sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A SOLIDÃO E EU /CRÔNICA/DESTACADO

                                                  


                                               




                                               
                                                      A SOLIDÃO E EU /CRÔNICA


Já escrevi sobre este tema. Interessante que a descrevia como algo horrível.
Temia a palavra, a situação e suas circunstâncias. E, não foi há muito tempo, não.
Alguns poucos anos.
Acreditava que da solidão não resultaria nada bom. Pois bem, o tempo passou, vários acontecimentos, trágicos inclusive, sucederam-se e hoje me encontro só. E isto não me apavora. Sinto a falta daqueles que se foram e não mais estão neste plano. Mas estão em meu coração e em uma infinidade de lembranças. Estarão sempre fazendo parte de minha vida quando suas lembranças me fizerem sorrir e, até mesmo quando lágrimas brotarem de meus olhos. Compreendi que posso me sentir feliz por tê-los tido comigo durante anos.
 Creio que estes acontecimentos e a idade me fizeram assimilar este estado0020como natural.
Todos iremos embora algum dia. Os que casam desejam seu espaço. É a vida segue seu curso natural. Comigo não foi diferente.
A sensação que tenho não é de amargura nem revolta. É sensação de paz, dever cumprido.
Fiz o meu melhor, só que isto não impede que o tempo siga irremediável e jamais volte em si mesmo. E, por isso, ele nos dá, nos tira, nos dá novamente, a oportunidade de nos encantarmos com coisas novas, momentos novos, que não substituem os outros, mas nos renova, apresentando a oportunidade de vivências maravilhosas , que nos dão a sensação de eternidade, na medida em que nossos frutos estão nascendo, desabrochando e começando um novo ciclo que nos ensina , sobretudo, sobre o ciclo natural de todo ser vivo. Nascimento, crescimento e morte. Temos que aproveitar e viver entre estes ciclos. E, depois ainda há o renascimento para uma nova vida, mas sobre isto nada posso falar, pois não vivenciei, minha fé é que me aponta para ele.
E, tendo vivido em toda a plenitude, tudo de belo que a vida poderia me oferecer, e não me refiro a nada material, aproveito estes momentos de encontro comigo, quando desfruto da tranquilidade , do silêncio e do canto dos pássaros que me rodeiam livres para recordar a beleza dos momentos vividos com todos que me são caros e que já se foram e me preparo para o alegre e esfuziante encontro com os que ficaram e que sempre voltam, porque o amor cria laços indestrutíveis que distância geográfica não destrói.

Isabel C S Vargas

Pelotas/RS/Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário