segunda-feira, 2 de novembro de 2015

PUBLICAÇÃO PREMIADA/ ANTOLOGIA 67/ PRIMEIRO LUGAR/ PROSA/BAILARINAS DE TODAS AS IDADES



           Há quem pense que cada coisa tem uma idade apropriada para ser feita e em decorrência disso estranham quando encontram algo diferente. É comum as pessoas dizerem  que já passaram da idade de aprender, de criar coisas novas em sua vida as quais serviriam para sua alegria e prazer.
            Quem imaginaria ver pessoas idosas iniciando um aprendizado de dança?
  Pois na atualidade isso não é mais coisa rara.
             Em minha cidade existe um centro da universidade que é fruto de um projeto de extensão que já dura vinte e cinco anos. Neste centro há turmas de inúmeras atividades desenvolvidas em oficinas durante todo o ano para pessoas acima de cinquenta anos e sem limite de idade final. É para ambos os sexos, mas a prevalência é de mulheres. Os ministrantes são estagiários da universidade, voluntários, profissionais do próprio centro.
                 Entre todas uma me chama a atenção em especial. É a oficina de dança.
Imaginem uma turma com mulheres de cinqüenta a setenta anos aprendendo a dançar.
                Imagino que estejam mentalmente dizendo que isso é normal. Quem não dançou na vida? Mas não é dança de salão. É dança do ventre. Sim, uma dança que não é de nossa cultura. Uma dança sensual. De difíceis movimentos e muita coordenação, pois envolve movimentos de cabeça, pernas, braços, tronco e de um modo diferente do tipo de dança que poderiam já ter desenvolvido quando mais novas.
                Pois bem, essas senhoras, sem se importar com idade, tipo físico, se mais gordinhas ou bem magras se reúnem em torno deste aprendizado. Elas dançam bem felizes em uma grande interação e uma alegria muito semelhante à de qualquer jovem.
Confeccionam ou mandar fazer seus trajes, com véus  de cores bem diversificadas e vibrantes, adereços e fazem apresentações artísticas para o público em eventos comemorativos à Semana do Idoso. São aplaudidas, efusivamente, inclusive por darem testemunho de que sempre é tempo de aprender, e que dançar renova, faz bem à saúde, contribui para sua felicidade.
                São exemplos de pessoas que vivem intensamente sua vida.
                                                
                                           Isabel C S Vargas
                                           Pelotas/RS/Brasil
                                            16.10.2015


Nenhum comentário:

Postar um comentário