segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TEXTO 267/2O15 / A IMORTALIDADE E A ESCRITA


                             




















                               A IMORTALIDADE E A ESCRITA (CRÔNICA)

                                        

         A imortalidade é algo que surge nos pensamentos dos adultos. A criança não tem condições de pensar nisto, além de viver o fantástico, sem dimensionar tempo com lógica e clareza.

         Dizem que toda pessoa deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Qual o objetivo destes três feitos senão deixar algo para a posteridade?A intenção? Ser imortal. Viver além de seu tempo. Deixar um legado, algo que conte sua história quando ele não mais estiver aqui.

          Já plantei muitas árvores com meu marido, Não pensando na imortalidade, mas por prazer. Lembro de uma vez plantar vinte e oito pessegueiros, plantamos pinheiros e coqueiros.

          Tive quatro filhos e já tenho netos que garantem a imortalidade pelo menos, em seus corações.

          Sempre gostei de escrever e tive facilidade nisso. Lembro quando fiz o vestibular de ver o aluno da classe ao lado ficar divagando em pensamentos por mais de uma hora até começar a escrever algo, enquanto eu escrevia duas laudas.

          Comecei a escrever, efetivamente, embora já tivesse publicado textos profissionais na década de noventa, em dois mil e cinco. Comecei escrevendo, exatamente isto, crônicas e publicando em jornais locais, Diário Popular e Diário da Manhã. Mas foi neste último que me fixei e é nele que publico até hoje. Tive publicação em jornal de circulação fora do estado e em Portugal. A partir das publicações criei o primeiro blog o que fez surgirem convites que não pararam mais. Hoje escolho entre tantas ofertas em qual colocar meus textos, até porque há ofertas muito fora da realidade, pelo menos da minha. Já publiquei dois livros individuais, dois e-books e uma quantidade significativa de participação em antologias e coletâneas.

           Os livros que participo ofereço aos amigos, a familiares, já ofereci em palestra e dôo para campanhas. Não vendo livros.

            Tenho consciência de que nos momentos mais dolorosos de minha vida, se não colocasse meus sentimentos no papel, ou em um texto no comutador, creio que teria adoecido seriamente. Organizei através da escrita minha dor e elaborei meu luto nas linhas e entrelinhas mais difíceis de minha vida. E o faço até hoje só que com a dor cabendo dentro do peito, confortada em minha fé e certa de que a aceitação é o melhor caminho. Sobrevivi quando não achava que seria possível e acreditei não ser capaz. Passo aos outros minha experiência procurando ser positiva e mostrando que podemos ser fortes.

           Não pensava em imortalidade ao começar a escrever, mas em empreender uma nova atividade que para mim é prazerosa. Para minha família, sim, creio que serei imortal por umas duas ou três gerações, quem sabe, e através do que escrevi se não se perder nas brumas do tempo.

 

                                      Isabel C S Vargas

                                       Pelotas/RS/Brasil

                                       O6.1O.2O15

                                 

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