sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TEXTO 2O15/23 O JARDIM ENCANTADO DE LAURA

                                    O JARDIM ENCANTADO DE LAURA

           Sempre que passa por determinada rua do centro da cidade, Laura se depara com uma construção que a faz parar alguns minutos e observar. É um edifício de quatro andares que lembra as construções alemãs. Quando ela olha, na realidade,  não é o edifício que ela observa. Naquele local ela vê sua casa na infância, cujo terreno foi vendido para dar lugar a este de agora. Era um terreno grande. Na frente, da rua nada se via, pois havia um muro alto e, apenas, um portão que dava acesso ao imóvel.
         Quando o portão se abria entrava-se em um mundo encantado que Laura jamais esqueceu. Ao fundo ficava sua casa. Simples, construção de madeira, aberturas largas, dois andares, pintada de branco com aberturas em tom marrom.
Debaixo de cada janela havia floreira coberta de flores, mais precisamente, gerânios de várias cores plantados por sua mãe. Até chegar a casa, um gramado verde como um tapete, maravilhoso, com um trilho de terra e pedras intercaladas para dar acesso e que se estendia até a escada de madeira que ela costumava sentar quando pequena para esperar seu pai retornar do trabalho.
             Nos muros laterais, de ambos os lados, da frente ao fundo um lindo canteiro de lírios amarelos que ela amava e que davam um aspecto organizado ao terreno. Á esquerda da entrada havia dois majestosos coqueiros plantados por sua avó, conforme sua mãe sempre salientava.  Havia uns ciprestes plantados em curva, debaixo dos quais havia um banco. Ao longo do terreno vários canteiros menores com as mais variadas espécies de flor, como hortência, hibisco, amor-perfeito, rosas, brinco de princesa, boca de leão, malmequer, margaridas, e até uns girassóis. Algo que Laura não esquece é um  pé de romã (fruta) bem próximo da porta da cozinha. As frutas eram enormes e sua mãe fazia chá. Hoje nem se vê mais essa fruta. Mais ao fundo isolando a parte de lavanderia havia como uma parede de juncos que não deixava à mostra as roupas estendidas no varal.

                   Naquele jardim ela brincava com seu irmão do meio, corria, e era feliz. Interessante que eles brincavam muito e ela adorava o irmão. Quando nasceu a irmãzinha que era linda, com os cabelos em cachos, como ela já tinha uns sete anos a mãe colocava a maninha no carrinho, ou na cadeirinha, quando maiorzinha, e a encarregava de cuidá-la. Neste período as recordações já não eram muito divertidas pela responsabilidade que tinha. Mas as atividades foram sendo substituídas. Cuidava a irmã, brincava de bonecas que era mais calmo e não de correria e jogo como brincava com o irmão, lia muito, pois já estava alfabetizada e passava horas agradáveis com a família e primos que vinham visitá-la. Maravilhoso jardim, palco de suas brincadeiras e testemunha de sua infância feliz. Pena que o progresso tenha destruído seu jardim e sua casinha, mas só na realidade, que às vezes é muito sem graça, pois em suas recordações e em seu coração ele permanece intacto.


                                                            Isabel C S Vargas
                                                               16.O1.2O15

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