CAMINHOS E ESCOLHAS Por Isabel C S Vargas
Todo ser ao nascer precisa de cuidados e destes cuidados depende sua sobrevivência. Isto ocorre, inclusive, com os animais que necessitam que sua mãe os alimente, limpe a membrana que os cobrem ao nascerem. Necessitam de proteção contra as adversidades naturais e contra os predadores. O ser humano é o único dotado de livre arbítrio, entretanto, não podemos cobrar dele isto na infância. Nesta fase da vida ele é incapaz de tomar decisões que determinem seu futuro. Existe uma legislação de amparo e proteção às crianças. A partir dos dezoito anos ele torna-se responsável por suas escolhas e elas serão fundamentais e determinantes de seu futuro. Óbvio que até chegar a esta idade existe toda uma bagagem adquirida seja ela genética, familiar, cultural, educacional ou social. Segundo a religião e os dogmas de espiritualidade o ser supremo o universo é responsável por dar vida aos seres, porém não sendo responsável por suas escolhas. A vida é para ser vivida, para evolução e crescimento pessoal. A vocação do ser humano é a felicidade, porém isso não significa que não existam as dores, as adversidades e os sacrifícios, os quais servem para fortalecer o homem, para seu crescimento, para atingir patamares mais altos indicando seu poder de resiliência. A vida é dádiva, presente e em função disso é necessário escolher a postura pessoal diante das adversidades, se encolhido em um canto a lamentar, se através da revolta, ou aceitando-as e tirando lições para seguir vivendo de forma mais leve, aceitando o inevitável e adquirindo nova visão diante dos acontecimentos de modo a ser mais humano, mais fraterno e adquirindo mais empatia com o outro. Acredito que a condição social não é determinante do futuro. Quem é pobre não está destinado à pobreza. Quem sofreu abusos não é obrigado a ser um abusador, quem é filho de marginal não é obrigado a ser marginal, assim como o contrário é verdadeiro. É sabido que existem muitos filhos de famílias abastadas que se tornam infratores, viciados, traficantes, pessoas totalmente impossibilitadas ao convívio social pacífico e sadio. Há, evidentemente caminhos mais fáceis para quem olha de fora de determinados contextos e outros mais difíceis. Não é raro as pessoas atribuírem à sorte conquistas de outrem que são na maioria das vezes, senão todas, fruto de planejamento, disciplina, esforço, determinação, lutas e escolhas, nas quais está implícita muita renúncia. Atrevo-me a dizer que o caminho das mulheres é sobremaneira mais tortuoso que dos homens. Existe preconceito contra a beleza (se é bela deve ser burra), contra o comportamento (se é alegre, é fácil) contra o modo de vestir (se veste um tanto mais despojada está pedindo para ser estuprada) se é pobre (deve ser uma alpinista social) se mora na periferia (é favelada) se é rica, mesmo que essa riqueza seja fruto de trabalho honesto da família (é fútil, não se preocupa com as necessidades alheias). Enfim sempre ou, na maioria das vezes, recai sobre ela um julgamento como se as mulheres fossem sempre culpadas das mazelas que as atingem. Não, acabemos com isso. As mulheres são donas de seus destinos. Elas escolhem seu futuro e hoje temos exemplos magníficos que provam que a mulher é capaz de estar em qualquer segmento da sociedade com capacidade, determinação, e resultados profícuos. Não esqueçamos que todos serão cobrados pelos passos que derem durante o caminho. Homens, mulheres devem trilhar um caminho com a maior lisura, agindo com honra, dignidade, princípios, valores, sem pisar ninguém, pelo contrário, estendendo a mão a fim de fazer com que mais pessoas galguem degraus à mais na evolução, tanto social, econômica, educacional, moral. Não é fazer o outro trilhar o seu mesmo caminho, mas dar suporte, apoio, incentivo mostrando que aquilo que conseguimos junto com o outro tem um sabor especial. Fortalece vínculos, demonstra sentimentos nobres, despojado de egoísmo, inveja e exaltando a fraternidade. Pessoas vencedoras não são as mais ricas, mas aquelas cujo coração está em paz, cujo reconhecimento é natural, não pela conta bancária exclusivamente, mas pelo tanto de humanidade que é capaz de espalhar ao seu redor, pelos amigos que estão à volta, que ali estão pela sua capacidade de agregar, de unir, de compartilhar e dividir. Há sentimentos que quanto mais de divide, mais ele aumenta. Há coisas que devem ser feitas sozinhas, como a busca do autoconhecimento, descoberta de seus gostos pessoais, a escolha do parceiro para a vida. Não existe determinismo para o caminho de cada um. Acredito nas escolhas pessoais pelas quais o ser humano deverá responder ao fim de sua jornada, seja homem ou mulher.
RECOMEÇAR Isabel C S Vargas
Raiou um novo ano que Esperamos seja de paz Com menos violência Ou morte de inocentes. Muito há a ser feito: Educar para a paz é uma delas, Cobrar condutas éticas, Amar com intensidade e Redescobrir a simplicidade.
Isabel C S Vargas Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil http://www.icsvargas3.blogspot.com.br/
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