sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

TEXTO 35/2019 /SOCIEDADE VIOLENTA


                                                 Sociedade Violenta


Nos perguntamos como a sociedade tornou-se tão violenta e perigosa para todos. Ninguém tem segurança na rua, mesmo que seja um cidadão pacato e não viva em ambientes propícios à violência.
Observamos que a violência está dentro das escolas seja pública ou particular, nas universidades, nos ambientes esportivos, nas festas. Em todas as camadas sociais.
Transitar nos grandes centros urbanos tornou-se uma aventura perigosa.
Hoje a violência atinge, também pequenos municípios onde o aparelhamento policial é menor e onde mais facilmente os bandidos poderão lograr êxito.
Eu tenho uma singela teoria sobre o crescimento da violência. Na minha infância, as crianças brincavam nos quintais de suas casas, na casa dos avós, tios. Aquelas brincadeiras eram mais ingênuas e os brinquedos menos sofisticados e mais artesanais. Os pais disciplinavam com mais facilidade. A mães não trabalhavam fora e acompanhavam a infância de seus filhos. Um não era um não categórico.
Não havia televisão e as crianças não tinham dentro de casa exemplos contrários ou orientação de como burlar as orientações familiares.
Existia só o rádio, posteriormente a televisão e,  ambos, fora  alcance das crianças.
Com o surgimento dos games foi que a coisa mudou para pior.Com a televisão colorida e o excesso de informações passadas às crianças ,adolescentes e jovens foram atraídos por estes entretenimentos. O aparelho que ficava na sala foi substituída por um em cada quarto na qual as crianças passaram a ver o que lhes aprouvesse. Os pais trabalhando fora e a auxiliar de casa necessitando desempenhar seus afazeres passou para a televisão a tarefa de entreter e até ensinar as crianças.
E com as crianças de pouca idade quem explica que a agressão que ele assiste não pode ser repetida porque aquilo é perigoso, que pode até matar, afinal , a historinha segue sendo desenvolvida e logo ,logo o que apanhou está novinho, inteiro?
Nos vídeo games a grande maioria, do que é apresentado para o jovem jogar e ser protagonista tem um teor violento. Ele mata ,luta, fere para ultrapassar etapas e sair vencedor.
Matar nos jogos é atitude corriqueira. E vai ocorrendo a psico - adaptação às ações violentas. Muitas vezes os pais nem sabem o que os filhos jogam porque estão isolados em seus dormitórios. Pior quando o pai joga junto dando seu aval àquelas ações.
O isolamento dos adolescentes pode ser muito prejudicial. A família precisa se inteirar sobre o que ele pensa, com quem anda, o que faz. As más influencias podem desviar e desviam, realmente, muitos jovens.
Em episódios na televisão com muitas mortes , mas que os atores aparecem em outros filmes ou séries, como uma criança vai ter noção exata da violência da gravidade de uma perda se em curto espaço de tempo o ator aparece na tela?
A morte se tornou banal. Eles não têm a dimensão da gravidade da situação representada na tela. Por isso tantos jovens se matam quando estão perdidos, desamparados, quando são contrariados pelos pais ou quando desejam aplacar a dor.
Eles, na realidade, não desejam morrer porque não avaliam a dimensão disso. Muitas vezes desejam aplacar a dor, chamar a atenção dos pais.
A impunidade que existe, o empobrecimento das famílias, os desajustes, por problemas sociais, econômicos ou psicológicos, a queda na qualidade da educação, a baixa remuneração  levam ao consumo e/ou uso de droga, caminho muitas vezes sem volta  que elevam o índice de violência. O tráfico surge como opção de dinheiro fácil para adolescentes.
A mudança nunca foi tão urgente como agora porque as facções criminosas estão em toda sociedade, causando dores e transtornos.

Isabel C S Vargas

 Professora, advogada , jornalista, Especialista em Linguagem Verbal, Visual e suas tecnologias. Escritora, poetisa.
Membro da Academia Lima Barreto cadeira 20 RJ
Membro Correspondente da Academia de Letras de Fortaleza ,da Academia de Letras de Teófilo Otoni, da  Academia de Letras Ciências e Artes a Palavra do Século XXI /ALPAS Séc. XXI, dos Poetas del Mundo, Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz.

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