domingo, 27 de dezembro de 2015

PUBLICAÇÃO PREMIADA/ANTOLOGIA 71/CONTO/ FUNDO MUSICAL/SEGUNDO LUGAR

                                                             
                                                                
                   Castilho é um homem simples, trabalhador que criou seis filhos com muito sacrifício. Procurou dar estudo e encaminhá-los para o trabalho e para uma via honesta.
               Ele próprio era exemplo de trabalhado honesto. Jamais imaginou que em certa época iria passar a viver um pesadelo. Um dos filhos, o menor, decepcionado com o fato da namorada não mais querer continuar o relacionamento, começou a sair para a balada à noite, faltar aula, andar em más companhias o que resultou em envolvimento com drogas. Não houve fala que resolvesse e fizesse o menino deixar as drogas. Cada dia voltava para casa mais confuso e perturbado. Assim mesmo, tentou fazer com que trabalhasse, mas não encontrou emprego devido a sua situação. Não conseguia se concentrar, inquieto , aparência desgrenhada. Não conseguia ajudar o filho, não sabia o que ele fazia na rua, mas podia imaginar e ao mesmo tempo não queria nem pensar, pois sentia pavor. Isso fugia aos padrões de conduta que ele estava acostumado.
                Assim, entre angústia e tormento o tempo foi passando e o filho já mais tempo na rua do que em casa. Tinha muito medo de perder esse filho. Em uma noite de Natal fazia três dias que o menino não voltava. Havia procurado por muitos lugares e não o encontrara. A noite de Natal chegara e a tristeza apertava seu coração. Foi até a rua e eis que tem a maior surpresa. Caído em sua porta estava o filho passando mal. Abraçou - se a ele e vaticinou: Foi Jesus que devolveu meu filho para eu não perdê-lo. Seu coração entoava para si mesmo uma cantiga de Natal que ele sussurrava ao ouvido do filho. A mãe e os outros filhos buscaram ajuda e ele foi hospitalizado. Alguns dias no hospital
e após a alta foi encaminhado para uma clínica de recuperação de adictos para recuperar-se da enfermidade.
               Lá na clínica, afastada da cidade ele ficou durante meses, os primeiros sem
qualquer visita. Era difícil por ser longe da cidade, ele não ter carro e ter um trecho que não era coberto com linha de ônibus.
              Assim decorreram quase doze meses. Na semana que antecedia o Natal era dia de visita e uma pequena festinha foi organizada na clínica a fim de receber os familiares. Foi um acontecimento cheio de emoção com cantigas de Natal cantada pelos internos e com a alta definitiva do menino de Castilho que estava sendo devolvido ao lar, acontecimento esse que ele dizia que era o renascimento do filho por obra da sua fé e misericórdia divina.
               Na noite de natal ele realizou uma pequena ceia e sentia-se transbordante de felicidade o que fez com que todos cantassem emocionados Noite Feliz após terem rezado em homenagem ao aniversariante da noite.
                                         Isabel C S Vargas
                                         Pelotas/RS/Brasil
                                                    
                     

Nenhum comentário:

Postar um comentário