sábado, 17 de outubro de 2015

A IMORTALIDADE DO ESPÍRITO/ CONTO PRIMEIRO LUGAR/ANTOLOGIA IMAGEM E LITERATURA 66



                       






               Edmundo era uma pessoa cética. Não dizia, mas parecia não acreditar em nada. Embora tivesse estudado em escola católica, não falava em Deus, nem em religião, nem frequentava nenhum ambiente desta natureza. Guiava-se por suas leis que eram de cunho empírico. Temor ? Acho que não tinha. Como era do campo, temia as pragas que atingissem a lavoura, os vendavais que atingiam os galpões as doenças que emagreciam ou matavam o gado, mas temor ou respeito a um ser supremo, a quem seguisse, não havia.
           Certa ocasião começou a sentir dores. Dor em um único braço. Foi ao médico, tomou remédio, fez fisioterapia, fez exames de raios-X e nada que fizesse tal dor diminuir ou cessar.
            Aqui vamos retornar ao passado de Edmundo, fazendo um parêntese a fim de explicar o final da história de modo a ser entendido tal desfecho.
            Quando jovem, Edmundo tinha um amigo. Amigo do peito como se diz  o mesmo que irmão e este amigo era seu cunhado, irmão da então namorada e depois esposa. Só que ele morreu ainda jovem vitimado por uma doença do pulmão.
            Desde esta perda até a época em que Edmundo começou a se sentir doente, o que acabou por deixá-lo deprimido havia decorrido uns trinta anos
            A sua situação acabou por fazer com que procurassem ajuda alternativa sugerida por amigos, parentes que tinham uma crença, não diversa da de Edmundo, pois ele não sabia se acreditava em algo.
             Foram a uma sessão espírita e imaginem o que aconteceu no decorrer da mesma.
             O assunto era tabu para ele e a esposa que também não tinha conhecimento da doutrina espírita. Foi levado por uma terceira pessoa que foi quem relatou o que havia sido constatado.
              A tal dor nada mais era do que o fato do espírito do cunhado e amigo  estava ao seu lado que não queria abandoná-lo, desde que se percebera desencarnado. Não sei se ele acreditou ou não, mas o tratamento que foi aplicado após algumas sessões fez com que ele ficasse bom e nunca mais tivesse a tal dor.
            A amizade deles perdurou além da morte embora essa ligação o estivesse prejudicando. Como o destino de todo espírito é evoluir só depois que houve o entendimento de sua situação é que aquela alma deixou de ficar atrelada ao passado e continuou sua trajetória rumo a evolução e quem sabe iniciar um novo ciclo reencarnatório posto que o espírito é imortal.
             
                                                    Isabel C S Vargas
                                                    Pelotas/RS/Brasil










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