e história infantil. Coautora no livro de contos infantil “Balaio de Histórias”. Autora do livro “O Amuleto do Casarão Amarelo” Membro do site dos Poetas Del Mundo, e do Recanto das Letras. Membro efetivo da APOLO-Acad. Poçoense de Letras e Artes, de Poções, Bahia, titular da cadeira de nº 26.  Membro Sorocult de Sorocaba/SP.e do (CLANA), Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de Pilar do Sul/SP. da Literarte-Assoc Intern. de Escritores e Artistas e da PEAPAZ (Poetas e Escritores do Amor e da Paz).




VANDA JACINTO
Mossoró (RN) – Brasil


SAUDADE DO CHEIRO DA MINHA INFÂNCIA

          Abriu sua caixa postal eletrônica, e se deparou com uma frase, uma simples frase. No entanto, forte o suficiente para remetê-la a quilômetros de distância... Interessante, essa capacidade humana!.

          Tinha boas lembranças da sua infância, alias, uma infância, rica de histórias. Considera-se hoje, uma adulta madura, catada das suas muitas experiências que foram se acumulando dia após dia; portanto, impossível dissociar-se do que quer que tivesse vivido.

          Fechou os olhos, permaneceu em silêncio, e em poucos segundos, como num passe de mágica, estava lá, de volta no tempo, captando cronologicamente, cada cheiro. Sim, porque na sua infância, houve muitos cheiros importantes.

          Na condição de segunda filha, de uma prole de dez filhos, desde muito cedo recebeu obrigações que sempre procurou cumprir com presteza, embora nem sempre com alegria, pois, desde a mais tenra idade, tinha que Intercalar as tarefas domésticas com os períodos de estudos e brincadeiras e, com certeza esse fato é um caos para qualquer criança em qualquer tempo.

          Seu genitor, que trabalhava como pedreiro, saia muito cedo de casa e só voltava a noitinha, cansado, trazendo na sua bolsa de couro, a marmita vazia, e as vezes, o lanche da tarde, que ganhava na firma, mas que sempre guardava para os filhos. Apostar corrida até o portão com os irmãos, pra saber quem primeiro daria o abraço no pai e, lógico, pegar a bolsa para conferir o presente diário era sagrado. Esse foi o primeiro cheiro que lhe veio à mente. O cheiro do suor sagrado do pai, sempre presente na sua vida, lembrando as responsabilidades dos seus atos.

          A mãe, uma batalhadora, costurava incansavelmente para ajudar no orçamento familiar. Dela são as lembranças dos melhores cheiros! Cheiros, que enchiam a boca d’água. Ela sempre soube combinar os temperos e, mesmo com as dificuldades, fazia milagres na cozinha. “O seu dom culinário, certamente, recebeu o estímulo dela”. O cheiro do seu cafezinho e os bolinhos de chuva, hum! Mas o cheirinho de pão quentinho, esse era especial. Dia de pão caseiro era dia de piquenique no quintal, ou quando ela deixava, em algum terreno baldio próximo da casa, sem correr risco algum!

          Os banhos, ah! Esses eram feitos em bacia de zinco, o cabelo era o primeiro a ser lavado (recomendação materna), para não ficar duro de espuma, pois as brincadeiras com o sabonete, aconteciam sempre, e não se tinha muita água, para o enxague. Era bom demais, porque o cheirinho do sabonete “vale quanto pesa”, ficava impregnado no corpo e no cabelo.

          Lembrou-se que, no auge dos seus 10 anos, acompanhava seu irmão mais velho nas suas idas, logo cedo, às hortas e granjas, para comprar verduras, para o consumo de casa, e para revenda na vizinhança. Por ser nos arrabaldes da cidade, o caminho das hortas e granjas, era um verdadeiro paraíso, recheado de arbustos, árvores, mato, flores do campo, e ninhos de passarinhos. Ficavam, entretidos por longo tempo, ela, a procura de flores silvestres, porque, mesmo gostando muito de rosas - suas flores preferidas, descobrir novas flores do campo, era um dos seus prazeres. Ele, atrás dos ninhos. Para isso, ficava observando de longe, para não espantar os filhotes. Momentos únicos, nos quais o som do silêncio, o vento nos cabelos, o cheiro do mato molhado pelo orvalho da noite ( cheiro que até hoje, exerce um fascínio tremendo nas suas emoções), eram saboreados inocentemente, como só uma criança sabe fazê-lo.

          Um ruído próximo a faz despertar dos devaneios e, meio desorientada, percebe como o tempo e a distância podem ser relativos. Inda há pouco, era uma criança colhendo flores silvestres e, de repente, está de volta, de frente para a tela do computador.

          Ainda em estado de graça, olhando para a tela à sua frente, analogicamente, compara o HD –Hard Disk e a mente humana. Ambos, com as mesmas funções, guardam informações para serem utilizadas futuramente, bastando, pra isso, apenas usar a ferramenta certa!

