Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS
Cristo contemporâneo
“Pai perdoe, eles não sabem o que fazem”
Jesus Cristo
Meu conto, não sei se, caberá enquadrá-lo na ficção fantástica, mas, certamente, tratará de uma situação fantástica.
Envolve atualidade, realidade, atitude inédita e confiança, a mesma que Jesus teve em seu Pai. Entregou-se para salvar a humanidade.
A minha protagonista, também, entregou-se em doação, pela humanidade, mas ao contrário dos algozes de Jesus, sabendo e confiando que “eles sabem o que fazem”.
Josué era um pai de família comum, trabalhador, casado, dedicado aos familiares, esposa e filhos. Cada um a seu modo era feliz vivendo em uma família unida, pacata, religiosa e trabalhando em suas respectivas atividades que lhes proporcionava além do suprimento das necessidades, muita satisfação pessoal e profissional porque faziam o que gostavam.
A vida mudou quando descobriram a enfermidade da esposa. Foi um choque inesperado. Mas, como eram confiantes na providência divina não arrefeceram os ânimos e começaram a procurar novos diagnósticos, novas esperanças a fim de curá-la.
Infelizmente não obtiveram sucesso. Era uma doença rara da qual os pesquisadores não sabiam a cura, nem sequer a origem e tratamento.
Durante três anos foi uma verdadeira via crucis procurando o que pudesse amenizar a dor dos familiares e o sofrimento físico e emocional dela.
Apesar de tudo, ela seguia o curso de seu martírio. Os médicos experimentavam medicação, faziam exames dos tipos mais recentes e adiantados e nada de ser descoberto o diagnóstico da enfermidade. Até que o tempo inexorável cumpriu sua tarefa e Dora faleceu.
Após o choque começaram as pessoas a perguntarem sobre o funeral, local, horário, etc. Foi neste momento que todos, inclusive os filhos tiveram a maior surpresa e prova de abnegação, despojamento, doação em prol de toda a humanidade.
Ela havia confidenciado ao esposo o seu desejo ao qual ele prometera cumprir
Mesmo com sofrimento, mas misturando este sentimento ao imenso amor e, agora, imenso orgulho que nutria pela decisão tomada. Não haveria funeral. Ela doara seu corpo para a universidade para ser fonte de pesquisa e estudo para descobrir a enfermidade que era portadora.
Entregara-se por amor e em confiança naqueles que ela sabia o que faziam.
Ela também sabia.
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