quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

TEXTO 42/2016/ UM PRESENTE ESPECIAL/CRÔNICA/ ANTOLOGIA 76







As atividades hoje consideradas artesanais e cujo valor é inegável foram, antigamente, o aprendizado obrigatório das moças.

Elas tinham que ser educadas, recatadas e prendadas tudo com a finalidade de arrumarem um bom casamento. Só em época mais recente o estudo entrou em suas vidas.

Entre aquelas atividades estava o bordado. Era arte passada de mãe para filha. Bordavam-se lencinhos, golas, blusas, vestidos, lençóis, toalhas, uma infinidade de coisas. Confesso que nunca aprendi a bordar nada relevante, Apenas o ponto corrente e o cheio, mas sem muita perfeição neste último.

Tenho uma amiga que é exímia bordadeira. Quando a filha dela nasceu ela bordou um quadro todo em ponto de cruz. Era um cachorrinho com alguns brinquedos na volta.

Emoldurado, com vidro para manter conservado ele ficou no quarto da menina até seus quinze anos.

Quando ela completou esta idade seu quarto foi remodelado, mas minha amiga estava pesarosa em tirar o quadro da parede.

 Queria dar a alguém que apreciasse o trabalho. Aposentá-lo não era sua intenção.

Quando recebeu de minha filha o convite do primeiro aninho de minha netinha Amanda ela achou um destino para sua obra.

Na festa ela levou um brinquedo e embalado, com moldura nova de acordo com o quarto de minha neta o quadro bordado por ela.

  Trocou de casa, de quarto, de dona, mas vai continuar embelezando um quartinho infantil com toda sua delicadeza e perfeição.

 Bordados são relíquias feitas com muito amor.

 

Isabel C S Vargas

Pelotas/RS/Brasil
18.02.2016

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