sexta-feira, 27 de março de 2015

TEXTO 2O15/11O / CAMINHOS PARA A EVOLUÇÃO

                  A imagem é linda e sugestiva, pois me remete, de imediato, à imagem do Pequeno Príncipe a observar o mundo sobre o planeta. Falar do Pequeno Príncipe é falar de seu autor: Antoine de Saint-Exupéry. Escritor, ilustrador e piloto francês, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry. Suas obras são caracterizadas por  elementos como a aviação e a guerra, visto que teve brilhante carreira de piloto militar tendo seu desaparecimento ocorrido em um vôo que saiu da Córsega com o objetivo de buscar informações sobre a invasão alemã no sul da França. Escreveu obras relevantes como Cidadela, Terra dos Homens,o Aviador, Correio do Sul, Carta a um refém,Piloto de Guerra e o clássico O Pequeno Príncipe que de início era tido como livro infantil, mas na realidade,  mostrou ser um livro de cunho filosófico, carregado de simbolismos levando o leitor a refletir e repensar os seus valores, o que , realmente, importa na vida.
          A imagem mostra o príncipe, fazendo uma analogia entre ela (a imagem) e o livro, ou uma intertextualidade, a pensar, refletir e buscar aquilo que não se vê e que segundo ele, o autor, “Só se vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos.”
             Exupéry viveu em tempos de guerra, crueldade, holocausto, o seu personagem vivia em um planeta do tamanho de uma casa, vindo a chegar a Terra depois de conhecer a Rosa e foi o orgulho da rosa que o desestabilizou em seu mundo indo à procura de respostas.
             A guerra é movida por orgulho, poder, posse. O orgulho leva nações à guerra como pode levar os homens a uma interminável guerra interior.No mundo do Pequeno Príncipe havia a serpente e a serpente é tentadora, poderosa, traiçoeira. È a serpente que tenta os poderosos, assim como na Bíblia tentou Adão e Eva e tentou o Pequeno Príncipe em seus inúmeros diálogos. Diálogos a que todos nós somos submetidos em algum momento da vida. Geralmente, naqueles de dúvida, indecisão, incertezas, medos, situações novas para as quais o homem  se sente despreparado. Em sua vida de desafio ela acaba engolindo os homens, justamente nestes momentos de fraqueza.
             É nos momentos de fraqueza que a visão do homem fica turva, como se uma névoa cobrisse sua inteligência, sua percepção e ele se vê em uma encruzilhada tendo de descobrir caminhos. É neste momento, nos mais difíceis que o homem se defronta com verdades importantes, sobre os verdadeiros valores e sobre o que é essencial. Nestas horas surge a luz e ele percebe, segundo Exupéry, que não necessitamos de muito,
pois “a perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado”. Orgulho, riqueza, poder, certamente, são coisas a serem retiradas ficando as essenciais, como simplicidade, honestidade, verdade, caridade, fé na vida, entendimento, fraternidade, amor. Só assim não existirá mais guerra, o orgulho não será capaz de criar desestabilidade e cada homem encontrará entre a névoa a sua rosa, a mais importante, pois eles terão cativado um ao outro e assim se consumará mais uma importante frase de Saint-Exupéry:
“Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
                     Em meio à névoa exterior ou a névoa que encobre a percepção, a intuição, a razão do homem, surgirá um arco-íris de motivos que o faça valorizar a vida, o ser humano, a verdade, o amor e a paz. Os momentos obscuros serão sempre passageiros,
a fim de que neles o homem cresça e cumpra sua missão de evolução.           


            Isabel C S Vargas

            Pelotas/RS/Brasil

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