  

Vanda Maria Jacinto - (Auriflama/SP, 1952) Pedagoga, Especialista em Psicologia Educacional. Funcionária pública, aposentada (Estado e município), Membro da ACJUS – Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró, Membro da ASCRIM – Associação dos Escritores Mossoroenses. Publicou um livro de crônicas: Rabiscando os Caminhos da Prosa e um de poesias, “O Amor no tempo e no espaço” (Sarau das Letras). Participou das coletâneas II Seminário Internacional Encontro das Américas (Sem Fronteiras), Coletânea Literária Internacional Lusófona, vol. 2(Sem Fronteiras) e da primeira e segunda coletâneas da confraria Café e Poesia (Sarau das Letras).

VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO
Salvador (BA) - Brasil


MÁRIO CARABAJAL

Salve, Mário Carabajal, que tem seus poderes
Sempre galgando em sua lida
Salve, o médico, cientista, escritor
Sim, incansável com seu amor
Do seu brilhante olhar, um diamante
Salve, o Presidente Fundador da ALB


Varenka de Fátima Araújo - Reside em Salvador- Bahia - Brasil, Funcionária Pública, Escritora, Comendadora. Membro da Acadêmia de Cultura da Bahia, Membro Correspondente da Acadêmia de Letras do Brasil/Suiça



VILMA SANTOS
Taguatinga (DF) - Brasil


O PERFUME

Teu perfume me deixa embriagada
Entra pelas vias aéreas  e   adentra meu coração
Faz a cabeça sair do corpo para bailar livre
Deixa o pensamento prisioneiro do teu querer
E o coração dispara, galopante, buscando  incessante a tua presença!

Ah!  Esse teu perfume!
É a marca do teu poder sobre mim!
É o ar que necessito a cada amanhecer
O alimento que sustenta meus dias
A água que hidrata cada nervo do corpo
É a energia necessária para iluminar meu caminho!

Teu perfume denuncia sua aproximação
E o meu ser se agita com sua iminente chegada
Meu sorriso se abre antecipadamente
E os meus olhos?
Meus olhos ganham vida
Explode o brilho da vida
E a  sua situação sombria é esquecida, sepultada, congelada
E a minha escuridão ganha cor
Com o aroma do seu perfume que é o verdadeiro amor
E guia meus passos no meu mundo desprovido de cor!

  
Vilma Santos - Nasceu  em Taguatinga, DF, filha de pais analfabetos, vindos do sertão da Bahia. Toda trajetória escolar em escola pública, inclusive a graduação, Pedagogia na UnB. Professora alfabetizadora na SEDF, desde 1988. Casada, 3 filhos, apreciadora da boa leitura e iniciante na arte de ver a vida por meio da escrita de poesia. Participa desde 2016 das publicações ‘LOGOS”- FÉNIX , Portugal.




VIRGINIA MARIA NEVES MACIEL
Lajinha (MG) - Brasil

        
SE ENCONTRAR

Durante muitos anos esperei
Achar alguém para mim, que me entendesse,
Aceitasse-me como sou oferecendo-me a plena felicidade
É da lei axioma, que cada um encontre o que procura com o próprio
Esforço que colocou em sua busca
E o tempo passou... Como o vento que sopra vorazmente
 Levou folhas e gravetos e me trouxe o ar puro
Aurora da primavera vem chegando paulatinamente
Com sua grande pujança implacável levando o inverno
A haure da minha vida passou por duras provas 
Só apenas ontem desvendei este alguém mágico
Ao olhar-me no espelho.



Meu nome é Virginia Maria Neves Maciel, nasci em Lajinha em 1983, no interior de Minas Gerais, uma cidade pequena mais pitoresca e aconchegante sua paisagem montanhosa me influenciou para me formar como professora em 2010 não me contentado cursei e pós graduei em Artes Visuais no ano de 2015. Me casei com o dentista João Eustaquio Teixeira de Melo com quem tive minha filha Vitoria Neves Maciel Teixeira em 2007,onde vir a descobrir que minha filha era portadora de Autismo,me motivou a pensar o texto Se Encontrar.


WAGNER FRÀGUAS
Rio e Janeiro (RJ) - Brasil

“PÉTALAS DE ROSAS”

As rosas tem pétalas
que vou despetalando uma a uma,
e elas deixam no ar um perfume
que vai falando o que passa
dentro do meu coração!
Solto mais uma pétala e
meu coração sofrido
vai pensando outra vez,
no meu amor por essa criatura!
Solto mais uma pétala,
ela exala mais perfume
que tonteia minha alma,
e deslumbra o amor!
Desprendo mais uma pétala
que agora reflete em minha alma,
o amor que eu tinha,
que vem lá de outrora!
Solto mais uma pétala
e mais profunda fica a lembrança
e vai chegando bem a tona
recordações do que vivi!
Então, solto a última pétala
e relembro tudo agora!
O amor que era meu
retornou do passado
para os meus braços,
este amor é você, minha flor,
É você minha flor!...


