sábado, 12 de dezembro de 2015

TEXTO 324/2O15/ SINFONIA DE NATAL

                                                 



                                               SINFONIA DE NATAL

           Gosto de música. Minha juventude foi embalada pelas músicas da época.
A música leva à dança. Ambas alegram a vida. É fundo musical de acontecimentos. Como as coisas que mais gravamos estão ligadas as fortes emoções, boas ou ruins, fatalmente lembraremos das músicas ligadas a estes acontecimentos.
         Confesso que as músicas de Natal me faziam bem. Gostava de ouvi-las em outras épocas quando a alegria era o sentimento reinante em minha vida.
          Meu marido gostava de música e as colocava no Natal enquanto todos estavam reunidos à espera da ceia. Reduzia o volume na hora da troca de presentes devido à algazarra que se formava.
           Como gostávamos de música incentivamos todos os filhos a se envolver com ela e tocar um instrumento. As meninas foram fazer aula de violão. Só uma toca até hoje e até bem pouco tempo tocava com seu grupo na igreja, em especial na missa de Natal,
              Meu filho tocava na banda da escola onde ele começou como mascote devido a pouca idade e depois foi para a percussão que é como geralmente começam. Ao crescer manifestou o desejo de ir para o sopro. Aprendeu a tocar clarinete. Segundo o maestro quem toca clarinete toca outro instrumento de sopro. Nós como pais acompanhávamos todas as apresentações. Ao final de ano era lindo assistir o presépio, as apresentações das crianças e a todo o clima natalino com um belo fundo musical. Seu sonho era o sax.
Eu insistia no clarinete que era da escola, mas ele não se convencia. Finalmente, compramos o instrumento. Foi a felicidade dele. E nós, orgulhosos seguindo os passos da banda em todos os eventos, em especial os de Natal que, geralmente, envolvia toda a comunidade escolar. E assim foi durante alguns anos.
             Com a perda de meu filho e três anos após a de meu marido, a mudança de minha filha devido ao casamento, fiquei sozinha.
             Desde então, não ouço mais cantigas de Natal. Elas me entristecem e fatalmente levam - me às lágrimas. Então, a fim de me poupar e não deixar minhas filhas tristes, em me ver sofrendo não as ouço. O único lugar que as ouço é na igreja momento que a emoção me envolve intensamente.
            As músicas de Natal são belas, envolventes e nostálgicas.
            O sax permanece na caixa, bem cuidado, intacto à espera que algum de meus netos cresça e se interesse em me fazer viver outra vez momentos mágicos.

                                         Isabel C S Vargas
                                         Pelotas/RS/Brasil

                                            11.12.2O15

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