Wagner Fràguas – Artista plástico, escritor, Comendador, Premiado em diversos Salões de Arte e Concursos Literários. Diretor Patrimonial da ALAP (Academia de Letras e Artes de Paranapuã), possui obra no acervo do Museu Maria da Fontinha, em Castro Daire, nas Pinacotecas fundadas pela ALAP na Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos e Alcanena. Membro Fundador da Academia de Letras e Artes Lusófonas, todas em Portugal. Participou de várias antologias, revistas e livros de artes. Membro do Conselho Fiscal da Associação Cultural Barão de Ayuruoca (MG).



WILSON DE JESUS COSTA


ONDE ESTÁ VOCÊ?

Queria ouvir os pássaros cantando
Ouvir tua voz, teu triste pranto
Pois da vida perdi todo encanto.
Sou barco jogado no desafio das marés
Sequer existe um porto para poder me abrigar
Onde possa descarregar minha dor, meu desgosto
Deixando toda decepção pelo caminho.

E até os pássaros foram embora
Nada mais ouço, estou só agora
Não existe canto, nada de encanto
Pássaro sou sem ter um ninho
Sinto falta de velhos caminhos...
Das minhas mãos em teus cabelos
De teu colo em cansaço
A respirar no meu respiro
Sentindo falta de meu abraço...

Queria rever os pássaros cantando
Ouvir tua voz, teu triste pranto
E reviver com você um novo encanto
Procurando chegar ao céu em novo caminho
Pois perdido estou sem teu carinho...
Onde está você, onde estarão os pássaros?
  
Wilson de Jesus Costa




WILSON DE OLIVEIRA JASA
São Paulo (SP) – Brasil

A ESCRITA NO MUNDO

É com a Escrita no Mundo,
que se pode registrar;
e nestas linhas difundo,
o que tenho pra falar.

Cada Entidade que fundo,
seu recado vem deixar;
nos Meus Versos aprofundo,
todo o sentido do Amar;

pois vejo através da Escrita,
que na Mensagem descrita,
contém Luz, Sabedoria...

...e deixo a contribuição,
nas linhas da Redação,
    e através da Poesia.         

Wilson de Oliveira Jasa, poeta, Príncipe dos Poetas Paulistanos, Presidente da Casa do Poeta “Lampião de Gás” de São Paulo, Presidente do Movimento Poético em São Paulo.



ZENAIDE ALÓS GUIMARÃES ABATI
Porto Alegre (RS) - Brasil

  
DOS FINAIS

De todos os finais... Não tem um mais triste
Ou melancólico, ou sombrio.
O pior final não é a morte!
Tão pouco o final da dor,
Nem o final da sorte
Mas de todos os finais,
Que na alma arde...
O mais dolorido e triste
É o final da tarde!


Zenaide Alós Guimarães Abati Professora dos anos iniciais, Orientadora Educacional 52 anos. Gosto muito de escrever e principalmente ler. Aprecio todos os gêneros literários, especialmente Literatura Infantil. Participo de cursos e oficinas literárias, feiras do livro e realizo oficinas com grupos de estudantes  dos anos iniciais para desenvolver o gosto e o prazer pela leitura.

Tenho trabalhos publicados em antologias (Concurso Além do Giz e Um poema em cada árvore). Recebi um livro editado com 40 poesias, como participante do I Concurso Miau, promovido por Cláudia Brino/Costelas Felinas. 


ZZCOUTO
Niterói (RJ) - Brasil


A PEQUENA MARIA!

Navegando por entre rios lunares
lembrei brincadeiras da menina Maria,
fazendo risos no pétreo coração
do recatado menino bonitão...

Remando contra indiferente correnteza
encontrei o verbo e esqueci Maria,
que era cheia de comovente graça
e atravessava a rua feito uma garça...

Agora como encontrar Maria?
Sua alma linda de criança pequena
contida dentro do próprio céu,
se atirou no mundo de cabeça ao léu...

Esperar algures em algum tempo
do incerto amanhã ou o depois,
talvez quem sabe o predestinado vento
devolverá a Maria em pensamento...


RJ-11/10/17

(Singela homenagem a Maria,
que vi nascer e crescer,
se entregou ao mundo das drogas
e hoje não está mais aqui.)

ZzCouto®


ZzCouto - Nascida no Estado do Rio de Janeiro-Brasil, residente em Niterói RJ, cidade em que ama viver. Chegou à Internet no ano de 2004 com suas formatações em slides e assinando comoZzCouto se tornou conhecida. É Artista Plástica, Poeta, Escritora, Embaixadora da Paz (França) e Poeta Del Mundo, com várias antologias no seu currículo. E por opção não tem nenhum livro editado... É uma pessoa simples, que luta pelos seus ideais.


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